Dedicatória
Dedico essa história para todos
os que preferem o amor,ao invés do dinheiro.Epígrafe
Na ruína, eu encontrei averdadeira riqueza.
Prólogo
Aurora Backer
É uma dor sem fim, me sinto constrangida por está nessa merda. Minhas roupas estão rasgadas, meu cabelo bagunçado e não sei se a minha dor na cabeça é por levar uma pancada, ou de tanto chorar. Preciso beber algo com álcool, eu necessito conversar com John, ele vai me ajudar, tenho vergonha de dizer a outra pessoa o que aconteceu essa noite. Nunca acreditamos que vai acontecer conosco até que o dia chega, é horrível, sinto nojo do meu corpo inteiro, dores e desconforto para andar, parece que fui atropelada por um grande caminhão.
Uma constante agonia no peito, choro incansável, medo de voltar acontecer. Ainda estou tão perdida psicologicamente, como se estivesse flutuando, não sinto meus pés, só consigo focar nas minhas mãos tremulas e geladas, estou em choque. Sinto vontade de gritar para os quatro cantos da terra, mesmo assim, é difícil fazer algo, não consigo nem abrir a boca para sussurrar, quem dirá gritar. Me desequilibro por está usando apenas um salto alto no pé e caio no chão, não aguento mais sofrer, me entrego as lágrimas que agora descem descontroladas, deitada no meio da pista deserta.
Será que foi um sonho? Ou um pesadelo para ser mais exata, eu queria que tivesse sido, tenho medo de descobrir que tudo isso foi real. Meu peito dói, sinto-me culpada por usar um vestido provocante essa noite, me arrependo de usar uma maquiagem forte que realce meus contornos, a culpa dessa desgraça foi minha. Levanto com dificuldade, preciso chegar na casa de John, meu melhor amigo. Ainda cheia de dor, ando, minha garganta aperta pelo choro que não consegue sair completamente e meus olhos estão ardendo pelas lágrimas que se formam embaçando minha visão.
............
Agradeço a Deus por não haver ninguém acordado na rua de John, caso contrário amanhã haveria um escândalo com meu nome. Assim que levanto a mão direita para bater a porta se abre e meu amigo me analisa dos pés a cabeça, depois o choque toma conta de seu rosto, ainda trêmula, mas convicta do que me aconteceu, ouço ele dizer:
- O que aconteceu? - Perguntou verificando todo meu corpo, segurou minhas mãos geladase me puxou para dentro da casa.
- John... - Em seus braços sussurro uma única palavra e apago.
..................
Acordei deitada na cama dele, queria que toda aquela dor sumisse, mas sinto cada canto machucado despertar junto comigo, sinal de que aquela noite tinha realmente sido real. Sentei assim que ele entrou no quarto, quando me viu despertada, John correu e se ajoelhou perto de mim ao lado da cama, a expressão preocupada dele era sincera, podia ver por seus olhos.
- Minha amiga, o que aconteceu? Chamei um médico, meus pais não estão em casa, foi um assalto? O que fizeram contigo? Não sabia o que fazer, nem sabia se devia ligar para seu pai, me perdoe, estou nervoso por te ver assim, me conte o que se passa.
- Não, não, médico não, por favor, John... - Imploro e as lágrimas saem naturalmente.
- Por quê? Você está ferida, Aurora! - Analisa meu corpo de cima a baixo, em choque e sem saber como reagir.
- Liga e pede para que ele não venha, por favor.
- Calma, respira, você está em choque.
- Por favor, John!
- Tudo bem, eu farei o desejado, vai me contar o que aconteceu?
- Contarei apenas a você.
- Aurora...
- Por favor, faça o que peço. - Imploro mais uma vez, John acaricia meu rosto lentamente e concorda com a cabeça.
- Vou ligar para o médico e dizer que era alarme falso, me espere aqui.
John saiu do quarto com o celular na mão, eu não queria dizer nada, mas precisava para que me entendesse e me ajudasse.
......
