Desde que a Lunna saiu da empresa daquele jeito, não consigo tirar seu rosto da minha cabeça. A decepção em seus olhos fica indo e vindo toda hora, e meu coração parece que vai explodir. Já liguei para ela um monte de vezes, mas ela não atende. Fui à cafeteria, à confeitaria, na casa dela, na casa da Kim, e nada. Não há ninguém! Já liguei para a Kim, e o telefone só chama. Ela não atende. O Evam disse que a Kim saiu e não falou para onde foi. Liguei até para a mãe da Lunna, e ninguém sabe onde ela está.
Suspiro, frustrado, e vou para o meu apartamento. Assim que abro a porta, Kim aparece na sala e me joga um sapato. Por um milagre, consigo me desviar dele.
— O que você fez, idiota? — ela grita. &mda
Antes de embarcar, mando uma mensagem para a Kim avisando que estou indo para a casa da minha mãe e pedindo que não conte ao Adam para onde fui. Também aviso a Hadja que estarei ausente por alguns dias, pois irei para a Espanha ver minha mãe. Deixo claro que ela estará responsável pelo café e pela confeitaria nesse período. Em seguida, informo minha terapeuta e a diretora do orfanato que precisarei de um tempo de afastamento.Ao embarcar no avião, me acomodo no meu assento ao lado da janela. Enquanto olho para a pista escura, sinto como se toda a vida, alegria e sonhos tivessem sido arrancados de mim.••••♥•••••Depois de quase quatorze horas de voo, desembarco. Assim que peg
Acordo e me sento rapidamente na cama. Olho para os lados e vejo que apenas a luz do abajur está acesa. Me levanto, pego a minha bolsa que ficou ao meu lado, do mesmo jeito que deixei, pego a caixa do aparelho, a abro, pego o manual de instruções e começo a lê-lo. Ando até a penteadeira e me sento, tentando ficar relaxada. Tiro o aparelho da caixa e o ligo, começando a medir a pressão, como está escrito no manual. Ela está um pouco alterada, então pego os meus remédios, coloco-os no bolso e abro a porta. Caminho pelo corredor e encontro Estevam no notebook na sala de estar, com mamãe ao seu lado, tomando um chá. Caminho até eles e, quando percebem a minha presença, olham para mim.— Você acordou! — mamãe diz, e eu sorrio, me sentando ao seu lado.
Fico pensando no que ouvi e sobre o que a Kim disse. Me levanto e saio do quarto. Assim que passo pela sala, vejo Estevam sentado no sofá assistindo TV. Me sento na poltrona.— Cadê a mamãe?— Ela foi deitar, estava te esperando até agora pouco.— Me desculpem, eu não estava com cabeça para conversar.— Entendemos, mas saiba que nós nos preocupamos com você e estamos dispostos a te ouvir se precisar — ele diz e sorri. — Como foi o seu passeio hoje?— Fui para Nerja, uma cidade litorânea linda.— Sim, é linda mesmo! As praias são belíssimas e tem o Atalay
O Adam está de um jeito que é de sentir pena, nunca o vi dessa forma. Mas também não posso passar por cima da vontade da minha amiga e dizer a ele onde ela está, se nem mesmo a mãe dela disse onde, quem sou eu para falar? Só preciso respeitar, mesmo sabendo que ela deveria dizer logo a ele e resolverem essa situação o mais rápido possível.Saio do banheiro com a Nate no colo e, como sempre, ela perguntando pela dinda dela. Sempre respondo que logo ela volta e vem vê-la. Meu celular acende e vejo que é uma mensagem da Lunna. Coloco a Nate em cima da cama, seco direitinho, visto sua fralda e roupinha, já que aqui começou a esfriar, e lhe entrego seu brinquedo. Ela começa a brincar e conversar com ele. Pego o meu celular e abro a mensagem.De Lunna: Kim sai do meu quarto e me levanto, minha cabeça parece que vai explodir de dor. Vou até o banheiro e fecho a porta. Me olho no espelho e estou um trapo! Escovo os meus dentes, tiro minha roupa e a jogo no cesto de roupa suja. Vou para o box, ligo a água, controlando a temperatura, e quando vejo que está gelada, me enfio embaixo dela, deixando a água fria levar a ressaca e a dor que está acabando comigo.••••♥•••••Me sento na cadeira. Nate está sentada na cadeira dela, comendo uma maçã amassada. Ela me olha e sorri com a boca suja. Pego o guardanapo e a limpo. Ela brinca de aviãozinho com ela mesma e eu sorrio. Kim coloca um comprimido e um copo de água na minha frente e volta para o fogão. Tomo o rAdam Fiore.
Após comer, abro a minha bolsa, tomo meu remédio e saio do restaurante. Começo a andar e acabo em um parque. Me sento em um banco e o sol está uma delícia. Vejo umas crianças ao longe brincando e meus olhos se enchem de lágrimas.— Lunna? — congelo no lugar ao ouvir aquela voz. Me viro devagar, olhando na direção que me chamam, e quem vejo me surpreende.— Romolo!— Tudo bem? — ele diz, e eu limpo minhas lágrimas. O que ele quer? Está louco de me tratar tão bem assim?— O que você faz por aqui?— Vim passar uns dias com minha irmã em outra cidade, e você?— Sua irmã? Ela está aqui?— Sim, foi comprar algo ali naquela loja.<
O dia já está claro e eu não consigo parar quieto. Não quero acordar a Kim, porque sei que ela vai ficar brava, mas preciso saber se ela já falou com a Lunna. Desde aquele dia em que ela me mandou uma mensagem, não recebi mais nada dela, e Kim ficou aqui no meu apartamento para me vigiar. Ela disse que eu não iria chegar perto de nenhuma bebida, até porque faz algum tempo que não vou até a empresa para saber como estão as coisas.Ontem, meu pai veio aqui para saber o que estava acontecendo. Contei a ele o que aconteceu, e ele me mandou se recompor e saber separar a vida pessoal da profissional. Eu disse a ele que hoje eu estaria voltando à empresa e é o que pretendo fazer, mas antes preciso tentar, nem que seja, ouvir a voz dela.Bato na porta e nada. Bato de novo e a esc
— Eu te perdoo.O quê? Eu ouvi direito ou estou começando a enlouquecer? Levanto a cabeça e vejo uma lágrima solitária descendo pelo seu rosto.— O… O que você disse? — pergunto, para ter a certeza de que o que ouvi não foi uma alucinação.— Eu te perdoo, Adam. Eu ouvi tudo o que você disse a Kim ao telefone. Eu estava em ligação com ela e acabei ouvindo, mas eu precisava falar com você para ver se havia verdade no que ouvi. E agora, eu vejo o quão sincero você está sendo aqui e agora. — Não consigo conter a alegria que sinto ao ouvi-la dizer que me perdoa. Me levanto e a puxo para um abraço.— Me perdoe