Rafael
— Por favor Beatriz, eu te amo!
— Você sabe o que é amor, Rafael?
— Quem é você?
— Não precisa me responder, já não mais tenho interesse.
— Acabou tudo entre nós, Rafael!
Mesmo com ódio aparente, Beatriz me afasta com cuidado e fecha a porta, sei o quanto ela ficou abalada com essa conversa, mas não havia chance alguma de permanecer mentindo para a mulher que eu amo.
O som da porta se fechando ecoou na minha mente, uma batida seca que parecia encapsular toda a tensão daquela conve
RafaelCertamente ainda essa manhã, ela me confrontará com a verdade que eu tanto temo confessar. As mentiras sobre a minha família, a convivência com as pessoas do condomínio, a trama cuidadosa para garantir que ela vivesse dentro do condomínio e finalmente, aceitasse o meu pedido de casamento.Sei que arquitetei cada detalhe, desejando com todo o meu ser que ela fosse minha, mesmo sabendo que seu amor era baseado em ilusões, e que na verdade tenho plena convicção que ela ainda ama o professoe Felipe Vassalo.O casamento já está consumado, mas a verdade, uma vez revelada, se espalhou como veneno entre nós dois.Não consigo permanecer rolando na cama, vou para a cozinha, preciso de um café bem forte para começar o dia.
BeatrizA manhã começou com um clima tenso, desde que a verdade foi revelada, há dois dias. Eu estava na mesa da cozinha, tomando o meu café com um silêncio que pesava mais do que qualquer palavra dita entre nós. Rafael estava sentado à minha frente, também com a cabeça baixa, concentrado na xícara em suas mãos. O som das colheres mexendo o café era o único que preenchia o ambiente. Trocamos apenas um “bom dia”, seco e sem vida. As palavras pareciam presas entre nós, como se houvesse uma parede invisível, alta e sólida, que nenhum de nós sabia como derrubar.O café amargo descia rasgando pela minha garganta, e eu desejava que o desconforto desaparecesse junto com ele. Olhei para Rafael por cima da xícara. Ele parecia cansado, exausto de uma forma que não era física. Estava ali, tão perto, mas ao mesmo tempo a quilômetros de distância. O que antes era uma cumplicidade silenciosa agora era apenas uma espécie de convivência forçada. O amor ainda estava lá, eu sabia disso. Eu o via nos p
BeatrizEu não consigui dormir. Essa noite foi terrível, o som grave da voz de Rafael confessando tudo ainda ecoa na minha mente. As palavras dele se repetem como um pesadelo constante, o tipo de pesadelo que te prende e te sufoca, mas do qual você nunca consegue escapar. A confissão que ele fez ontem a noite, após o nosso jantar parece ter transformado a minha vida em uma prisão silenciosa.— Eu sou um membro do alto escalão da máfia Americana!— Eu sou um membro do alto escalão da máfia Americana!— Eu sou um membro do alto escalão da máfia Americana!— Eu sou um membro do alto escalão da máfia Americana!Essas palavras reverberam na minha mente e sinceramente ainda me queimam. Eu ainda ouço o jeito que ele as disse, como se estivesse liberando um fardo muito pesado, esperando que, de alguma forma, a verdade o absolvesse. Ele me contou, finalmente, o que suspeitei desde o nosso casamento, sabia que algo estava errado, mas nunca imaginei a extensão. Rafael, o meu marido, o homem por
BeatrizEu estava no quarto, sentada à beira da cama, os meus pensamentos distantes, como sempre têm estado ultimamente. Ainda tentava processar tudo, cada mentira, cada segredo. Rafael estava no banheiro, e o som da água do chuveiro preenchia o silêncio ao meu redor. O que eu faria? Como seguir em frente com todas as mentiras que agora já tenho ciência? Eu já comecei a nutrir sentimentos por ele, e agora como fico, sem contrar que a falta de pudor do Rafael dificulta as coisas, ele me faz aquecer tão rápido!Quando ouvi o chuveiro desligar, a minha respiração ficou suspensa por um momento. Cada vez que estávamos próximos, eu sentia a tensão aumentar. Era uma mistura de desejo e dor. Ele era o homem que eu desejava, mas também o homem que me traiu de maneiras que eu nunca imaginei possíveis. Então, por que meu corpo ainda reagia a cada movimento dele?A porta do banheiro se abriu com um rangido suave, e lá estava ele. Rafael saiu do banheiro nu, como se fosse a coisa mais natural do m