Horas depois eu já tinha contado o ocorrido da noite ao meu amigo que me aconselhou procurar a polícia, mas não conseguia. Estava com medo de todos me julgar, no fundo, a culpa foi inteiramente minha, seduzi esse homem por usar um vestido justo e curto, além de uma maquiagem chamativa. Ainda tinha o outro homem que apareceu depois, e se ele quiser me matar pela morte do outro homem? Não recordo do rosto de nenhum, porque estava escuro, mas ainda me lembro de alguns traços deles. Esse é meu segredo, não posso dizer a ninguém, caso contrário a culpa será minha, isso irá estragar minha carreira de modelo e minha reputação com meus fãs.
Tomei um banho longo para me certificar de lavar cada lugar que ele me tocou e feriu, John me deu remédio, comida, água e uma de suas camisas. Ele respeita minha decisão, mas não concorda que eu oculte o que aconteceu hoje, mesmo assim sabe o risco que posso correr.
- Você devia contar o que aconteceu, Aurora, pelo menos ao seu pai...
- Ninguém vai entender, John. Me sinto tão suja mesmo depois de tomar banho, eles irão dizer que a culpa é minha. Se eu contar isso ao meu pai, é provável que tenha um infarto de desgosto, ser mulher é ser julgada mesmo quando foi vítima de uma violência como a que eu vivi hoje. Não posso levar mais pessoas para esse buraco escuro que estou, eu já te trouxe e me arrependo amargamente, mas eu só tenho você no momento.
- Aurora - suspirou e apertou levemente minha mão direita. -, sinto tanto que tenha passado por isso, fico mais revoltado por você se culpar, você é a vítima, minha amiga.
- Prometa que nunca dirá isso para ninguém, John. - Apertei as duas mãos dele com força enquanto o fazia prometer.
- Não acho certo, embora, por você farei tudo, esse assunto vai comigo para o túmulo.
Na estrada, sem destino, me pego com os olhos ardendo em lágrimas. Meu marido, John, é um viciado em jogos de azar, e por conta dessa obsessão por cassinos precisei me esquivar de jornalistas. Tudo que preciso, nesse momento, é um pouco de privacidade. Sou Aurora França, fui bem sucedida um dia, criei uma marca de roupas em Nova Iorque e herdei um patrimônio de safiras do meu pai, embora agora eu esteja em ruínas, tenho poucas economias comigo e um carro de luxo. Sempre muito desejada por homens e muito decidida, mas quem sabe viajar para o nada traga um recomeço? Pelo menos, é isso que espero, férias da antiga Aurora.
Um som alto me desperta dos devaneios e o carro morre, parei em choque sem saber onde estava e assustada pelo lugar ser um tanto esquisito, silencioso e não tinha ninguém na estrada.
- Que merda aconteceu? - Irritada, grito no carro.
Seco minhas lágrimas e olho o painel confirmando minhas suspeitas, que estou sem gasolina. Com o carro parado, por pane seca, no meio da rua cerca de duas da manhã. Desço ao olhar uma única luz acesa, o que parece ser um restaurante ou dormitório.
- Teremos que arriscar, Aurora, parece filme de terror, mas é melhor que ficar no carro como condenada correndo vários riscos. - Saio do carro e caminho até o prédio.
Quando chego na portaria e vou entrando, esbarro em uma pessoa que parece um poste de tão forte e grande. Irritada pela minha condição, olho para cima e digo:
- Meu Deus, cuidado por onde anda! - Travei no segundo que meus olhos se afogaram na profundidade azul do olhar da pessoa em minha frente, que , exalava uma beleza surreal, ele tinha cabelos que me lembravam o sol e um cheiro amadeirado delicioso que fez-me perder totalmente, o controle da situação. Um homem lindo, mesmo com roupas de hospital, trazia consigo um jaleco no braço que também carregava uma maleta, só pelo seu uniforme posso afirmar que ele é alguém da área da saúde, provavelmente, um médico. Os óculos que ele usava só intensificavam o brilho dos seus olhos.
- O gato comeu sua língua? - Com um sorriso prepotente, perguntou.
- Você precisa olhar para onde anda, ainda mais usando óculos, não me viu?
