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04 Capítulo | Universo

Aurora Backer 

Taylor acabou de me perguntar sobre meu sobrenome. Fazendo com que eu me sinta perdida, porque ao saber meu sobrenome, ele vai descobrir quem sou de verdade. Ou talvez ele não me conheça, mesmo pela mídia.

— Vamos, Aurora, qual é o seu sobrenome? — Taylor interroga mais uma vez.

— Bom é que… É… — Posso dizer que eu me atropelei em nervosismo.

— É...? Sério que tá considerando responder seu nome? — Com os olhos arregalados, pergunta.

— Não, não… Bom, é Richards. 

“Na verdade, é Aurora Backer Richards, mas ele não precisa saber o meu nome do meio. E também não estou mentindo, mas ninguém vai me encontrar na busca por esse nome, pois até a mídia desconhece.”

— Aurora Richards, esse nome é forte. O meu é White. — Responde, sorrindo.

— Então, agora você quer me chamar pelo meu sobrenome? E eu te chamo pelo seu? Quanta formalidade! — Retruco para cortar o clima.

— Eu não disse isso, Richards.

Revirei os olhos pela provocação sobre me chamar pelo sobrenome.

— Mas prefiro te chamar de linda. 

— Vou acabar acreditando nisso, doutor.

— Que você é linda? Se não acredita, só um conselho, olha seu reflexo e vai entender o quão linda é. — Seu olhar era de pura sinceridade.

— Então vou te chamar de doutor.

— Não aceito esse tratamento vindo de você, me chame como todos, me chame de Tatá ou Tay.

— Não mesmo! Pois não sou todos e a enfermeira sexy já te chama de Tay.

— Isso é ciúme? — Com um sorriso prepotente no rosto, ele me fixa.

— Eu? Ciúmes de você? Me poupe! — respondo dando gargalhadas.

— Confessa… — Estalou os dedos e tornou a falar: — Reconheço ciúmes de longe, Aurora, você não me engana!

— Você está sendo muito presunçoso, doutor. 

— Ok, o que faço para não me chamar de doutor?

— Podíamos ver uma maneira ideal para resolver isso. — Coloquei a mão no queixo e tentei pensar. — Ah, podemos chamar mutualmente do que mais gostamos e iremos evitar brigas.

— Bom, eu gostei dessa proposta. — Sorrindo, Taylor afirma. — Esse é um jeito aleatório, ninguém entenderá e será exclusivamente nosso.

— Tudo bem, escolha como me chamar. — Animada, respondo.

— Escolha sua joia favorita. — Ele espera minha resposta ansioso.

— Safira. 

— Safira? Por quê? — Pergunta intrigado.

— Porque amo essa pedra, significa fidelidade. — Respondo cabisbaixa.

— Eu, com certeza, vou pesquisar sobre ela. — me deu um sorriso branco lindo. 

— E você, o que mais gosta no mundo, Taylor?

— Safiras! — Sua resposta foi objetiva.

Fiquei sem reação, apenas sorrindo sem jeito por essa revelação.

— Como podem ser safiras se você nem sabia o significado? — Bato em seu ombro. — Não vale roubar meu apelido. 

Taylor cobre os olhos com as mãos escondendo-se em derrota, mas ainda assim, sorrindo.

— Tem razão, não posso roubar o seu… — Olhou para o teto do banheiro sorrindo. — Então, universo.  Amo o universo!

— Nossa, acho que seria estranho te chamar de universo. — Ambos demos gargalhadas altas.

— Tem razão, seria super estranho.

— Já sei! — Interrompendo-o, falo: — Escolha um planeta e eu te chamarei por ele.

— Hum, boa ideia. Acho que… — Coça a barba levemente enquanto cerra os olhos para a janela. — Marte.

— Marte? — Pergunto, surpresa.

— Isso, esse planeta é regente do meu signo. 

— Signo? Qual o seu? — Interrompo-o, indagando novamente.

— Isso, Áries.

— Áries? Interessante…

— E o seu? — ele direciona a pergunta para mim.

— Escorpião. 

