AlbertoPensei que a notícia iria chocá-la de uma maneira diferente, abalando o seu emocional, mas ao que parece, as dores e as cicatrizes do passado são maiores que qualquer sentimento de pena ou piedade que se possa ter. Val sentiu-se culpada por se sentir aliviada com a morte de Joana e parecia confusa com os seus sentimentos. Em apoio, a abracei e a beijei com calma. Olhei em seus olhos, pois queria que sentisse firmeza em minhas palavras.— Não precisa se sentir culpada, Valquíria. Sinta-se vingada. A destruição da sua família foi compensada com a punição de Joana — falo baixo e ela mexe a cabeça positivamente. — Ainda quer ir para a empresa? — Ela força um sorriso.— Quero.— Ótimo!Levo um barco ao seu ombro e ela abraça a minha cintura, então vamos para o carro.Sei que o certo seria deixá-la em casa, mas o fato de tê-la perto de mim e de manter a sua mente ocupada, me deixará despreocupado. Contudo, a minha concentração é quase nada. Saber que ela está do outro lado daquela po
Alberto Meu amigo parece satisfeito, pois o seu sorriso se amplia ainda mais.— Uau, isso é sério?— É o meu melhor amigo, um amigo de todas as horas. Então sim, isso é sério!— É claro que eu aceito! — diz, me puxando para um abraço. — Vanessa vai adorar saber disso!Vanessa é a esposa de Pedro, eles se conheceram na faculdade e se casaram antes mesmo de se formar. Ela era a garota mais espevitada do grupo e posso afirmar que é uma versão morena de Amanda Albuquerque. Olho o relógio em meu pulso e me assusto com a hora.— Tenho que ir, meu amigo. Já está bem tarde e a mãe do meu filho está me esperando.— Também tenho que ir. Deixei Vanessa sozinha cuidando da nossa princesinha.— Como está a Camila? — pergunto, me levantando e deixo o dinheiro no balcão.— Crescendo, esperta e linda como sempre.— Não vejo a hora de pegar o meu pequeno em meus braços também.— Já sabem o sexo do bebê?— Ainda não. No entanto, tenho certeza de que é um garoto.— Hum! Sexto sentido? — Dou de ombros ou
Alberto— Claro senhor!— Obrigado! — Ligo o carro e dirijo para minha casa.Procuro Val nos cômodos da casa, Alzira aparece na sala e me beijando rosto e me tranquiliza.— Ela está no quarto que será do bebê. — Assinto e me dirijo as escadas. — Alberto? — Alzira me chama e eu volto meu olhar para ela. — Está acontecendo alguma coisa?— Não, por quê?— Você parece nervoso.— Não Alzira, eu estou bem! — Ela concorda, mas não parece convencida.Abro um pouco o quarto de hóspedes e encontro a minha noiva de pé, em frente a janela. Seus olhos estão fechados e um sorriso lindo enfeita o seu rosto. Ela acaricia a barriga ainda plana. É como se ela se comunicasse com o nosso bebê sem dizer uma palavra. Essa visão me acalma, dissipa todas as minhas preocupações e me faz sorri. Ela não fala muito sobre a gravidez, mas sei que está tão ansiosa quanto eu. Amanhã teremos a primeira consulta com o obstetra e consequente a primeiro ultrassom. Estou nervoso, ansioso, louco para ver o nosso bebê.— Be
ValAlgumas semanas depois…E saber que aos quinze anos desacreditei de tudo. Para mim não existia mais príncipes encantados, montados em seus cavalos brancos, ou fadas madrinhas que realizavam os desejos da pobre garota romântica e sonhadora, nem mesmo bailes, onde a humilde e bela garota se tornaria a mais belas das princesas. Simplesmente desacreditei do amor puro e sublime, da felicidade plena e passei a acreditar que a vida era um parque de horrores, escuro e cheio de medo. Meu Deus, como pude me tornar tão incrédula assim? Como pude aceitar de bom grado a maldade das pessoas e do mundo e me esqueci de sonhar?Este é o meu conto de fadas, onde o meu príncipe encantado não veio montado em um cavalo branco, mas ele é totalmente apaixonado por mim e eu tenho não só uma e sim, muitas fadas madrinhas dispostas a realizar os meus maiores desejos.— Olha esse Val. Ele é lindo e combina perfeitamente com a sua estatura. — Gisele, a mãe de Amanda diz me tirando dos meus pensamentos. Ela põ