- Uau, eu falei brincando, parece que a arrogância em pessoa mora no seu interior.- Desculpe, estou perdida. Afinal, me chamo Aurora e preciso de ajuda. Seu rosto não me é estranho, já nos conhecemos? - Vergonhosa e tímida, busquei a saída da situação constrangedora em me apresentar.- Prazer, eu sou o Taylor, neto da dona desta pensão, não acredito que a gente se conheça, seu rosto seria difícil de esquecer. - Ofereceu a mão para um aperto educado e eu aceitei, mas a pegada era tão forte que me fez puxar rápido por sentir arrepios correrem na minha coluna. - Você pode entrar e chamar por Jane, ela te ajudará. Preciso ir, espero vê-la novamente.Taylor saiu apressado deixando seu perfume amadeirado envolvente dominar o ambiente. Entrei na pousada e como ele sugeriu, chamei:- Megan? - Confesso que o lugar, embora velho, parecia ser bastante aconchegante.- Olá, olha uma turista. O que atrai você em Newburg? - Uma senhora com os cabelos semi presos e grisalhos se aproximou com um sorriso lindo. Ela estava de vestido e botas e eu queria rir disso, mas me contive, pois era típico de pessoas do interior.- Então ainda estou em Nova Iorque? Pensei estar mais longe, já que dirigi ou após dirigir sem rumo até meu carro zerar o combustível.- Oh querida, vejo sobre você uma nuvem de tristeza, acho que uns dias afastada do centro de Nova Iorque vai te fazer bem - Com um sorriso tímido ela segura minha mão e aperta.- Não discordo, mas e o meu carro? Está parado no meio da rua.- Deixe isso comigo, vou resolver agora - Ela pega o telefone e liga para uma pessoa e explica brevemente sobre meu carro. - Pronto, o problema do seu carro foi resolvido. Você pernoitará aqui?- Eu vou, sim, acho que seguirei seu conselho e ficar alguns dias por aqui, longe da loucura do centro.- Ah, isso é excelente. Realmente você será outra pessoa quando voltar para Nova Iorque.- Aposto que sim - Sorri, desanimada.- Não fique tão triste assim, algo te aconteceu, porém, passará. Sei das coisas, vivi muitos anos e posso afirmar. - A senhora sorriu para tentar me animar e no fim a sua leveza estava me ajudando mesmo.- Sim, eu vou pagar no cartão, estou cansada da viagem, preciso dormir - Entrego o cartão e quando ela foi efetuar o pagamento me analisou sem jeito.- Desculpe querida, mas foi recusado por você estar sem limite."Eu esqueci que estou em ruínas."- Nossa, esqueci desse detalhe, perdão. - Olhei na carteira e tinha $500 dólares. - Irei pagar em dinheiro.
- A noite e tudo que a pensão oferece de refeição, custa $18 dólares. - Ela responde.- Ótimo, ficarei por 15 dias. - É tempo suficiente para refletir em uma solução e depois voltar para o centro do país.Após o pagamento, ela me mostrou um pouco sobre a pensão e me levou para o quarto. Para minha surpresa é tudo bem confortável.- Aurora, sinta-se em casa.- Obrigada, aposto que irei mesmo! Na verdade, eu já me sinto.Antes da Sra. Megan sair, ela fala:- Percebi que está sem roupas, pegarei umas da minha neta, porém, para dormir, tentarei pegar algo do meu neto. - Hesitou, mas voltou a falar: - Não se preocupe, eles vão entender, boa noite, filha, que Deus aquiete seu coração. - terminou de falar e saiu do quarto.- Meu Deus, eu estou fugindo, mas, isso pode me fazer bem...Alguém b**e na porta me despertando do sonho que estava tendo acordada.- Pode entrar! - Autorizo.- Com licença, você deve ser a Aurora, olha minha vó pediu para te dar isso - Uma mulher ruiva com a pele clara entrou no quarto, e pela forma que se apresentou acreditei ser realmente a neta da dona Jane.- Obrigada, mas é emprestada até eu conseguir ir à loja mais próxima amanhã.