StefanyEu estava sentada com Fabrícia, tomando um café na varanda da casa dela. O dia estava tranquilo, e a brisa leve nos referescava. Era raro termos um tempo assim, só nós duas, longe da correria do dia a dia. Enquanto ela ajeitava as xícaras, aproveitei para perguntar sobre os filhos dela.— Como estão os gêmeos? — perguntei, tentando esconder o sorriso no rosto. Sabia o quanto ela amava falar deles, e a alegria que isso trazia era contagiante.Ela riu, ajeitando uma mecha de cabelo que o vento insistia em desarrumar. — Esse nosso momento só é possivel porque eles estão passeando com o pai, ele sempre que tem um tempo extra cuida deles para mim, como você mesma vê, ele é ótimo com as crianças, sabia que ele seria um bom pai, mas não imaginei que fosse tanto.— Stefany, essa fase de bebe é maravilhosa, bem que você me falou! Cada dia uma novidade. O Arthur tá mais risonho do que nunca, inventa travessura o tempo todo. E a Clara… aquela menina tem uma energia que eu não sei de ond
RafaelTudo que passei na minha vida, treinamento da máfia, a dor de perder prematuramente a minha mãe e o meu irmão, quando estávamos apenas esperando felizes a volta dela para casa após um parto tranquilo, que na verdade culminou na morte dela e do meu irmão, a perda inesperada do meu pai, e diversas situações que passei na minha vida, nada, absolutamente nada me preparou para esse momento que estou vivendo.Acordei cedo, como sempre, na verdade mall dormir, esse clima estranho com a Beatriz está me destruindo, fiz um café e ao terminar de arrumar a mesa ela chegou, a manhã começou com um clima tenso, desde que a verdade foi revelada, há dois dias. O silêncio que havia se instalado na nossa casa pesava mais do que qualquer palavra dita entre nós. Beatriz estava sentada à minha frente, também com a cabeça baixa, concentrada na xícara em suas mãos. O som das colheres mexendo o café era o único que preenchia o ambiente.Trocamos apenas um “bom dia”, seco e sem vida. As palavras parecia
RafaelMe aproximo devagar, sem tirar os olhos dela. Cada passo parece ecoar dentro de mim, como se estivesse pisando em terreno desconhecido, onde cada palavra, cada gesto pode ser decisivo.— Beatriz... — a minha voz sai mais rouca do que eu pretendia. Tento dizer algo, qualquer coisa que possa aliviar a dor que causei, mas sei que as minhas palavras, por si só, não são suficientes nesse momento.Ela permanece em silêncio, os seus olhos fixos nos meus, e isso me deixa ainda mais nervoso. O que ela está pensando? O que sente? Nem todo o meu treinamento na máfia me faz conseguir desvenda-la!Tento adivinhar, mas sua expressão é impenetrável. Chego perto o suficiente para sentir o calor de seu corpo, e por um momento, tudo parece parar. Minha mão, hesitante, toca o seu rosto com a delicadeza que ela merece. É um toque que pede perdão, uma súplica silenciosa.— Eu sinto muito. Eu sinto tanto. — as minhas palavras saem baixas, carregadas de uma sinceridade que ela precisa sentir. Eu não
BeatrizEle me deitou na cama com cuidado, e, por um momento, nos olhamos em silêncio. Não precisávamos dizer mais nada. Tudo o que necessitávamos estava ali, no olhar, no toque. Rafael se deitou ao meu lado, os seus lábios voltando a encontrar os meus, e nos deixamos levar pelo desejo que havia sido sufocado durante os últimos dias.A cada toque, a cada beijo, sentíamos mais do que apenas a atração física. Era como se, de alguma forma, estivéssemos tentando nos curar, tentando apagar o passado e recomeçar. Suas mãos deslizavam pelo meu corpo com uma urgência contida, enquanto os nossos beijos se tornavam mais intensos, mais profundos. Eu o puxei para mais perto, querendo senti-lo de todas as formas possíveis, como se aquele momento fosse capaz de nos unir de novo.As suas mãos apertam a minha cintura, já me sinto quente, terrivelmente quente, uma necessidade tão grande de tê-lo em mim, os nossos olhares conectados a todo momento, um buscando se saciar no outro, o nosso desejo é pa