Aurora Backer
Olhei para ele revoltada e cruzo os braços bem em cima dos meus seios.
— Você deveria me agradecer, eu só fiz ajudar. — Taylor encolheu os ombros.
— Estou bem! — Resmungo.
— Ainda não tenho certeza, mas aqui vai sua calcinha.
Ele coloca a calcinha em minhas mãos e sorri. Pulei da pia, Taylor mirou-me com um olhar assassino.
— Quem mandou você descer, sua rebelde?
— Deixa de reclamar e vamos logo resolver isso!
— Sei não, viu! Vamos lá para o quarto.
Ele abre a porta do banheiro e eu entro no seu quarto, prestando atenção pela primeira vez nos detalhes rústicos. É todo amadeirado na cor de tronco de árvore, tem uma decoração simples e neutra, mas o que me chama atenção é uma lareira e as janelas enormes.
— Nossa, seu quarto é o quarto!
— Era dos meus pais quando fundaram a pensão. — A voz dele saiu em um sussurro seco.
— Onde estão seus pais?
— Mortos! — Respondeu curto e grosso.
— Sinto muito… — Acrescento enquanto engulo seco.
— Tudo bem, no fim não tinha como você saber. — Ele termina de falar e j**a a camisa que anteriormente ele havia separado para mim.
Peguei a camisa e saí andando em direção a porta.
— Onde pensa que vai? — Taylor me chama cortando meu momento de partida. — Não te examinei ainda.
— Ué? Vou me trocar.
— E não pode se trocar aqui? Vou tomar banho, você terá meu quarto só para você.
— É que preciso de calcinha e sutiã. Não posso usar apenas uma camisa sem nada embaixo.
— Não posso negar que sou a favor da camisa sem nada embaixo.
— Hum, já imaginava algo assim, garanhão, volto em 15 minutos. — Falo sorrindo.
— Por que precisa de tanto tempo assim para por uma calcinha?
— Bom, preciso escolher, também necessito pentear meu cabelo e vou esperar você terminar de tomar seu banho para voltar.
— Quem diria que para por uma calcinha precisasse desse ritual todo, se para retirar em 1 segundo resolvo.
— Aposto que sim, Marte! — Contive o sorriso que eu queria dar.
— Isso mesmo, continue me provocando, safira.
Nós nos provocamos com nossos apelidos, em seguida eu saí do quarto dele e segui para o ritual da calcinha como Taylor havia nomeado.
Passei por tanta coisa hoje, mas a conversa com Taylor foi tão leve e gostosa, fazendo-me sorrir só em lembrar dele…
Abri a porta do meu quarto e entrei. Joguei-me na cama sorrindo, olhando o teto.
“Taylor é um cara legal, eu só tive um amigo que me fizesse sorrir assim… John, meu melhor amigo e marido.“
Lembrar de John me afeta, depois de tudo o que passamos juntos, eu me sinto decepcionada. Infelizmente, por conta do seu vício em jogos, nos deixou na mão. Mesmo com tudo isso, eu amo o John, mas não como homem, e sim como amigo.
No ano em que meu pai morreu fui adotada pela família Cullen, os pais do John tinham uma espécie de contrato com meu pai. No dia em que eu completasse dezoito anos deveria me casar com o filho deles, que no que lhe concerne, era meu melhor amigo, John Cullen.
“Lembro desse dia como se fosse ontem.”
John e eu ficamos muito mal por esse casamento forçado. Nunca foi minha intenção casar-me com ele, John sempre foi como um irmão, e nunca tivemos nada sexual, era um casamento manipulado por nossos pais para conseguir aumentar seus impérios, meu pai com seu trono em Safiras e o pai do John a rede de restaurantes tailandeses. Duas famílias poderosas se tornam os maiores tubarões dos negócios nas Américas por via um casamento de faixada.
Passo as mãos no rosto, me livrando das lembranças que me rondavam. Me sento então na cama olhando as bolsas de compras que fiz hoje mais cedo.
— Calcinha, preciso pegar uma e vestir.
Ao mencionar calcinha me pego rindo por lembrar de Taylor ao nomear minha demora no ritual da calcinha.
“Eu gosto da vibe dele, Taylor parece um príncipe de tão lindo, o sorriso é encantador, a voz é levemente rouca e o olhar, ah, o olhar me deixa perdida como se eu tivesse me embriagado.”