— Também é regente do fogo, portanto, eu gosto de Marte.

— Interessante, ainda não havia conhecido ninguém de Áries, achava pessoas desse signo raras.

— Eu não posso dizer o mesmo, infelizmente conheci muita gente de Áries e, ora eu me dava super bem, outrora me dava muito mal pelo lado emocional.

Soltei uma risada alta e descontrolada.

— Os arianos têm famas bem complexas, mesmo! — Declaro ainda rindo.

— Ah, como se os escorpianos fossem perfeitos. — Ele retrucou gesticulando excessivamente com as mãos em provocação.

— Somos perfeitos, vocês arianos não nos seguem.

— É mesmo? Engraçado, Áries é o signo topo, ou seja, quem lidera. 

— Você chega a ser engraçado, Taylor, somos um dos signos mais fortes do zodíaco. Não precisamos de líder! — Soletro a frase final.

— Então anda muito desinformada! — Ele retruca com ar de superioridade.

— Desinformada? 

— Exatamente, cuidado com os narcisistas que te deixaram com essa ideia de poder. Isso faz mal! 

— Agora estou confusa, você se acha o líder e no fim sou a narcisista? 

— Bem, eu só disse a verdade sobre mim! Quanto a você, passa bem.

— Ah, como você manipula tudo ao seu favor, Marte!

— Olha, usando o novo apelido? Gostei, Safira! 

“Eu gosto dessa leveza que ele conseguiu me passar, por hora até me acalmei mais sobre a tentativa de homicídio que sofremos.”

— Taylor, obrigada por toda ajuda! 

— Você não precisa me agradecer nada! — Segurou minha mão e apertou levemente.

— Agora acho que agora preciso vestir uma roupa seca. — Falei com a voz tremida por sentir meus dentes baterem pelo frio.

— Claro, deixa eu pegar a toalha. — Levantou do chão e pegou a toalha branca, que estava pendurada na porta. — Aqui.

Fiquei em pé ainda na banheira e segurei a toalha, me enroscando rápido para acalmar o frio.

— Você não vai tirar a lingerie molhada? — Apontando para meu corpo com o dedo indicador, Taylor pergunta.

— Na sua frente? — respondo com uma nova pergunta.

— Na minha frente! — Afirmou.

— Não mesmo! 

— Você quer cair e bater a cabeça?

— Por que eu cairia? Faça-me o favor!

— Deixa de ser teimosa, eu vou virar de costas. 

— Então vira logo! — Ordeno.

— Ok! Ok!

Taylor se virou de costas para mim. Enrosquei-me na toalha e comecei a tirar o sutiã, depois fui tirar a calcinha, passei pelo meu primeiro pé e depois tentei no segundo, mas escorreguei. Teria sido um tombo terrível se Taylor não tivesse um bom reflexo e me segurado. 

Nossos olhos ficaram presos reciprocamente nesta cena onde eu me via seminua em seus braços fortes e quentes. Aquele brilho azul profundo de seus olhos me fazia flutuar em um céu infinito. Quebrando todo o clima, Taylor fala:

— Eu disse que você poderia cair!

— Você estava me desejando mal? 

— Óbvio que não! Mas era provável, você estava se trocando usando uma toalha, para que tanto sacrifício? 

— Como sabe que me despi usando a toalha? 

— É, é… — Suas bochechas coram enquanto ele busca argumentos…

— Ah, não ser que, você estava me olhando por algum lugar! — Dou socos em seu peito para me soltar e grito: — Seu safado! 

Taylor me pegou nos braços e me jogou na parede instantaneamente. 

— Se acalme, eu não vi nada mesmo… E mesmo que visse, você tem o que toda mulher tem, ou estou errado? 

Ele me pegou no braço e me sentou na pia de mármore, se abaixou na minha frente e tirou a calcinha em que estava enrolada no meu pé esquerdo. 

— Você é um safado! — Sussurrei de maneira tão baixa que seria impossível de ouvir.

— Eu estava apenas conferindo se não iria cair. E olha que deu certo! 

“Como ele me ouviu? Eu sussurrei!“

Sol Bellini

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