ValEm algum momento meu celular começa a tocar. Irrigada, observo o número desconhecido e olhos para as meninas. Elas parecem em expectativa.— Não vai atender? — Tia Kell pergunta. Balbucio.— É que… Eu não conheço o número — falo com desdém e atendo em seguida. — Alô?— Aproveitando o seu dia de princesa? — Uma voz feminina indaga do outro lado da linha. As meninas erguem as sobrancelhas. Engulo em seco e continuo.— Quem está falando?— Aproveite o seu dia, querida, será o único dia feliz da sua vida. — Estremeço por dentro.— Quem é? — insisto, alterando a minha voz. Ela rir.— Sou o mensageiro da morte. Da sua morte!Nervosa, deixo o celular cair ao chão. Amanda se aproxima imediatamente e pega o aparelho. Gisele e Kell me ajudam a sentar no sofá, e Alzira sai da sala apressadamente, voltando em segundos com mais uma xícara de chá.— Desligou! — Escuto a voz de Amanda um tanto distante. — Quem era, Val? O que te disseram para te deixar desse jeito? — Ela inquire. Entretanto, não
ValAlberto está certo. Não devo adiar o meu momento por uma desvairada, obcecada pelo meu noivo. Penso, olhando-me no espelho de corpo inteiro e sorrio satisfeita para a minha aparência saudável. Minutos depois, estou com as meninas no carro de tia Kell que é bem maior e confortável. Depois de um almoço delicioso e balanceado em um SPA, estou pronta para uma maravilhosa e relaxante sessão massagem, seguido de um banho perfumado com óleos aromáticos e depois, para um mega salão de beleza. A animação de Amanda a e de tia Kell mantém os meus problemas e os últimos acontecimentos bem distantes da minha mente e eu realmente consigo aproveitar o meu dia de princesa.Horas depois, estou devidamente maquiada, meus cabelos estão soltos e cacheados. São cachos largos e dourados que caem em meus ombros. Uma linda coroa de jasmins brancos e fitas de cetim adornam a minha cabeça e o singelo buquê, feito com as mesmas flores também estão atadas com fitas brancas, em minhas mãos, próximas ao meu ve
AlbertoPrimeira Parte.Dez anos depois…Chego em casa depois de um dia cheio no escritório e como de costume, sou recebido com abraços eufóricos e muitos beijos da minha família. Amanhã Valter completará dez anos. Sim, já está um rapazinho enorme, e é um garoto muito inteligente, e muito esperto também. É interessante dizer o quanto se parece com sua mãe e que tem olhos claros dela, porém, sua pele é morena como a minha.— Papai! Papai!Essa linda voz infantil e feminina é da Raquel, minha filha caçula. Ela tem apenas seis anos. O contrário de Valter, ela tem os cabelos finos e cacheados nas pontas, que caem como uma linda cascata, batendo na sua cintura. É uma garotinha cheia de vida e adora falar.— Vem ver o que compramos para o aniversário de Valter, vem papai! — Ela insiste, puxando-me pela mão direto para a sala de visitas. Minha linda esposa sai da cozinha com a nossa Clarinha nos braços. Observo seus cabelos agora mais compridos e escuros, realçando seus olhos claros e com
Val— Bom dia, Valquíria! — Katy diz assim que entra em meu consultório.Ela é estudante de veterinária e minha assistente a dois anos também. Katy tem apenas dezoito anos, é loira e tem a minha estatura. É muito ágil e inteligente.— Encontrei esses bichinhos atoa na grama da praça, quando vinha para cá — fala e tira três filhotes de gatos brancos com manchinhas pretas espalhadas por todo o corpo de dentro da sua bolsa. — Posso pôr na gaiola de doação? — pede lançando-me um par de olhos pidões e fazendo uma carinha de cachorro sem dono.Seu drama me faz abrir um sorriso complacente, pois, sei o quanto é apaixonada por esses animais e não suporta vê-los abandonados nas ruas ou sendo maltratados.— Não precisava nem perguntar, você sabe que pode colocá-los lá — resmungo para a garota, fingindo indiferença satisfeita.O sorriso que abre em seguida é uma grande satisfação para mim.— Obrigada, doutora! — diz e me dá as costas.Olho as horas no relógio em formato de patinha de cachorro qu