— Ah, Taylor, você é tão bom.
Peguei a camisa que ele me deu e inalei o seu cheiro que era picante e amadeirado, me lembrando assim a selva, um cheiro selvagem. Levantei, tirei a toalha e vesti a camisa e em seguida a calcinha.
Olhei no espelho e meus cachos estavam super bagunçados.
— Nossa, como eu estava tão destruída?
Peguei um pente e passei, mas esqueci o corte que levei e passei bem em cima da ferida.
— Ai, que merda!
Voltei a pentear com mais calma e cuidado para evitar me machucar e não ficar com os cabelos cheios de nó.
— Pronto, o ritual da calcinha acabou!
Sorrio como boba para o espelho.
— Pare com isso, Aurora, ele só está sendo gentil. Bato na minha cara de idiota e sorrio.
— Ok, recomponha-se!
Fui em direção a minha porta e saí, passei pelo corredor, cerca de três metros até onde se encontrava a porta de Taylor que já estava entreaberta, entrei e a visão que tive foi dele usando apenas uma toalha, era quase impossível meus olhos não descerem para o “v” do seu abdômen.
Respirei fundo conforme ele me olhou descendo os olhos sobre meu corpo, acho que nessa hora perdi totalmente o controle de andar, pois eu sentia uma fraqueza nas minhas pernas só pelo seu olhar me queimar.
— Aurora! — Taylor me chama.
Piscando várias vezes posso notar outro homem no quarto, ele estava sentado na poltrona, usava uniforme policial e como já o havia visto de longe, deduzo ser o Mike, namorado da Ellie. Ele é negro, mesmo sentado posso estimar sua altura para um metro e noventa, um pouco maior que Taylor, que no meu ponto de vista chegava aproximadamente em um metro e oitenta, pois tenho um metro e sessenta para o encarar, olho sempre para cima.
— Sou o Mike! — O homem se levanta provando a teoria do seu tamanho e me oferece a mão.
— Prazer, Mike. Sou Aurora… — Retribuo seu aperto de mão que é firme e dominante.
— Aurora, o Mike é xerife da cidade e por isso ele veio, é o namorado da Ellie. — Interrompendo, Taylor fala.
Me afasto de Mike e olho para Taylor que me fixa estranho e posso dizer até que meio desconfortável.
— É um prazer conhecê-la mesmo nessas circunstâncias tristes. — Mike afirma.
— Sim, infelizmente. — Confirmo.
— Bom, enquanto eu estava aqui com o Taylor, ele me adiantou as coisas. Sinto muito pelo que passou. Garanto que vamos pegá-los!
— Sim, eu faço questão de participar. — Apertando o punho, Taylor interrompe.
— Agressor não se cria em Newburgh! — Mike exclama.
— Agora, Aurora, você pode descansar, o retrato falado já está comigo, irei prender esses caras quanto antes!
— Você fez o desenho dos dois?
— Taylor me adiantou quem eram e suas características e por coincidência já tenho muitas denúncias registradas contra esses caras.
— E por que ainda não os prendeu?
— Calma, Aurora, o Mike só está ajudando.
— Relaxe, é comum essa indignação por parte de uma vítima. Aurora, esses caras são como ratos-de-esgoto, muito inteligentes.
— Espero que a polícia seja mais, confesso que essa noite me assustou, pois eles tentaram ferir Taylor.
— Não só a mim, não gosto nem de pensar nas maldades que eles adorariam fazer com você.
Baixo a cabeça em aflição, fecho os olhos com força.
— Ei, ei, está tudo bem! — Taylor fala enquanto segura meu rosto com suas duas mãos me forçando a olhar para ele. — Eles vão pagar.
— Com licença! — Mike interrompe tossindo. — Irei ver a Ellie, mas já deixo claro que farei o possível para pôr esses dois atrás das grades quanto antes.
— Obrigado, Mike, eu também preciso olhar o ferimento da Aurora. Mais uma vez obrigado, meu amigo! — Taylor se afasta de mim e sorri para o amigo.
— Obrigada, Mike. — Agradeço em seguida.
— Por nada, melhoras com o corte e até breve.
Mike saiu do quarto e fechou a porta, Taylor ainda não convencido tranca com chave.
— Por que trancou? Acha que vou fugir?
— Não quero ser atrapalhando enquanto te examino.
