Assim como da última vez que nos vimos, Ada anda até mim com passos confiantes. O terrível é que agora ela está na minha casa. Eu jurei pra mim mesmo que ela nunca colocaria os pés novamente em um lugar que fosse meu. E aqui está ela. Dentro da porra da minha sala.— Você tem um belo lugar aqui Nick. — ela diz olhando ao redor — Quase tão belo quanto o nosso apartamento na Quinta Avenida.Olho para ela soltando fogo pelos olhos. Eu não acredito que ela está mencionando a porra daquele lugar. Deus me ajude aqui, por favor.Fecho os olhos e os punhos com tanta força que na certa, os nós dos meus dedos devem estar brancos. Não tenho nada para ela senão raiva. Eu não tenho nenhum controle dos meus sentimentos quando ela está por perto. Mas eu tenho que me controlar por causa da Ellen. Ellen? Onde ela está? Abro os olhos e procuro por ela. Encontro-a com o olhar, parada na porta da sala olhando para nós. Provavelmente a infeliz da Ada passou por ela sem nem ao menos se apresentar e isso de
— Como achou minha casa? — pergunto durante a minha contagem. Considerando que eu nunca lhe disse o endereço, é curioso que ela tenha me achado. A menos que ela esteja me seguindo como fez outro dia.— O Julian me contou.— São amiguinhos agora? — Porra pai.— Nicholas seu pai e eu sempre fomos. Você sabe disso.— Você tem um minuto para sair pela mesma porta que entrou, Ada.— Não me ameace Nick. Você sabe que isso não funciona comigo. Não desde o que você fez com o Eric.Porra. Porque ela tinha que falar do Eric? Eric é a razão de toda a minha culpa. Foi por causa dele que eu desmoronei.[...] — Filho, o que você fez? — perguntou o meu pai quando entrei da delegacia algemado.— Pai, eu... eu sinto muito. Por favor, diga a ela que eu sinto muito.— Você não tem ideia da loucura que fez? — Pai, eu não sabia. Eu não fazia ideia. [...]— Você não pode fazer isso. Você não... — digo com os olhos fechados e a cabeça baixa. —Você não tem o direito Ada.— Eu tenho todo o direito e você sab
Com raiva, pego uma das garrafas de Bourbon e a encaro por um tempo antes de ter um impulso violento de quebrar tudo e todos que aparecerem na minha frente.— Porra. — jogo a garrafa com força na parede estilhaçando-a. O cheiro de álcool levanta e invade minhas narinas. — Porra.Saio da adega com outra garrafa na mão e nem ao menos pego um copo para beber. Abro e dou um longo gole no gargalo mesmo. Não sei de quem eu tenho mais raiva. Dela por estar de volta ou de mim por ser tão fraco.— Porra. Porra. Porra. — dou um soco com toda a força que eu tenho na parede da cozinha, o que produz um som bem alto.Não me admiro nem um pouco quando vejo Ellen em pé e ofegante olhando para mim da entrada da cozinha quando me viro.— Nick, o que houve? — ela pergunta se aproximando. Eu levanto uma mão para que ela fique longe, mas ela não atende e vem mesmo assim.— Ellen, não. — digo fechando os olhos. Ela toca o meu peito com as mãos espalmadas e acaricia com a ponta dos dedos — Porra Ellen, eu d
É inacreditável a audácia dessa mulher.— Eu tentei assimilar quem era ela porque você nunca me falou a respeito e...— E o quê?— Percebi que deveria ser a ela a mulher responsável por tudo. Foi ela quem acabou com você não foi?Tinham várias respostas para essa pergunta, mas optei pela mais simples.— Sim.— Desculpe ter te beijado na frente dela, eu não consegui me controlar. Fiquei com raiva pelo que ela disse.— Não se preocupe Ellen. — sorrio pra ela — Eu gostei do que você fez. Ada precisava saber que não significa mais nada pra mim.— Mas não era eu a pessoa a mostrar isso a ela. Tinha que ser você. — ela se deita de novo olhando para o teto. E o contato entre nós se foi. Ela agora está com os braços cruzados sobre os seios e de alguma forma, distante.— Eu disse a ela, Ellen.— Sei. — ela não está acreditando.— Não acredita em mim?— Fica difícil de acreditar já que você a beijou.— Como você sabe disso? Estava espionando?— Claro que não. Não seja ridículo. — ela fala meio
