Alberto— Claro senhor!— Obrigado! — Ligo o carro e dirijo para minha casa.Procuro Val nos cômodos da casa, Alzira aparece na sala e me beijando rosto e me tranquiliza.— Ela está no quarto que será do bebê. — Assinto e me dirijo as escadas. — Alberto? — Alzira me chama e eu volto meu olhar para ela. — Está acontecendo alguma coisa?— Não, por quê?— Você parece nervoso.— Não Alzira, eu estou bem! — Ela concorda, mas não parece convencida.Abro um pouco o quarto de hóspedes e encontro a minha noiva de pé, em frente a janela. Seus olhos estão fechados e um sorriso lindo enfeita o seu rosto. Ela acaricia a barriga ainda plana. É como se ela se comunicasse com o nosso bebê sem dizer uma palavra. Essa visão me acalma, dissipa todas as minhas preocupações e me faz sorri. Ela não fala muito sobre a gravidez, mas sei que está tão ansiosa quanto eu. Amanhã teremos a primeira consulta com o obstetra e consequente a primeiro ultrassom. Estou nervoso, ansioso, louco para ver o nosso bebê.— Be
ValAlgumas semanas depois…E saber que aos quinze anos desacreditei de tudo. Para mim não existia mais príncipes encantados, montados em seus cavalos brancos, ou fadas madrinhas que realizavam os desejos da pobre garota romântica e sonhadora, nem mesmo bailes, onde a humilde e bela garota se tornaria a mais belas das princesas. Simplesmente desacreditei do amor puro e sublime, da felicidade plena e passei a acreditar que a vida era um parque de horrores, escuro e cheio de medo. Meu Deus, como pude me tornar tão incrédula assim? Como pude aceitar de bom grado a maldade das pessoas e do mundo e me esqueci de sonhar?Este é o meu conto de fadas, onde o meu príncipe encantado não veio montado em um cavalo branco, mas ele é totalmente apaixonado por mim e eu tenho não só uma e sim, muitas fadas madrinhas dispostas a realizar os meus maiores desejos.— Olha esse Val. Ele é lindo e combina perfeitamente com a sua estatura. — Gisele, a mãe de Amanda diz me tirando dos meus pensamentos. Ela põ
ValEm algum momento meu celular começa a tocar. Irrigada, observo o número desconhecido e olhos para as meninas. Elas parecem em expectativa.— Não vai atender? — Tia Kell pergunta. Balbucio.— É que… Eu não conheço o número — falo com desdém e atendo em seguida. — Alô?— Aproveitando o seu dia de princesa? — Uma voz feminina indaga do outro lado da linha. As meninas erguem as sobrancelhas. Engulo em seco e continuo.— Quem está falando?— Aproveite o seu dia, querida, será o único dia feliz da sua vida. — Estremeço por dentro.— Quem é? — insisto, alterando a minha voz. Ela rir.— Sou o mensageiro da morte. Da sua morte!Nervosa, deixo o celular cair ao chão. Amanda se aproxima imediatamente e pega o aparelho. Gisele e Kell me ajudam a sentar no sofá, e Alzira sai da sala apressadamente, voltando em segundos com mais uma xícara de chá.— Desligou! — Escuto a voz de Amanda um tanto distante. — Quem era, Val? O que te disseram para te deixar desse jeito? — Ela inquire. Entretanto, não
ValAlberto está certo. Não devo adiar o meu momento por uma desvairada, obcecada pelo meu noivo. Penso, olhando-me no espelho de corpo inteiro e sorrio satisfeita para a minha aparência saudável. Minutos depois, estou com as meninas no carro de tia Kell que é bem maior e confortável. Depois de um almoço delicioso e balanceado em um SPA, estou pronta para uma maravilhosa e relaxante sessão massagem, seguido de um banho perfumado com óleos aromáticos e depois, para um mega salão de beleza. A animação de Amanda a e de tia Kell mantém os meus problemas e os últimos acontecimentos bem distantes da minha mente e eu realmente consigo aproveitar o meu dia de princesa.Horas depois, estou devidamente maquiada, meus cabelos estão soltos e cacheados. São cachos largos e dourados que caem em meus ombros. Uma linda coroa de jasmins brancos e fitas de cetim adornam a minha cabeça e o singelo buquê, feito com as mesmas flores também estão atadas com fitas brancas, em minhas mãos, próximas ao meu ve