- Não se preocupe com isso, eu não uso essas roupas, e amanhã, se quiser, posso ir com você.- Isso vai ser bom, pelo menos não me perderia na cidade.- Antes de sair preciso da chave de seu carro, pois é meu namorado que tirará ele da rua.- Claro, onde ele vai ficar? - perguntei preocupada.- Na oficina da esquina, não se preocupe, amanhã te levo lá.- Obrigada.- Espero que você durma bem.- Você também.- Afinal, meu nome é Tiffany . E foi um prazer conhecê-la- O prazer é meu. - Agradecida, sorri.Ela sai, eu vou até o banheiro. Após um banho demorado, vesti uma camisa enorme que servia como camisola."Isso vai servir."Deitei na cama exausta e logo o sono me envolveu. Como de costume por temporada o mesmo sonho invade seus pensamentos. Um homem me seguia até uma rua e eu tento correr desesperadamente, buscando um lugar seguro, mas é como se cada vez mais a escuridão do lugar se tornasse maior e por mais que eu gritasse por socorro ninguém me ouvia.- Acorda, acorda! Calma é só um sonho - Uma voz masculina invadiu meu sonho, mas os braços dele sobre mim, lembravam da noite em que tudo aconteceu.- Me solte, por favor, você não pode fazer aquilo de novo, eu imploro! - Acordo implorando desesperada.- Calma, Aurora, eu não fiz nada. Eu só estava indo para o quarto e escutei você gritando, pensei ser alguém no quarto.- Por favor, saia daqui. Eu imploro! Deixe-me ir! - Comecei gritar e chorar para ele sair do quarto, e bati em seu peitoral até ele sair.- Aurora! - O homem gritava por mim.- Não, não, por quê? Por que comigo? - Me abaixei na porta e comecei a chorar.- Taylor, o que aconteceu? De lá de baixo escutei gritos - ouço vozes pela porta de outras pessoas.- Tata, o que foi isso? Fiquei assustada - A outra mulher falava e eu não sabia o que estava acontecendo e, porque tinha duas mulheres com o homem.- Eu não sei, estava passando para ir ao meu quarto, escutei a nova hóspede gritando, pensei ser alguém no quarto. - Não conseguia raciocinar, então apenas deixei a dor me consumir. Até ele voltar a falar: - Mas ela estava sonhando, tentei ajudar de alguma forma, e ela começou a me expulsar, batendo em mim, gritou e agora está chorando. Não sei explicar o que houve, ela não me deixou ficar para entender.- Aurora? Deixe-me entrar, filha, me conte o que aconteceu - Eu ouvia o que ela dizia, mas não entendia.- Por favor, vão embora... Por favor. - Com a voz embargada pelos soluços, eu pedi mais uma vez.- Vovó, tem algo errado, ela está em choque, eu vou entrar.- Isso, Tatá, entra pela janela e abre a porta, ela não tá bem.Depois de um tempo todos em silêncio ouço alguém em minha varanda, mas eu não tinha forças para correr e fiquei paralisada.- Aurora! - Taylor entra em meu quarto. - Ei, ei, tudo bem, eu sou médico, me conta o que você sente, é dor? - O empurrei, mas Taylor não se mexeu por ser mais forte - Não tem solução a não ser aplicar um calmante em você. Sinto muito, você acordará melhor, eu prometo.Essa foi a última coisa que escutei. Minha vista ficou turva e meus olhos cederam para escuridão total.Aurora BackerAlgumas horas depois acordei em um lugar desconhecido, a luz branca e o ambiente todo claro incomodava meus olhos, olhei em volta e tinha uma mulher negra com o cabelo afro preso em um coque, tinha uma beleza tão natural, sem maquiagem e parecia uma boneca perfeita, ela diz:— Você acordou! Ellie, irei chamar o Dr. Taylor.— Obrigada. Aurora, finalmente! — Ellie se aproximou da cama sorrindo.— O que aconteceu? — pergunto, confusa.— Você não lembra? — Incrédula retribuiu minha pergunta com uma nova.— Não sei, minhas lembranças estão confusas.— Você estava histérica, meu primo tentou ajudar, mas você não estava a fim de conversar, Taylor te deu um calmante e você apagou.— Como assim, histérica? Eu ferir alguém, o que eu fiz? — Nervosa me sento interrogando Ellie.— Você não se lembra mesmo? Você estava maluca, batendo nele, gritando, mandando todos irem embora.— Bom dia, Aurora. Como está se sentindo? — Taylor entrou no quarto cortando o assunto entre mim e Ellie.—
