Flashback on.Pego meu celular, respiro fundo e ligo para ela.— Oi, meu filho, tudo bem? — ela atende com sua voz acolhedora.— Oi, sogra. Como a senhora está? E o Lucca?— Estamos bem, ele está mais esperto a cada dia! O que houve com o celular da Lunna? Liguei, mandei mensagens e não obtive resposta.— É sobre isso que liguei… — suspiro, buscando coragem para contar.— O que aconteceu com a minha filha e com o meu neto, Adam?— Ela foi sequestrada pelo Romolo, mas eu a encontrei. Quando a achei, ela estava desacordada e a bolsa havia estourado. Assim que chegamos aqui, a levaram para a sala de cirurgia e fizeram uma cesariana de emergência. Nosso Vincenzo está bem e crescendo a cada dia. Mas a Lunna… — hesito, contendo as lágrimas — ela está em coma. Teve um traumatismo craniano e o cérebro está inchado. Por isso, o médico decidiu sedá-la para facilitar a recuperação.— Meu Deus, Adam! Por que não me contou antes?— Me perdoe… estou tão desesperado e sem saber o que fazer… — minha
Já se passaram algumas semanas. Vincenzo está muito bem e já está mamando na chuquinha. Ele cresceu bastante e ganhou peso. Estou contando os dias para ele ir para casa, já que está no berçário juntamente com outros bebês. Assim que estou entrando no carro para ir ao hospital visitar os meus amores, meu celular toca e pelo painel vejo ser do hospital.— Alô?— Senhor Fiore, aqui é do Massachusetts General Hospital. Estou ligando para dizer que o Vincenzo Rivera Fiore está de alta. Pode trazer uma roupinha para a saída dele.— Sério? Posso trazer meu filho para casa? — digo com uma alegria que não cabe em meu peito.— Sim, ele está de alta.— Obrigado, muito obrigado — digo, e ela desliga.Saio correndo do carro, deixando a porta aberta, e entro em casa. Subo as escadas indo até o quartinho dele, que a Lunna não teve a chance de terminar de montar. Entro, vou até o closet e pego a bolsinha, a roupinha para a saída do hospital, e saio do quarto indo para fora da casa. Entro no carro e o
Todos foram embora, e assim que eu avisar, irão para o hospital. Minha sogra decidiu ir para o apartamento, mas disse que, assim que a Lunna estiver em casa, ficará conosco. Concordei, e eles partiram, deixando apenas o Rick. Estou no quarto do Vince, brincando com ele no berço para mantê-lo acordado antes do banho.— Olha ele aqui para mim um pouquinho, vou encher a banheira para dar banho nele — digo, olhando para o Rick, que está sentado na poltrona de amamentação com os olhos arregalados.— O que foi?— Você vai dar banho nele? — pergunta ele, incrédulo.— Claro! Saímos do hospital; tenho que dar um banho nele — respondo, enquanto ele se levanta da poltrona e se aproxima do Vince.— Por que não pediu para a sua mãe ficar e te ajudar?— Sei cuidar dele. Fiz isso por dois meses com a ajuda das enfermeiras. Aprendi muito com elas, e agora é a minha vez de fazer sozinho.Vou até o banheiro, coloco a banheira para encher e volto ao quarto.— Por que está parado aí como uma estátua? Meu
Saio da casa do Adam e sigo para o distrito policial. À noite, irei ao hospital ver a Lunna. Hadja aceitou tomar um café comigo e vou aproveitar para me abrir com ela, conhecê-la melhor e, quem sabe, aproximar nossos mundos.Desde que perdi meu primeiro e único amor, decidi nunca mais abrir o coração para outra pessoa. Raquely sempre terá um lugar em mim, mas percebo que não posso continuar vivendo no passado.Dessa vez, algo mudou. Eu realmente me apaixonei pela Hadja. Caso ela me aceite, precisarei ser honesto sobre a Raquely. Será um desafio, mas sinto que Hadja é a pessoa que pode me ajudar a começar uma nova história.Estaciono o carro no distrito policial, preparado para falar com o promotor sobre o caso da Lunna.••••♥•••••Mais tarde, no café.Estou sentado à mesa, esperando Hadja. O sino da porta soa quando alguém entra, e ao me virar, lá está ela, deslumbrante como sempre. Hadja caminha até mim e eu me levanto, tentando disfarçar o nervosismo.— Obrigada pelo convite, Rick —
