O despertador sequer chega a tocar. Apenas sinto frio na cama porque em uma única noite juntos, meu corpo já se acostumou ao seu calor. Levanto-me ás pressas quando noto a ausência da Ellen ao meu lado. Se ela tiver ido embora, eu pelo menos sei onde ela está, mas torço para que ela ainda esteja no banheiro ou na cozinha para que eu possa leva-la á cafeteria na qual ela vai trabalhar. Mas ela não está mais aqui. Olho na casa inteira e do lado de fora e sinto sua ausência de todas as maneiras possíveis. No quarto, suas sacolas de compras ainda estão lá, mas não todas. Imagino que ela tenha levado algumas para usar durante o dia.O despertador toca ás seis e meia e eu o desligo com um soco. Agora? Maldito inútil. Sei que não deveria, mas estou de mau-humor. Em uma escala de zero a dez, meu bom humor está em dez negativo. Ela não foi embora Nicholas, apenas está morando em outro lugar, repito para mim, mas isso não alivia o estresse. Eu a quero aqui comigo, tomando café, falando sem para
— Terra chamando Nicholas. — Hã? Acho que viajei uns minutinhos aqui. — Está tudo bem Nick?— Oi, — olho para cima e vejo o sorriso da Jenni na minha frente — Jenni você me assustou. — sorrio para ela, me ajeitando na cadeira.— Desculpe, não foi minha intenção.— Tudo bem, eu só estava um pouco distraído.— Eu percebi, parece que você esteve na lua nos últimos minutos. — ela senta na cadeira antes ocupada por Alex.— Não sei se era bem na lua, mas com certeza em algum lugar distante e... — interrompo minhas palavras ao sentir meu celular vibrar no bolso da calça. O identificador de chamadas mostra uma linda garota de olhos verdes — Desculpe Jenni, eu tenho que atender.Saio da mesa até uma parte mais vazia da sala dos professores. Jenni fica sentada no mesmo lugar, olhando enquanto eu me afasto.— Oi senhorita “saí cedo porque estava com pressa”. — digo sorrindo.— Oi senhor “bobinho estranho”. — nós dois rimos.— Sabe, você poderia ter esperado até eu acordar. Assim eu poderia ter t
Ás onze e meia eu deixo a Universidade para ir á cafeteria da Ellen. No caminho, passo ao lado do Versailles e vejo que o meu carro ainda está estacionado na esquina do restaurante. Saco meu celular e chamo o reboque para que o leve. Depois ligo para o Versailles e me identifico com um dos seus clientes. O Maître lembra-se de mim, é claro pelas gorjetas gordas que sempre deixo quando passo por lá. Peço para que ele mande alguém aguardar o reboque ao lado do meu carro como um favor pessoal. Ele não me nega.Problema resolvido, eu me concentro em chegar logo ao Barbieri’s Coffee. Estou com saudade da Ellen. O nome sugere que o dono do lugar seja italiano. O bairro onde fica a cafeteria é muito bom, com casas bonitas e prédios de boa imagem. Estaciono em frente ao lugar e entro fazendo soar um sininho na porta.Sento-me em uma das mesas e espero para que Ellen apareça. Existem poucas pessoas no lugar, logo tem muitas mesas vagas. Escolho uma que está perto de uma grande janela de vidro n
Passo no consultório dele lá pelas sete e meia e ás oito e quinze já estamos no Barbieri’s. Ellen ao nos vê sorri, mas revira os olhos para mim. Ela sabe exatamente porque eu estou aqui.Somos servidos tanto por ela como por outras garçonetes. Tem uma loira que a cada vez que passa por mim, me joga olhares de “foda-me agora ou depois, você escolhe”. Não sabe ela que eu não tenho olhos para nenhuma outra mulher que não seja uma certa garçonete baixinha, com os cabelos negros e olhos esmeralda.— Cara você está fodido mesmo. — Rob me fala bebendo um longo gole da sua sexta cerveja. Eu estou na quarta ainda. — Em outra época, você já teria levado essa loirinha para os fundos daqui, ou para o seu carro, ou para qualquer lugar e comido ela. Você está totalmente domado.— Não acho que a palavra seja “domado”, mas é que eu não tenho mais vontade de sair por aí com qualquer uma. Eu diria que apenas comecei a exigir mais dos pratos que eu consumo.— Sei, sei. E o sabor inestimável tem pele bra