Aurora Backer Após sair da loja onde fui comprar roupas novas, Ellie precisou ir encontrar seu namorado. Aventurei-me a voltar sozinha para a pensão mas infelizmente não contava com dois caras inconvenientes me seguindo. Um carro derrapou na rua até parar ao nosso lado e Taylor saiu dele com um olhar furioso e gritou: — Só vou falar mais uma vez, solte o braço dela agora! Taylor está disposto a lutar pela minha segurança. Um deles aponta uma arma na direção dele, porém o mesmo parece não se importar. — Meu Deus, Taylor! — Grito, assustada. — Calma, está tudo bem, deixem ela vir até mim e eu fingirei que nada disso aconteceu, sou médico e posso ser útil. — Ele tem razão, quando levarmos tiro, ele tratará de nós, é melhor do que ter dois homicídios hoje. — O mais velho parece ter se convencido. — Você tem certeza? — O homem ruivo fica dividido. — Eu ainda não estou acreditando nisso! — Ótimo, eu não sou tão idiota, vamos acabar com ele primeiro — Rindo o velho avança para cima d
Aurora Backer Taylor acabou de me perguntar sobre meu sobrenome. Fazendo com que eu me sinta perdida, porque ao saber meu sobrenome, ele vai descobrir quem sou de verdade. Ou talvez ele não me conheça, mesmo pela mídia. — Vamos, Aurora, qual é o seu sobrenome? — Taylor interroga mais uma vez. — Bom é que… É… — Posso dizer que eu me atropelei em nervosismo. — É...? Sério que tá considerando responder seu nome? — Com os olhos arregalados, pergunta. — Não, não… Bom, é Richards. “Na verdade, é Aurora Backer Richards, mas ele não precisa saber o meu nome do meio. E também não estou mentindo, mas ninguém vai me encontrar na busca por esse nome, pois até a mídia desconhece.” — Aurora Richards, esse nome é forte. O meu é White. — Responde, sorrindo. — Então, agora você quer me chamar pelo meu sobrenome? E eu te chamo pelo seu? Quanta formalidade! — Retruco para cortar o clima. — Eu não disse isso, Richards. Revirei os olhos pela provocação sobre me chamar pelo sobrenome. — Mas pre
Aurora Backer Olhei para ele revoltada e cruzo os braços bem em cima dos meus seios. — Você deveria me agradecer, eu só fiz ajudar. — Taylor encolheu os ombros. — Estou bem! — Resmungo. — Ainda não tenho certeza, mas aqui vai sua calcinha. Ele coloca a calcinha em minhas mãos e sorri. Pulei da pia, Taylor mirou-me com um olhar assassino. — Quem mandou você descer, sua rebelde? — Deixa de reclamar e vamos logo resolver isso! — Sei não, viu! Vamos lá para o quarto. Ele abre a porta do banheiro e eu entro no seu quarto, prestando atenção pela primeira vez nos detalhes rústicos. É todo amadeirado na cor de tronco de árvore, tem uma decoração simples e neutra, mas o que me chama atenção é uma lareira e as janelas enormes. — Nossa, seu quarto é o quarto! — Era dos meus pais quando fundaram a pensão. — A voz dele saiu em um sussurro seco. — Onde estão seus pais? — Mortos! — Respondeu curto e grosso. — Sinto muito… — Acrescento enquanto engulo seco. — Tudo bem, no fim não ti