AlbertoPrimeira Parte.Dez anos depois…Chego em casa depois de um dia cheio no escritório e como de costume, sou recebido com abraços eufóricos e muitos beijos da minha família. Amanhã Valter completará dez anos. Sim, já está um rapazinho enorme, e é um garoto muito inteligente, e muito esperto também. É interessante dizer o quanto se parece com sua mãe e que tem olhos claros dela, porém, sua pele é morena como a minha.— Papai! Papai!Essa linda voz infantil e feminina é da Raquel, minha filha caçula. Ela tem apenas seis anos. O contrário de Valter, ela tem os cabelos finos e cacheados nas pontas, que caem como uma linda cascata, batendo na sua cintura. É uma garotinha cheia de vida e adora falar.— Vem ver o que compramos para o aniversário de Valter, vem papai! — Ela insiste, puxando-me pela mão direto para a sala de visitas. Minha linda esposa sai da cozinha com a nossa Clarinha nos braços. Observo seus cabelos agora mais compridos e escuros, realçando seus olhos claros e com
Val— Bom dia, Valquíria! — Katy diz assim que entra em meu consultório.Ela é estudante de veterinária e minha assistente a dois anos também. Katy tem apenas dezoito anos, é loira e tem a minha estatura. É muito ágil e inteligente.— Encontrei esses bichinhos atoa na grama da praça, quando vinha para cá — fala e tira três filhotes de gatos brancos com manchinhas pretas espalhadas por todo o corpo de dentro da sua bolsa. — Posso pôr na gaiola de doação? — pede lançando-me um par de olhos pidões e fazendo uma carinha de cachorro sem dono.Seu drama me faz abrir um sorriso complacente, pois, sei o quanto é apaixonada por esses animais e não suporta vê-los abandonados nas ruas ou sendo maltratados.— Não precisava nem perguntar, você sabe que pode colocá-los lá — resmungo para a garota, fingindo indiferença satisfeita.O sorriso que abre em seguida é uma grande satisfação para mim.— Obrigada, doutora! — diz e me dá as costas.Olho as horas no relógio em formato de patinha de cachorro qu
AlbertoQUANDO TUDO COMEÇOU.Acordo meio atordoado e abro os meus olhos com dificuldade. Imediatamente a minha cabeça começa a latejar e sinto minha boca seca. Noto que ainda estou deitado no tapete do meu quarto e forço-me a levantar do chão. Meu corpo inteiro está dolorido. Com um rosnado estrangulado, olho ao redor do cômodo e observo os vestígios dos meus momentos mais insanos. Seu perfume derramado pelo chão, pedaços de suas roupas espalhados por todo o lugar e algumas joias destruídas.Com pesar, seguro um pequeno broxe de pedrinhas verdes em formato de uma borboleta e deslizo o meu polegar pelo objeto delicado por algum tempo. A recordação do nosso encontro casual me vem a memória no mesmo instante.(...)— Vamos mamãe, tenho certeza de que a senhora vai amar esse restaurante! — comentei, tentando animá-la.Desde que papai faleceu a dois anos e meio, Clara Village perdeu o gosto pela vida. Então eu e meu irmão Alex nos revezamos em passeios para que ela não se sinta sozinha. Na
AlbertoJá são quase duas da tarde e bufo, olhando para o cômodo quase vazio, sem saber ao certo o que fazer. Vou até o bar de canto e me sirvo uma dose generosa de uísque. Bebo cada dose observando a grande Paris através dos vidros transparentes das paredes do enorme quarto de hotel. O líquido amargo parece adoçar a minha alma amargurada. Tomo mais um gole e caminho pelo ambiente ansioso demais.Algumas horas depois, estou sentado em uma poltrona, com a garrafa de uísque vazia em uma mão e um copo menos da metade da bebida na outra. Tomo o resquício do meu copo e sinto o meu estômago reclamar. Droga, não comi nada desde ontem a noite e confesso que não sinto fome. Não quero nada, eu só quero que a porra dessa dor passe logo.…— Você é muito linda, Ângela, e muito gostosa também! — sussurro. E droga, eu não consigo não me maravilhar com esse sorriso lindo que insiste em abrir para mim! Meus olhos passeiam ávidos por seu corpo nu, deitado em minha cama e em meus braços. Estamos suados