— Tá bom. Não é tão pequeno. — sorrio — Não é como se eu já tivesse visto muitos disso aí por aí, mas o seu na certa deve ganhar de todos os outros. — ela sorri.— Sabe Ellen, eu acho que você está bastante esquecida do tamanho. Você o viu hoje de manhã e já precisa que eu te lembre? — encosto-a na parede e olho ao redor para ver se tem alguém por perto. Não tem. Ótimo. — Acho que devo te dar uma demonstração novamente. Talvez eu tenha que te fazer senti-lo até que você nunca mais se esqueça do seu tamanho. — beijo seu pescoço — E nem do que ele faz.— Nick, estamos no seu trabalho. — mordo sua orelha e ela geme baixinho — Você tem aula para dar.— Tenho outras coisas para dar. Tipo prazer, eu sou ótimo nisso. — ela visivelmente engole — E além do mais, eu ainda tenho quinze minutos até a próxima aula. Dá para te fazer gozar pelo menos duas vezes.— Nick...— E aí? — lambo os lábios sob o olhar desejoso dela — Topa?Ela me encara por alguns segundos, lambendo os lábios e com os olhos
Chegamos à minha clínica um pouco antes da duas da tarde. No caminho do Sunrise até aqui, Ellen não para de falar nem um minuto sobre seu novo trabalho e em como está empolgada. Ela também distribui beijos pelo meu rosto e boca a todo tempo como sinal de agradecimento, gesto esse que me deixa duro. É claro. Uma única linha de tristeza cruza seus olhos quando ela me fala sobre seu bom amigo Tyler. Segundo ela, o blog do tal Will está fora do ar e ela não conseguiu encontrá-lo, o que para ela significa que ela perdeu seu companheiro. Para mim, só significa que eu terei um pouco mais de trabalho para cumprir minha promessa de trazê-lo de volta para ela. A distância ou o não conhecimento da localização do tal sujeito não serão um empecilho no meu caminho. Eu sei a quem recorrer para pedir ajuda em encontrar alguém.Quando colocamos os pés fora do carro na frente da clínica, o queixo de Ellen quase bate no chão de concreto do estacionamento, totalmente embasbacada com a visão á sua frente.
Olho no meu relógio e vejo que já passou da hora de sair. São quase sete e meia e eu tenho um compromisso com a minha menina e uma senhorinha.— Bom Rob, eu tenho um compromisso com a Ellen agora. — digo sorrindo e abrindo a porta — É melhor irmos. — faço uma careta ao passar as mãos pelo pescoço.— Claro. O que há com o seu pescoço? — ele pergunta com as sobrancelhas franzidas, mas um toque de sarcasmo na voz e no olhar.— Dia puxado meu amigo, dia puxado. — ele sai sorrindo e eu o sigo.— O que acha de jantarmos em um lugar bem legal para comemorar seu novo emprego? — pergunto a Ellen assim que tiro o carro do estacionamento.— Não acho que esteja vestida de acordo para um jantar em um lugar legal. — ergo a sobrancelha questionando e ela vira os olhos — Te conhecendo, provavelmente você vai querer ir a um restaurante fino e não há nada de errado com sua camisa de marca e seu jeans caríssimo, eu por outro lado não estou tão bem com uma regata e um short que só cobre metade da minha c
Sinto o ar sendo solto dos seus pulmões com menos força do que antes. Continuamos abraçados por um tempo e a senhora Parker volta para onde estamos. Eu não a vejo, só sei que ela voltou porque escuto o seu tossir tão comumente usado pra chamar a atenção de alguém.— Com licença. Desculpem-me. — ela nos dá um pequeno sorriso quando nos soltamos — E então? O veredicto?Olho para Ellen pedindo para ela aceitar e depois de suspirar revirando os olhos, ela diz que sim com a cabeça.— McDonald’s? Sério? — Ellen me olha totalmente risonha quando paramos para comer.— Ué, me lembro de ter dito que por você eu viria e comeria essas porcarias, não é?— Não são porcarias. — ela sorri — Você parece a minha mãe.— Está aí uma coisa da qual eu nunca fui acusado.Sentamo-nos em uma das mesas que estão no pátio exterior da lanchonete e esperamos um pouco até que uma garçonete aparece para pegar os nossos pedidos. Não é novidade para mim quando ela começa a olhar demoradamente demais para o meu rosto