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05 Capítulo | Ritual da Calcinha

Aurora Backer

Olhei para ele revoltada e cruzo os braços bem em cima dos meus seios.

— Você deveria me agradecer, eu só fiz ajudar. — Taylor encolheu os ombros.

— Estou bem! — Resmungo. 

— Ainda não tenho certeza, mas aqui vai sua calcinha.

Ele coloca a calcinha em minhas mãos e sorri. Pulei da pia, Taylor mirou-me com um olhar assassino.

— Quem mandou você descer, sua rebelde?

— Deixa de reclamar e vamos logo resolver isso!

— Sei não, viu! Vamos lá para o quarto.

Ele abre a porta do banheiro e eu entro no seu quarto, prestando atenção pela primeira vez nos detalhes rústicos. É todo amadeirado na cor de tronco de árvore, tem uma decoração simples e neutra, mas o que me chama atenção é uma lareira e as janelas enormes.

— Nossa, seu quarto é o quarto! 

— Era dos meus pais quando fundaram a pensão. — A voz dele saiu em um sussurro seco.

— Onde estão seus pais?

— Mortos! — Respondeu curto e grosso.

— Sinto muito… — Acrescento enquanto engulo seco.

— Tudo bem, no fim não tinha como você saber. — Ele termina de falar e j**a a camisa que anteriormente ele havia separado para mim.

Peguei a camisa e saí andando em direção a porta.

— Onde pensa que vai? — Taylor me chama cortando meu momento de partida. — Não te examinei ainda.

— Ué? Vou me trocar.

— E não pode se trocar aqui? Vou tomar banho, você terá meu quarto só para você.

— É que preciso de calcinha e sutiã. Não posso usar apenas uma camisa sem nada embaixo.

— Não posso negar que sou a favor da camisa sem nada embaixo.

— Hum, já imaginava algo assim, garanhão, volto em 15 minutos. — Falo sorrindo.

— Por que precisa de tanto tempo assim para por uma calcinha?

— Bom, preciso escolher, também necessito pentear meu cabelo e vou esperar você terminar de tomar seu banho para voltar.

— Quem diria que para por uma calcinha precisasse desse ritual todo, se para retirar em 1 segundo resolvo. 

— Aposto que sim, Marte! — Contive o sorriso que eu queria dar.

— Isso mesmo, continue me provocando, safira.

Nós nos provocamos com nossos apelidos, em seguida eu saí do quarto dele e segui para o ritual da calcinha como Taylor havia nomeado.

Passei por tanta coisa hoje, mas a conversa com Taylor foi tão leve e gostosa, fazendo-me sorrir só em lembrar dele…

Abri a porta do meu quarto e entrei. Joguei-me na cama sorrindo, olhando o teto

“Taylor é um cara legal, eu só tive um amigo que me fizesse sorrir assim… John, meu melhor amigo e marido.“

Lembrar de John me afeta, depois de tudo o que passamos juntos, eu me sinto decepcionada. Infelizmente, por conta do seu vício em jogos, nos deixou na mão. Mesmo com tudo isso, eu amo o John, mas não como homem, e sim como amigo.

No ano em que meu pai morreu fui adotada pela família Cullen, os pais do John tinham uma espécie de contrato com meu pai. No dia em que eu completasse dezoito anos deveria me casar com o filho deles, que no que lhe concerne, era meu melhor amigo, John Cullen.

“Lembro desse dia como se fosse ontem.”

John e eu ficamos muito mal por esse casamento forçado.  Nunca foi minha intenção casar-me com ele, John sempre foi como um irmão, e nunca tivemos nada sexual, era um casamento manipulado por nossos pais para conseguir aumentar seus impérios, meu pai com seu trono em Safiras e o pai do John a rede de restaurantes tailandeses. Duas famílias poderosas se tornam os maiores tubarões dos negócios nas Américas por via um casamento de faixada.

Passo as mãos no rosto, me livrando das lembranças que me rondavam. Me sento então na cama olhando as bolsas de compras que fiz hoje mais cedo.

— Calcinha, preciso pegar uma e vestir.

Ao mencionar calcinha me pego rindo por lembrar de Taylor ao nomear minha demora no ritual da calcinha. 

“Eu gosto da vibe dele, Taylor parece um príncipe de tão lindo, o sorriso é encantador, a voz é levemente rouca e o olhar, ah, o olhar me deixa perdida como se eu tivesse me embriagado.” 

