Bomba na sala

Lipe

O vento cortante da tarde soprava como uma advertência. Do alto da varanda dos fundos da mansão, a paisagem se estendia até onde o horizonte engolia a luz do dia, agora engolida pelo crepúsculo. Fecho os olhos por um momento, tentando me preparar para o que está por vir. Minha mente está um turbilhão de decisões e arrependimentos, mas sei que não posso hesitar. Hoje vou me despedir da minha mãe. As palavras estão presas na garganta, como se minha voz tivesse medo de tornar tudo isso real.

Quando me viro, não preciso chamá-la. Giulia está lá, como sempre, prevendo meu próximo passo antes mesmo que eu o dê. Ela tem esse olhar penetrante, capaz de fazer você se sentir exposto, mesmo quando tenta esconder algo.

— Você e Vívian ficam na mansão comigo. — diz ela, com a autoridade de quem sabe que não há espaço para questionamentos. — Ainda não sei até onde as ordens de Cesare alcançam, e não vou arriscar.

Seu tom é firme, e não há brechas para debate. Apenas assinto, mesmo que a vontad
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