BeatrizAs meninas já haviam deixado os pratos em uma bancada muito bem decorada, e nela haviam quindins, queijadinhas, biscoitos amanteigados e uma grande variedade de doces sem falar nos salgados.Por isso que Liana e Yana se retiraram. A mesa está uma tentação!Meninas vamos nos apresentar por favor assim a Beatriz saberá quem é quem!— Eu sou a Mirna, esposa do Liam, mãe dessa sapeca aqui, a Luana e o Lucas, que está fora em missão com a Priscila.— Eu sou médica, cirurgiã geral e aquela ali é a Monica, a minha irmã, a sua obstetra!— A Mônica também é casada, mas o seu marido viajou com os dois filhos dela, foram visitar a mãe dele que está adoentada e já tem idade avançada.— Oi Beatriz, posso te chamar de Bia? Eu sou a Luciana, sou enfermeira, e sou a esposa do André. Qualquer coisa é só me chamar, sempre estou às ordens.— Claro que pode sim Luciana, é um prazer conhecê-la pessoalmente. — digo.— Eu sou a Tereza Bia, também posso te chamar assim não é? Sou a contadora e esposa
BeatrizAcordamos cedo, nos arrumamos e tomamos um belo café da manhã, já estou no final da gestação, bem pesadinha, o Rafael pega o carro e me ajuda a entrar, seguimos tranquilamente pelas ruas de Brasília, ele dirige com muita atenção, olho no retrovisor e vejo que estamos sendo seguidos, como sempre, um dia terei que me acostumar com essa realidade, mas acreditei que o chefe não fosse seguido…Logo entramos na clínica, deixo o meu documento na recepção, e me sento na sala de espera, sentindo as mãos de Rafael apertarem as minhas. Embora ele pareça calmo, eu consigo sentir a tensão no seu aperto firme. Talvez seja o jeito dele de lidar com tudo, tentando me passar segurança, mas a verdade é que ambos estamos cheios de expectativas e um pouco nervosos.A porta do consultório se abre e a doutora Mônica aparece com um sorriso caloroso. Ela tem sido incrível durante todo o processo, sempre gentil e atenciosa.— Beatriz, Rafael, entrem, por favor.Nos levantamos e seguimos até a sala,
Beatriz— Eu entendo que você quer adiantar as coisas, Bia, mas seu corpo está pedindo descanso. Você ouviu a doutora Mônica, não ouviu? Ela disse que estamos nas últimas semanas, e isso significa que você precisa pegar mais leve — ele argumenta, com um tom que mescla preocupação e autoridade.— Eu sei o que a médica disse, Rafael — retruco, um pouco mais ríspida do que pretendia. — Mas não posso simplesmente largar tudo agora. O laboratório é minha responsabilidade também. Não posso ficar parada esperando a Giulia nascer e deixar todo o trabalho acumular.O pequeno silêncio que se segue é denso. Rafael cruza os braços, me observando com uma expressão que conheço bem. Ele não quer discutir, mas está claramente desconfortável com a ideia de eu continuar trabalhando nesse ritmo.— Eu só não quero que você se esgote — ele diz, finalmente, em um tom mais suave. — Não é uma questão de deixar o trabalho para depois. É sobre cuidar de você e da nossa filha. O que adianta adiantar o trabalho
PriscilaEstou no quarto do apartamento, o ambiente está silencioso, mas minha mente é um caos. Me sento na cadeira em frente ao espelho e começo a me preparar, mas dessa vez, não sou Priscila. Não posso ser. A partir de agora, sou apenas uma adolescente comum, de 16 anos, uma garota frágil e desavisada, um alvo perfeito para o esquema que vamos desmantelar.Primeiro, a maquiagem. Começo suavemente, querendo parecer mais jovem, ingênua. Um toque de blush para dar aquele ar de inocência, olhos menos marcados, quase sem delineador. Apenas o suficiente para chamar atenção, sem parecer que tentei demais. Os lábios, com um gloss suave, quase infantil. O visual é importante, mas o comportamento... isso é o que vai selar o disfarce.Lucas entrou no quarto mais cedo e deixou algumas instruções sobre como devo me comportar. Ele observou de longe enquanto eu praticava o jeito de andar, o jeito de falar, a postura. Não posso parecer confiante demais, nem vulnerável a ponto de levantar suspeitas.