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Aurora Backer — Tudo bem, eu não vi hematomas em meu corpo, só quando penteei o cabelo senti uma leve dor. — Foi um corte, mas o sangue já estancou, então foi superficial, mas você precisa tomar dipirona para aliviar a dor. — Ok, então estou indo para meu quarto. Obrigada por tudo. — Desde quando eu te liberei? — Ué? Você disse que preciso tomar uma dipirona para aliviar a dor. — Porém, eu não olhei seu corte! — Não acho que seja necessário, já que você mesmo disse ser superficial. — Não seja teimosa, o médico, aqui sou eu. — Você é tão autoritário! — Cruzo os braços. — Você demorou muito no ritual da calcinha, tomou um novo banho? — Eu só passei quinze minutos lá. — Soltei uma risada irônica. — Foi mais do que quinze minutos. — Você contou, é? No fim estou aqui, certo? Então agilize logo minha alta. — Bem, você vai dormir comigo essa noite. Preciso te observar de perto. — O quê? — Completamente em choque interrogo. — É para o seu bem, portanto, fique comigo. “Seria
Aurora Backer Acordei com uma pessoa me beijando no ombro. Abrindo os olhos lentamente e deixando a luz do dia penetrar meus olhos, olhei para trás e vi uma bandeja de café da manhã. — Estou saindo para trabalhar, mas trouxe seu café, você precisa se alimentar bem. — Taylor, sorrindo, beija minha bochecha. — Não vá, adoraria passar esse dia com você. — Infelizmente não posso, o dever me chama. Te vejo a noite, e coma! Olho para a bandeja de relance e já observo muita coisa, e por ela estar toda colorida só mostra o cuidado que ele teve para deixar saudável e linda. — Obrigada pelo café da manhã. — Se eu tivesse escolha, passava o dia com você, mas preciso ir, e sobre o café da manhã, trate de comer tudo. — Você dormiu bem? — pergunto ao notar que ele já está pronto. — Sim, foi uma das melhores noites de sono que tive. E você? — Incrivelmente bem, obrigada por cuidar de mim. Pegando uma mecha do meu cabelo enrolando um cacho rebelde no próprio dedo, ele sorrir e fala: — Vo
Aurora Backer Após terminar minha higienização, visto meu vestido verde de alcinha e flores amarelas pequenas espalhadas, penteio os cabelos lentamente e sorri para a Aurora que renascia das cinzas. Saí do banheiro e logo de cara Ellie levantou e exclamou: — Você me deve muitas explicações! — Você é dramática! — rebato. — Eu fui no quarto de Taylor e vi a bandeja de café da manhã, nem para Nadja ele fez isso… “Nem para Nadja?” -— Aurora! — Desperto no segundo em que ela grita. — Você está me ouvindo? — Não grita, Ellie, estou bem do seu lado! — Você ouviu o que eu falei? — Sobre o Taylor não ter levado café da manhã nem para Nadja? — Isso foi no início, o que eu disse depois disso? — É… É… — Cocei os cabelos tentando relembrar. — Você estava no mundo da lua, nem prestou atenção. — Estava em Marte! — Quê? — Pergunta com uma careta engraçada, nariz levemente enrugado e a boca aberta. — Fecha a boca para não entrar mosquitos. — Sorri da sua pose sem sentido, uma mão na ci
Aurora Backer Abrindo os olhos devagar, ainda com a vista embaçada tenho um vislumbre de alguém que beija a minha mão, pisco várias vezes para que minha visão volte a ter clareza e quando tenho esse retorno vejo a primeira pessoa na beira da cama segurando minha mão, Taylor. Naquele mesmo instante sinto o rancor me dominar e grito: — Sai daqui! — Como assim? — Preocupado pergunta. — Como assim? Como assim? — Repito a pergunta várias vezes em um tom alto e claro. — Eu quero que saia do meu quarto! — Você perdeu a memória quando desmaiou? — Tentou alisar meus cabelos, mas eu bati em sua mão. — Não toque em mim! — Exclamei nervosa. — O que aconteceu? — Ele se levanta ainda incrédulo com minha reação. — Não importa, Taylor, só vá embora. Eu me levanto ficando o mais afastada possível dele. Taylor tenta se aproximar, mas levanto minha mão para o impedir e o mesmo reconhece o sinal, e fala: — Não estou entendendo você. — E nem precisa! Ele se aproxima na marra e me puxa pela c
