Felipe Minha cabeça está cheia, e o silêncio do quarto parece amplificar cada pensamento. Penso na minha mãe, Giulia. Ela sempre foi uma figura de calma, quase resignada, enquanto Cesare reinava sobre nossas vidas como um imperador. Uma mulher doce, que parecia aceitar o papel que o destino havia imposto a ela.Mas agora, depois da morte dele, vejo outra versão dela. Forte, resolutiva, capaz de comandar qualquer sala em que entre. É como se a sombra de Cesare nunca tivesse permitido que ela brilhasse, mas agora ela é o próprio sol. Não sei se fico mais impressionado ou assustado com o que ela pode fazer.Então, minha mente vai para minha filha, a pequena Giulia. Minha filha com Beatriz. Só o pensamento dela faz meu peito apertar de amor e saudade. Ela é tão doce, tão inocente, tão diferente de tudo isso que nos cerca. E sei que minha mãe não vai descansar até ter a neta Giulia nos braços. É uma batalha que está apenas começando.Enquanto estou perdido nesses pensamentos, a porta se a
GiuliaO dia hoje promete, e tenho um acerto de contas com Felipe. Espero alguns minutos antes de subir até o quarto deles. A porta está entreaberta, e sei exatamente o que vou encontrar. Eles estão juntos, e não é apenas uma atração física ou algo passageiro. É amor. Eu vejo nos gestos, na forma como Felipe toca Vivian, como ela olha para ele.Entro sem bater, e Felipe continua em cima de Vívian, numa tentativa de preservar o corpo dela, estão visivelmente constrangidos.— Então, o que exatamente está acontecendo aqui? — pergunto, cruzando os braços.— Me explica isso aqui, Felipe?— Vocês estão… se amando!— Próxima vez, tranquem a porta!— Agora podem continuar!Vou em direção ao escritório, essa menina pertence a máfia, não é uma qualquer, ela deveria chegar ao altar pura…Quando chegam no escritório, aponto o lugar para eles, que sentam automaticamente.Felipe tenta falar, mas gagueja. Vivian o olha, como se pedindo que ele seja honesto. Finalmente, ele confessa:— Mãe, eu estou
GiuliaMarcos respira fundo, mas sei que ele entende o peso das minhas palavras. Teresa, por outro lado, parece feliz, embora seu semblante mude ao perceber que Vivian vai morar conosco no Rio de Janeiro.— Ela será preparada e seguirá os ritos da tradição italiana. — digo, encerrando qualquer argumento.Rafael, como sempre, é o mediador perfeito. Ele sela o acordo comigo, deixando claro que todos estão cientes das novas alianças.Othon então se manifesta:— É um excelente acordo de casamento, amplia as nossas fronteiras!Vivian olha para mim, assustada, mas há uma pontinha de expectativa em seus olhos. Eu a encaro, firme.— Você vai comigo, Vivian. Ainda há muito para aprender, e o nosso tempo é curto.E assim, tudo começa a se mover no ritmo que decidi. Porque agora, o controle está em minhas mãos.Com Vivian fora, o clima na sala se transforma. Marcos e Teresa dão o espaço necessário para que a conversa entre nós aconteça sem interrupções. Assim que a porta se fecha, inspiro fundo
GiuliaRafael concorda com um aceno. — Claro. Vamos organizar isso assim que puder.O consenso é finalmente alcançado, e a tensão no ar começa a dissipar. Sei que essa é apenas a base de algo maior, mas, pelo menos, demos um passo na direção certa. E, no meu mundo, cada pequeno avanço pode ser a diferença entre o caos e a ordem.Após a saída de Beatriz, o clima na sala permanece tenso, mas controlado. Não há tempo para distrações, e Rafael, com sua autoridade habitual, anuncia:— Vamos iniciar outra discussão. Todos aqui têm um papel importante neste novo capítulo. Por isso, é fundamental que estejamos alinhados.Os presentes, incluindo Othon, Yana, Giulia, Felipe, Vivian, Teresa, Marcos, Ramiro, Cristian, Liam e André, tomam seus lugares ao redor da mesa.Othon é o primeiro a falar, retomando um ponto crucial.— Antes de mais nada, reforço a ideia de que Giulia, Felipe e Vivian fiquem no condomínio da máfia americana por enquanto. Facilita o contato com as crianças e mantém todos