Abro os olhos, mas os fecho rapidamente. A luz está muito forte, invadindo meus sentidos. Respiro fundo, sentindo um aroma doce e familiar, enquanto alguns fios de cabelo balançam suavemente no meu rosto.Dessa vez, abro os olhos devagar, permitindo que a claridade se ajuste à minha visão. Diante de mim, há um gramado verdejante, uma enorme árvore com um balanço de pneu pendurado nela. Caminho em sua direção, mas paro ao sentir algo estranho em meus pés.Olho para baixo e percebo que estou descalça.— Por que estou descalça? — murmuro para mim mesma, intrigada.Volto meu olhar para a árvore, atraída por uma sensação calorosa e familiar. Dou mais alguns passos até ela e, quando chego perto, coloco a mão sobre sua casca áspera, sorrindo ao reconhecer algo.— Meu nome… — sussurro, enquanto meus dedos percorrem as letras entalhadas no tronco.Dou um passo para trás e me viro, observando o que há ao redor. Atrás de mim está uma casa antiga, com uma varanda e uma cadeira de balanço que pare
Respiro profundamente enquanto minha mão repousa na maçaneta. Com um gesto lento, abro a porta e entro. Me aproximo da cama e vejo Lunna tão serena, seus traços tão suaves que meus olhos se embaçam pelas lágrimas que começam a cair.Coloco o bebê conforto na poltrona ao lado da cama. Vince dorme tranquilamente, sorrindo de vez em quando, como se estivesse em paz. Faço um carinho no rosto de Lunna, observando suas mudanças. Ela está mais magra, seus cabelos vermelhos agora estão mais longos. Ela está aqui, um pouco diferente, mas está! E o meu amor por ela não diminui, pelo contrário, só cresce mais a cada segundo.— Oi, amor… — suspiro pesadamente, tentando controlar o choro — Como senti a sua falta. — A voz me falha por um instante, mas logo tento ser forte. — Abra os olhos, volta para nós, por favor. Você já está bem, só falta acordar.Meu coração se aperta, mas faço carinho em seus cabelos, sentindo que finalmente posso tocá-la, estar ao seu lado, sem a barreira do vidro. Ouço Vinc
Olho mais uma vez para o meu relógio. Daqui a pouco, o expediente acaba, e vejo que meus colegas estão tão ansiosos quanto eu para ir para casa. Meus olhos se fixam no porta-retrato em minha mesa, e um sorriso surge no meu rosto ao recordar o dia em que cheguei aqui.Cheguei a Chicago ainda grávida. Não foi fácil encontrar um emprego, e minhas economias já estavam se esgotando. Encontrar um lugar decente e barato para viver foi um desafio ainda maior! Mas eu consegui.Era aterrorizante estar sozinha em um lugar desconhecido, sem muito dinheiro e com alguém para cuidar além de mim mesma. Eu procurava emprego durante o dia e à noite, sem descanso. Claro, havia a opção de voltar ao trabalho que eu fazia em Boston, mas não era isso que eu queria para o meu filho. Muito menos ter que trazer clientes para a minha casa, o que também seria uma possibilidade.Então, me concentrei em encontrar um emprego que aceitasse grávidas. E eu consegui, em uma lanchonete. No começo, foi tão difícil e humi
— Anna acha que você é meu marido e Dante, nosso filho — falo, pegando meu celular que vibra insistentemente. A notificação me tira de meus pensamentos, que vagavam pelos corredores tortuosos do meu passado. Romolo. Lunna. A traição, a dor, a culpa. Um peso que carreguei por tanto tempo, um fardo que parecia impossível de suportar. Então Billy entrou em minha vida, um raio de sol em meio à tempestade. Ele acolheu meu Dante com tanto amor… ele é um presente que jamais imaginei merecer, e um amor que me faz questionar se mereço tanta felicidade.— Mas claro que ele é o nosso filho, e sou seu marido. Não oficializamos, mas eu sou! Registrei o Dante, e não é só por causa disso. Quero vocês na minha vida. Quando vi o Dante nascer, algo em mim mudou, e eu queria fazer parte disso! Então, aqui estamos, vocês morando comigo, somos uma família. Não aceito nada ao contrário disso. Eu te amo, Yasmim… Sabemos que tudo foi rápido e de repente, mas eu realmente quero me casar com você. As palavras