— Eu não vou com você, Nicholas. — ela fala lançando um olhar fuzilante para mim.— Sim, você vem comigo, Ellen. Você só pode estar de brincadeira comigo se acha que eu vou deixá-la aqui por mais um minuto que seja.— Não, eu não vou com você, Nicholas. — Deus, me ajude aqui.— Sim, você vem comigo, Ellen. Nem que eu tenha que te jogar em cima do meu ombro e te tirar à força, você vem. — seguro sua mão e a puxo para mim, mas antes de sairmos eu me viro para os donos do lugar — Vocês deveriam ter o controle de quem entra no seu estabelecimento e não deixar qualquer porco imundo chegar aqui e assediar suas empregadas.Tiro-a quase que á força da cafeteria. Robert me segue. Quando estamos na calçada, Ellen se liberta do meu aperto e vira-se para mim com os olhos arregalados de raiva e soltando o ar com força como um touro bravo.— Você é um idiota Nicholas, um perfeito idiota. — ela grita — Perfeito não, porque não existe ninguém perfeito no mundo, mas se existisse seria você em idiotice
[...] — Eu confiei em você. Você é um filho da puta, Mike. [...]Outro soco.[...] — Como você pôde tocar nela? Você a acha gostosa é isso? Então eu vou arrancar seus olhos para que eles não possam mais olhar para ela. [...]Um soco mais forte agora. O sangue jorra da sua cara. Vejo meu presente se assemelhando a um passado nebuloso do qual eu não me orgulho nem um pouco. Penso em parar, mas nem é preciso, porque outro braço me força a sair de cima dele. Viro-me com os punhos cerrados e um olhar assassino para ver que quem evita que eu cometa um crime grave é Ellen.— Nick... — ela parece cautelosa e se afasta alguns centímetros quando nota a raiva no meu rosto. Ela parece assustada por um minuto, mas logo se recupera e se põe entre mim e o porco imundo.— Ellen, me desculpe por me ver fazendo isso, eu... — olho perturbado para o chão onde o cara parece estar inconsciente e depois para ela pedindo desculpas com o olhar.— Calado Nicholas. — ela me lança um olhar frio. Opto por fazer o
Encaramo-nos por vários minutos.— O que houve com você?— O que quer dizer? — enrugo a testa e balanço a cabeça não entendendo sua pergunta.— No domingo á noite quando eu conversei com o Robert depois que você saiu daqui, eu perguntei algumas coisas sobre você, — arregalo os olhos e ela percebe — mas não se preocupe, ele não falou muito. Tudo o que ele disse foi que você precisa de mim. Por quê?Porque eu preciso dela? Acho que devo mostrar por que eu preciso dela. Ficarei feliz em fazer isso. Levanto-me da cadeira na sala onde estamos, mas não tiro os meus olhos dos dela. Com a intensidade do meu olhar, ela vacila e dá dois passos para trás. Eu dou os mesmos passos para frente mantendo a mesma distância de antes. Repetimos isso até que ela não tem mais para onde ir. Aos poucos entramos na cozinha e suas costas ficam contra a porta da adega. Ela ofega quando nossos rostos ficam a meio centímetro um do outro.— Quer saber por que eu preciso de você? — ela não fala, apenas me observa
Foi uma transa lenta e silenciosa. Com exceção de alguns poucos gemidos e do mais que silencioso lamento da Ellen com meu nome nos lábios ao gozar pela segunda vez, nós não fizemos muitos ruídos.Passamos uma boa meia hora deitados no tapete, completamente nus, calados e abraçados. Por um instante eu penso que estou no paraíso. Pareceu surreal o momento que vivemos aqui. Mas o calor do seu corpo e a sua respiração constante no meu peito me mostram o quão real isso foi.— Acho que deveríamos vestir a roupa. — Ellen me diz, alisando o meu peito com a ponta dos dedos.— Eu acho que estamos muito bem assim.— Mas alguém pode aparecer.— Eu não costumo receber visitas.— Então vamos ficar pelados aqui a noite toda?— Não vejo nenhum problema nisso. — sorrio — Na verdade, eu acho uma ideia bastante agradável. Obrigado por compartilhá-la.— Eei, eu não disse que queria isso. — ela fala dando um soco de leve no meu peito. Eu sorrio mais.— Eu sei.Nos calamos por mais alguns minutos. Eu a abr