Giulia Lipe então me conduz até a casa onde ele ficou hospedado anteriormente. É um local confortável, embora ainda carregue o peso das memórias dos dias que passou ali e começou a se envolver com Vívian.Horas depois, Vivian chega, trazendo um brilho nos olhos e uma energia contagiante. — Lipe, Giulia, quero convidá-los para jantar em casa. Eu e mamãe preparamos tudo para vocês.Giulia sorri com ternura. — Você e sua mãe? Isso é novidade para mim. Mas aceitamos, claro.Na casa de Marcos e Teresa, o jantar é impecável, cheio de sabores familiares e reconfortantes. A conversa flui naturalmente. Giulia se encanta com a atmosfera calorosa, e o clima amistoso contagia a todos.— Essa é a Vivian que eu conheço, Marcos comenta, um sorriso discreto no rosto.O jovem John, irmão de Vivian, logo se junta à conversa, compartilhando sua experiência recém-adquirida após se formar em engenharia de automação. Ele fala com entusiasmo sobre os desafios e ambições no início de sua carreira.Giulia,
MarcosCruzo os braços e olho para Felipe, ainda medindo as palavras que ele acabou de dizer. A ideia de ele amar minha filha já me incomoda, mas o que realmente me corrói é a rapidez com que ele se jogou de cabeça nesse sentimento.— Amor, Felipe? — digo, minha voz firme e carregada de incredulidade. — Você passou quase seis anos esperando por Beatriz. Quase seis anos a segurando no peito, e de repente... já ama Vivian? Como isso funciona? O que me garante que isso não é apenas mais uma obsessão passageira?Ele respira fundo, claramente preparado para essa acusação. Seus olhos encontram os meus sem desviar.— Eu estava preso ao passado, Marcos.— começa, sua voz baixa, mas carregada de uma calma surpreendente. — Preso porque não sabia o que havia acontecido. Beatriz simplesmente desapareceu, e por anos, fiquei sem respostas, sem desfecho. Mas agora tudo se resolveu. Ela está bem, os papéis foram colocados na mesa, e nós seguimos em direções diferentes, ela está bem e feliz com Anton
GiuliaAcordo com os primeiros raios de sol iluminando o quarto. Abro os olhos e sinto uma serenidade que não costumava me visitar. Levanto-me devagar e caminho até a janela. Ao abri-la, o ar fresco da manhã me envolve, trazendo um cheiro de liberdade, diferente do que estou acostumada na minha mansão no Rio. Estranhamente, sinto-me bem aqui, segura no território da máfia americana, como se pertencesse a este lugar de alguma forma.Faço minha higiene matinal com calma, aplico uma maquiagem leve, o suficiente para ressaltar minha confiança. Não é sobre vaidade, mas sobre a imagem que escolho passar. Desço as escadas e decido preparar o café da manhã.Enquanto arrumo a mesa, Felipe aparece. Ele se senta, e conversamos sobre coisas simples, os ajustes na rotina, as crianças, e até sobre os próximos passos que ele e Vivian devem tomar. Há uma cumplicidade natural entre nós, algo que cresceu ao longo dos últimos dias.Ao terminarmos, organizamos a cozinha juntos. Não é tão comum para mim l
Rafael Chegamos à delegacia, e o delegado nos recebe com uma mistura de profissionalismo e cordialidade.— Rafael, obrigado por vir rápido. — Ele olha para Vivian, impressionado. — E você trouxe um reforço.Vivian responde com um sorriso controlado.— Boa tarde. Sou Vivian Horn, advogada. Vamos resolver isso.Os dois soldados estavam detidos em uma sala reservada, e suas expressões de alívio ao me ver Rafael são evidentes. Enquanto Vivian negocia os termos para a liberação, eu converso com o delegado.— Eu sei que é um problema, mas precisamos minimizar isso. Eles estavam a serviço, mas sei que portar armas sem licença formal é um risco.O delegado suspira.— Felizmente, ninguém quis fazer escândalo. Mas, Rafael, isso não pode se repetir.Vivian retorna após alguns minutos, segurando documentos assinados.— Tudo resolvido. Eles estão liberados sob acordo e não responderão nada posteriormente.O delegado se vira para Vivian incrédulo, ela rasga alguns documentos e fala:— Doutor, só p