— Ah, Taylor, você é tão bom.

Peguei a camisa que ele me deu e inalei o seu cheiro que era picante e amadeirado, me lembrando assim a selva, um cheiro selvagem. Levantei, tirei a toalha e vesti a camisa e em seguida a calcinha. 

Olhei no espelho e meus cachos estavam super bagunçados.

— Nossa, como eu estava tão destruída? 

Peguei um pente e passei, mas esqueci o corte que levei e passei bem em cima da ferida.

— Ai, que merda!

Voltei a pentear com mais calma e cuidado para evitar me machucar e não ficar com os cabelos cheios de nó.

— Pronto, o ritual da calcinha acabou! 

Sorrio como boba para o espelho.

— Pare com isso, Aurora, ele só está sendo gentil. Bato na minha cara de idiota e sorrio. 

— Ok, recomponha-se! 

Fui em direção a minha porta e saí, passei pelo corredor, cerca de três metros até onde se encontrava a porta de Taylor que já estava entreaberta, entrei e a visão que tive foi dele usando apenas uma toalha, era quase impossível meus olhos não descerem para o “v” do seu abdômen.

Respirei fundo conforme ele me olhou descendo os olhos sobre meu corpo, acho que nessa hora perdi totalmente o controle de andar, pois eu sentia uma fraqueza nas minhas pernas só pelo seu olhar me queimar.

— Aurora! — Taylor me chama.

Piscando várias vezes posso notar outro homem no quarto, ele estava sentado na poltrona, usava uniforme policial e como já o havia visto de longe, deduzo ser o Mike, namorado da Ellie. Ele é negro, mesmo sentado posso estimar sua altura para um metro e noventa, um pouco maior que Taylor, que no meu ponto de vista chegava aproximadamente em um metro e oitenta, pois tenho um metro e sessenta para o encarar, olho sempre para cima.

— Sou o Mike! — O homem se levanta provando a teoria do seu tamanho e me oferece a mão.

— Prazer, Mike. Sou Aurora… — Retribuo seu aperto de mão que é firme e dominante. 

— Aurora, o Mike é xerife da cidade e por isso ele veio, é o namorado da Ellie. — Interrompendo, Taylor fala.

Me afasto de Mike e olho para Taylor que me fixa estranho e posso dizer até que meio desconfortável.

— É um prazer conhecê-la mesmo nessas circunstâncias tristes. — Mike afirma.

— Sim, infelizmente. — Confirmo.

— Bom, enquanto eu estava aqui com o Taylor, ele me adiantou as coisas. Sinto muito pelo que passou. Garanto que vamos pegá-los!

— Sim, eu faço questão de participar. — Apertando o punho, Taylor interrompe.

— Agressor não se cria em Newburgh! — Mike exclama.

— Agora, Aurora, você pode descansar, o retrato falado já está comigo, irei prender esses caras quanto antes!

— Você fez o desenho dos dois?

— Taylor me adiantou quem eram e suas características e por coincidência já tenho muitas denúncias registradas contra esses caras. 

— E por que ainda não os prendeu?

— Calma, Aurora, o Mike só está ajudando.

— Relaxe, é comum essa indignação por parte de uma vítima. Aurora, esses caras são como ratos-de-esgoto, muito inteligentes.

— Espero que a polícia seja mais, confesso que essa noite me assustou, pois eles tentaram ferir Taylor.

— Não só a mim, não gosto nem de pensar nas maldades que eles adorariam fazer com você.

Baixo a cabeça em aflição, fecho os olhos com força.

— Ei, ei, está tudo bem! — Taylor fala enquanto segura meu rosto com suas duas mãos me forçando a olhar para ele. — Eles vão pagar.

— Com licença! — Mike interrompe tossindo. — Irei ver a Ellie, mas já deixo claro que farei o possível para pôr esses dois atrás das grades quanto antes.

— Obrigado, Mike, eu também preciso olhar o ferimento da Aurora. Mais uma vez obrigado, meu amigo! — Taylor se afasta de mim e sorri para o amigo.

— Obrigada, Mike. — Agradeço em seguida.

— Por nada, melhoras com o corte e até breve. 

Mike saiu do quarto e fechou a porta, Taylor ainda não convencido tranca com chave.

— Por que trancou? Acha que vou fugir? 

— Não quero ser atrapalhando enquanto te examino. 

Sol Bellini

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