Aurora Backer Direciono meus olhos para ele e rebato completamente chateada, expondo a raiva que sinto por ele trazer Nadja para a pensão. — Você falou que iria tratá-la como rainha e ela sentaria em seu trono. — Abro os olhos e retiro sua mão do meu rosto. — Me arrependi no momento que falei isso, meu ego não aguentou ser chamado de arrogante, presunçoso. — Ele suspira quando termina de falar. — Não me chame mais assim, e sinto muito por ferir seus sentimentos. Olho para Taylor sorrindo como idiota, ele pega uma mecha de meu cabelo molhado e põe atrás da minha orelha. Aproximando nossos rostos, ele fala baixo e rouco: — Você nem sabe o que planejei para você, mas infelizmente os planos foram outros no fim. — Encosta a testa na minha. — Posso ao menos te beijar? Consinto com a cabeça e a mágica acontece. É um beijo intenso, chega a doer pelo medo de que tudo fosse possível se acabar ali, no carro de Taylor. Sem fôlego pelo beijo, meu corpo chama pelo de Taylor, e o dele chama
Taylor White Nunca pensei que uma mulher conseguisse penetrar meus pensamentos como Aurora se torna dona deles, seus olhos cor de mel me fodem instantaneamente, os seus cabelos ondulados me lembram o oceano e o seu cheiro a primavera, sua pele parda brilha sobre a luz levemente amarela do carro. Ela era incrível e não havia palavras para descrever. — Taylor! — Geme meu nome com uma voz angelical, trêmula e baixa por tantas sensações novas. Seus lábios pequenos se encaixam nos meus para um beijo, meu pensamento permanece o único. “Ah, como sou viciado nos lábios dessa mulher, tão suaves e macios.” Minhas mãos tocaram todo o contorno do seu corpo que com certeza foi esculpido por anjos, ela era tão pura. Uma terra inabitada. “Como um homem casa e não toca na esposa? E qual o idiota que a fez ter uma memória triste quanto ao sexo?” “Essa mulher não tem defeitos, é a minha tentação”. Deito Aurora sobre o banco e pela primeira vez tenho um novo ângulo do seu corpo seminu. Auro
Aurora Backer Não sei ao certo que horas eram quando acordei e estava deitada no peito de Taylor, levantei a cabeça para vê-lo e parei admirada com sua beleza matinal, cabelos levementes bagunçados, seus lábios bem desenhados e sua barba por fazer o deixava em um tom sexy, Taylor é o homem mais lindo que eu já vi na minha vida. Olho em volta no mesmo momento que sentei segurando o lençol em meus seios e pela primeira vez as cenas da noite anterior penetram meus pensamentos fazendo-me sorrir, a forma como ele me amou, como me tocou e cada palavra dita. Cortando absolutamente o clima romântico espirro acordando Taylor. — Bom dia, linda. — Ele se espreguiça e sorri. — Bom dia. — Dou um final a minha frase com um espirro o que leva Taylor levantar. — Minha safira, ficou doente? — Pergunta preocupado enquanto alisa minha nuca com uma de suas mãos. — Não, estou bem. — E mais uma vez espirro para deixá-lo mais preocupado. — Estou vendo, acho que esqueceu que sou médico. — Não é para
Aurora Backer Com muitas dores no corpo e calafrios, passei o dia na base de dipirona. Comi uma sopa que Dona Jane fez de legumes e passei o dia na cama deitada, a porta do quarto abre, mas estou tão fraca para ver quem é que apenas permaneço quietinha. Até que, ouço uma voz feminina. — Olá, Taylor não virá aqui, pois ele está trabalhando e vai chegar cansado e ir para nosso quarto, mas passei para ver sua pressão. — Abro os olhos para ver Nadja com um sorriso prepotente. — Não preciso de ajuda. — Forço uma resposta. — Então o problema é seu, tentei ajudar! — Caminha em direção a porta. — O que está fazendo aqui? — A voz de Taylor invadiu meus ouvidos enviando resposta direta para meu coração que pulou. — Vim ver como ela estava. — A sonsa da Nadja responde. — Vá para meu quarto e você já sabe do que conversamos hoje. “O quê? Será que voltaram?” Eu não vi a cena, mas ouvi. Apenas me encolhi um pouco mais no edredom. Acredito que ela foi embora, sei que ele fechou a porta, poi