Um dia demorado no laboratório

Beatriz

A manhã começou com um clima tenso, desde que a verdade foi revelada, há dois dias. Eu estava na mesa da cozinha, tomando o meu café com um silêncio que pesava mais do que qualquer palavra dita entre nós. Rafael estava sentado à minha frente, também com a cabeça baixa, concentrado na xícara em suas mãos. O som das colheres mexendo o café era o único que preenchia o ambiente.

Trocamos apenas um “bom dia”, seco e sem vida. As palavras pareciam presas entre nós, como se houvesse uma parede invisível, alta e sólida, que nenhum de nós sabia como derrubar.

O café amargo descia rasgando pela minha garganta, e eu desejava que o desconforto desaparecesse junto com ele. Olhei para Rafael por cima da xícara. Ele parecia cansado, exausto de uma forma que não era física. Estava ali, tão perto, mas ao mesmo tempo a quilômetros de distância. O que antes era uma cumplicidade silenciosa agora era apenas uma espécie de convivência forçada. O amor ainda estava lá, eu sabia disso. Eu o via nos p
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