PriscilaEstou no quarto do apartamento, o ambiente está silencioso, mas minha mente é um caos. Me sento na cadeira em frente ao espelho e começo a me preparar, mas dessa vez, não sou Priscila. Não posso ser. A partir de agora, sou apenas uma adolescente comum, de 16 anos, uma garota frágil e desavisada, um alvo perfeito para o esquema que vamos desmantelar.Primeiro, a maquiagem. Começo suavemente, querendo parecer mais jovem, ingênua. Um toque de blush para dar aquele ar de inocência, olhos menos marcados, quase sem delineador. Apenas o suficiente para chamar atenção, sem parecer que tentei demais. Os lábios, com um gloss suave, quase infantil. O visual é importante, mas o comportamento... isso é o que vai selar o disfarce.Lucas entrou no quarto mais cedo e deixou algumas instruções sobre como devo me comportar. Ele observou de longe enquanto eu praticava o jeito de andar, o jeito de falar, a postura. Não posso parecer confiante demais, nem vulnerável a ponto de levantar suspeitas.
PriscilaEu me sento em um banco alto e peço uma bebida leve, algo que uma garota de 16 anos pediria. O barman, já sabe quem sou eu e sabe o que tem que fazer, me olha de cima a baixo e sorri de canto, mas não diz nada. Ele me serve, e eu fico ali, fingindo observar o ambiente ao redor, mas na verdade já estou caçando.É só questão de tempo até que um deles me encontre.Lucas havia me avisado. Eles se aproximam devagar, testam as águas antes de se jogarem de cabeça. E eu tenho que estar pronta para o momento em que isso acontecer. A atmosfera da boate é pesada, quase sufocante. Olho ao redor, procurando rostos suspeitos, homens mais velhos que parecem deslocados no meio de tantos jovens. São eles que quero atrair.De repente, sinto uma presença ao meu lado. Um homem, talvez na casa dos 40 anos, se aproxima devagar e se inclina no balcão ao meu lado. Ele pede uma bebida para ele, e outra para mim, sem que eu tenha pedido.— Você parece meio perdida, garotinha. Primeira vez aqui? — ele
Priscila— Eu só... não quero fazer nada que me coloque em problemas. — digo, tentando parecer ainda mais ingênua.Ele sorri novamente, mas dessa vez há algo mais escuro em seus olhos.— Você não vai se meter em problemas. Desde que faça o que eu disser.A cada palavra que ele diz, percebo que estou mais perto de descobrir algo grande. Ele está envolvido até o pescoço nisso, e agora a questão é até onde ele está disposto a ir. Mas antes que eu possa pressionar mais, ele olha em direção à entrada da área reservada.— Espera aqui. — ele diz, se levantando bruscamente. — Eu já volto.Observo enquanto ele sai da sala, deixando-me sozinha por alguns instantes. Meu coração bate acelerado, mas mantenho a calma. É minha chance de analisar o ambiente com mais atenção. As conversas ao redor são abafadas pelo som da música que chega de longe. Algumas pessoas trocam olhares suspeitos, como se soubessem mais do que aparentam.Pego meu celular, verificando discretamente as mensagens de Lucas. Ele
PriscilaMeus olhos encontram os dele, e por um instante parece que o tempo para. Lucas me encara com um sorriso discreto, quase amoroso. Ele não faz nenhum movimento para vir até mim, apenas observa, como se estivesse se divertindo com a espera, testando minha paciência. Desvio o olhar, tentando parecer despreocupada. Bebo um gole pequeno do drink, mais para manter as mãos ocupadas do que por sede. O gosto é doce e suave e como Rafael ordenou 0% álcool, mas preciso manter a calma, ou pelo menos a aparência dela.Logo vejo o homem que havia me abordado voltando, o meu corpo inteiro entra em alerta. A cada passo dele, sinto uma onda de tensão subir pela minha espinha. Quando chega o meu lado no bar, ele se inclina levemente, seus olhos ainda fixos nos meus.— Vejo que você é muito tímida, não fez amizade com ninguém até agora?— Não sou de muitas amizades, sou na minha.Ele inclina a cabeça, avaliando cada palavra que sai da minha boca. Há uma tensão invisível no ar, um jogo perigoso