Muitas dúvidas

Don Falcone

A noite está mais densa do que o normal, como se o ar em torno de mim carregasse um pressentimento. A escuridão da minha sala não me incomoda; sempre preferi os lugares silenciosos, onde o poder não precisa ser gritado, apenas sentido. O relógio na parede faz um som suave e rítmico, cada tique-teque parecendo marcar mais um segundo de uma vida cheia de cálculos. Não há espaço para o erro aqui. Eu sou Don Falcone, e a palavra "fraqueza" não existe no meu vocabulário.

A morte da minha esposa, Anna, foi o ponto final de uma parte da minha vida. O infarto não a levou apenas fisicamente, mas também levou algo dentro de mim — uma chama, uma vulnerabilidade que eu nunca imaginei ter. Desde aquele dia, a solidão tem sido minha única companhia constante. Nenhuma mulher, nenhuma amante, ninguém mais jamais se aproximou de mim com a mesma intensidade. Não porque eu não possa, mas porque eu não quero. A dor de perder Anna me tornou imune a qualquer tipo de apego. E, no entanto, ainda
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