Aurora Backer — Tudo bem, eu não vi hematomas em meu corpo, só quando penteei o cabelo senti uma leve dor. — Foi um corte, mas o sangue já estancou, então foi superficial, mas você precisa tomar dipirona para aliviar a dor. — Ok, então estou indo para meu quarto. Obrigada por tudo. — Desde quando eu te liberei? — Ué? Você disse que preciso tomar uma dipirona para aliviar a dor. — Porém, eu não olhei seu corte! — Não acho que seja necessário, já que você mesmo disse ser superficial. — Não seja teimosa, o médico, aqui sou eu. — Você é tão autoritário! — Cruzo os braços. — Você demorou muito no ritual da calcinha, tomou um novo banho? — Eu só passei quinze minutos lá. — Soltei uma risada irônica. — Foi mais do que quinze minutos. — Você contou, é? No fim estou aqui, certo? Então agilize logo minha alta. — Bem, você vai dormir comigo essa noite. Preciso te observar de perto. — O quê? — Completamente em choque interrogo. — É para o seu bem, portanto, fique comigo. “Seria
Aurora Backer Acordei com uma pessoa me beijando no ombro. Abrindo os olhos lentamente e deixando a luz do dia penetrar meus olhos, olhei para trás e vi uma bandeja de café da manhã. — Estou saindo para trabalhar, mas trouxe seu café, você precisa se alimentar bem. — Taylor, sorrindo, beija minha bochecha. — Não vá, adoraria passar esse dia com você. — Infelizmente não posso, o dever me chama. Te vejo a noite, e coma! Olho para a bandeja de relance e já observo muita coisa, e por ela estar toda colorida só mostra o cuidado que ele teve para deixar saudável e linda. — Obrigada pelo café da manhã. — Se eu tivesse escolha, passava o dia com você, mas preciso ir, e sobre o café da manhã, trate de comer tudo. — Você dormiu bem? — pergunto ao notar que ele já está pronto. — Sim, foi uma das melhores noites de sono que tive. E você? — Incrivelmente bem, obrigada por cuidar de mim. Pegando uma mecha do meu cabelo enrolando um cacho rebelde no próprio dedo, ele sorrir e fala: — Vo
Aurora Backer Após terminar minha higienização, visto meu vestido verde de alcinha e flores amarelas pequenas espalhadas, penteio os cabelos lentamente e sorri para a Aurora que renascia das cinzas. Saí do banheiro e logo de cara Ellie levantou e exclamou: — Você me deve muitas explicações! — Você é dramática! — rebato. — Eu fui no quarto de Taylor e vi a bandeja de café da manhã, nem para Nadja ele fez isso… “Nem para Nadja?” -— Aurora! — Desperto no segundo em que ela grita. — Você está me ouvindo? — Não grita, Ellie, estou bem do seu lado! — Você ouviu o que eu falei? — Sobre o Taylor não ter levado café da manhã nem para Nadja? — Isso foi no início, o que eu disse depois disso? — É… É… — Cocei os cabelos tentando relembrar. — Você estava no mundo da lua, nem prestou atenção. — Estava em Marte! — Quê? — Pergunta com uma careta engraçada, nariz levemente enrugado e a boca aberta. — Fecha a boca para não entrar mosquitos. — Sorri da sua pose sem sentido, uma mão na ci
Aurora Backer Abrindo os olhos devagar, ainda com a vista embaçada tenho um vislumbre de alguém que beija a minha mão, pisco várias vezes para que minha visão volte a ter clareza e quando tenho esse retorno vejo a primeira pessoa na beira da cama segurando minha mão, Taylor. Naquele mesmo instante sinto o rancor me dominar e grito: — Sai daqui! — Como assim? — Preocupado pergunta. — Como assim? Como assim? — Repito a pergunta várias vezes em um tom alto e claro. — Eu quero que saia do meu quarto! — Você perdeu a memória quando desmaiou? — Tentou alisar meus cabelos, mas eu bati em sua mão. — Não toque em mim! — Exclamei nervosa. — O que aconteceu? — Ele se levanta ainda incrédulo com minha reação. — Não importa, Taylor, só vá embora. Eu me levanto ficando o mais afastada possível dele. Taylor tenta se aproximar, mas levanto minha mão para o impedir e o mesmo reconhece o sinal, e fala: — Não estou entendendo você. — E nem precisa! Ele se aproxima na marra e me puxa pela c