RafaelChegamos à boate em questão de minutos. É um dos negócios mais lucrativos da nossa organização, e preciso garantir que continue assim. A fachada do lugar brilha com luzes de neon, pessoas entrando e saindo, curtindo a noite sem ter a menor ideia de quem realmente comanda tudo ali. Esse é o ponto. Mantemos tudo sob controle, de maneira invisível, mas eficiente.Desço do carro e olho para Marlon, Ramiro e Marcos.— Vamos entrar, conferir tudo. Quero ver os números do fluxo de caixa e conversar com o gerente. Se algo estiver fora do lugar, a gente resolve agora.— Por favor, deem uma conferida nas câmeras e também nos banheiros femininos, se tudo está sob controle, não pedemos permitir que nada saia do controle, e o pior, que aconteçam abusos nos banheiros.Entramos pela porta dos fundos, passando pelos seguranças que nos cumprimentam com um aceno de cabeça. O som da música pulsa nas paredes, mas não estou aqui para diversão. Atravessamos o corredor até o escritório da gerência, o
BeatrizDepois de um longo dia no laboratório, chego em casa exausta. O peso do cansaço se acumula nos meus ombros, mas há algo mais pulsando dentro de mim hoje. Uma ansiedade, uma energia diferente. Jogo a minha bolsa no sofá e respiro fundo. Preciso de um banho para renovar as minhas forças.Entro no banheiro e a água quente é como um abraço reconfortante. Fecho os olhos, deixando a água deslizar pelo meu corpo, levando embora o peso do dia. Minha mente começa a divagar... em Rafael. Ultimamente, ele tem estado na minha cabeça o tempo todo, e a forma como ele me olha, como me toca, desperta em mim uma intensidade que há tempos não sentia.Saio do banho e me enrolo na toalha, já decidida no que quero para a noite. Passo creme no corpo enquanto penso em cada detalhe. Hoje, vou surpreendê-lo. Quero que ele me veja, que sinta o quanto eu o desejo, na verdade hoje pretendo me declarar para o meu marido. O jantar ainda precisa de alguns retoques. Vou até a cozinha e mexo na panela com um
Beatriz Eu te amo tanto, Beatriz! — ele sussurra, a voz grave e cheia de emoção. — Mais do que qualquer coisa neste mundo. Eu não sei o que faria sem você.Meu peito se enche de um calor indescritível, e sinto os meus olhos arderem, uma mistura de felicidade e desejo me consumindo.— Eu também te amo, Rafael. Você me fez uma mulher feliz e realizada.Ele segura meu rosto entre as mãos, olhando profundamente nos meus olhos, noto seus olhos marejados pela minha declaração.— Prometo que vou te fazer feliz todos os dias da sua vida, te proteger, te amar, te cuidar… nada mais importa para mim, só você.Minhas mãos deslizam por suas costas, sentindo cada músculo se tensionar sob a pele. O toque dele, sempre tão firme, agora é de uma ternura que me faz derreter por dentro.— Eu sou sua, Rafael... completamente sua, de corpo e alma. Não há mais volta. Não quero mais voltar.Ele inclina a cabeça, encostando a testa na minha. — Você é tudo o que eu sempre quis. E eu nunca vou deixar você i
BeatrizA cada segundo, a tensão entre nós crescia, e eu me perdia na sensação de ser guiada por ele, por sua experiência, por sua vontade. Ele puxava as cordas da minha entrega como um maestro conduzindo uma sinfonia, e eu seguia, completamente imersa.— Você é minha, Beatriz — ele sussurrou com firmeza.— Sempre fui — respondi, deixando que minha voz carregasse todo o desejo que sentia por ele.O som suave do chicote cortando o ar foi o primeiro sinal. O meu corpo já estava em alerta, os músculos tensos de antecipação. Cada segundo parecia se estender, e meu coração batia forte, em sincronia com a respiração lenta e controlada de Rafael. Eu não sabia o que vinha a seguir, e a expectativa me deixava ainda mais ansiosa, desesperada para sentir o que ele tinha reservado para mim.Então veio o primeiro toque — não era dor, era um calor profundo que se espalhava pela minha pele. O chicote, em suas mãos, era como uma extensão do seu domínio, e ele sabia exatamente como usá-lo, como fazer
Rafael Após uma noite intensa, que Beatriz dormiu aconchegada nos meus braços, acordamos com todo gás, a nossa manhã foi corrida no laboratório, então aproveito o final de tarde para passear e mostrar mais algumas verdades a minha amada Beatriz. Estamos caminhando devagar pelo condomínio, o sol da tarde começa a cair, tingindo o céu com tons alaranjados, enquanto eu mostro cada detalhe para Beatriz. Ela está ao meu lado, atenta, os olhos observando tudo com curiosidade e um certo ar de desconfiança. Eu sei que esse momento vai ser um divisor de águas para nós dois, mas é necessário. Ela precisa conhecer a verdade, saber onde estamos pisando. — Esse lugar é diferente de qualquer outro, começo, mantendo o tom casual, mas sentindo o peso da seriedade no ar. — Não é só um condomínio comum, Beatriz. Todos aqui têm um papel, uma história que se cruza com a minha, e agora, com a nossa. — Como você sabe, o Marlon se casou com a Stefany, ela veio de uma família da máfia, o Antonio se apa
Rafael— Beatriz, calma, ela deve ter se machucado em missão, aqui mulheres são respeitadas, e a Priscila é uma exímia atiradora e lutadora, não apanharia assim de graça, mas incidentes acontecem, infelizmente.A expressão dela, embora calma, não conseguia esconder a tensão que carregava. Priscila estava explicando alguma coisa, algo sobre uma missão em que tinha "batido a boca". A marca no rosto dela era visível, um hematoma arroxeado perto dos lábios, mas o olhar da Beatriz era mais afiado do que o normal, como se ela soubesse que aquela história não se sustentava.— Foi um erro, sabe? Acontece — Priscila disse, passando a mão pelo rosto, como se quisesse minimizar o impacto daquilo. — Não foi nada demais.Beatriz assentiu devagar, mas eu podia ver que ela não estava convencida. Ela abriu a boca para falar algo, mas então Priscila, talvez para evitar mais perguntas, se desculpou rapidamente.— Eu preciso ir, tenho que resolver algumas coisas — disse, dando um passo apressado em dire
RafaelPriscila respira fundo, tentando controlar o tremor que tomou conta de seu corpo. Ela olha para mim com os olhos pesados, marcados pela dor de anos de abuso e humilhação, e eu só consigo sentir a raiva queimando dentro de mim. Eu conhecia Ramiro há muito tempo, sabia que ele era um homem duro, mas não fazia ideia do inferno que ele fazia a própria filha passar.— Rafael… — Ela começa, a voz baixa, quase um sussurro, como se tivesse medo de que o pai pudesse escutá-la, mesmo aqui, longe dele. — Desde que me lembro, eu nunca fui filha. Sempre fui… empregada.Eu continuo em silêncio, ouvindo, deixando que ela despeje tudo de uma vez.— Eu sou tratada com xingamentos e porrada. Não importa o que eu faça, nunca está bom pra ele. trabalho tanto quanto ele, tenho que fazer toda a faxina da casa sozinha e ele faz questão de procurar alguma imperfeição para me surrar.Uma vez desmaiei de tanto apanhar porque um vidro estava embaçado… Ele sempre arranja algo para me humilhar. E quando n
RafaelPriscila continua em silêncio, mas seus olhos agora estão fixos em Lucas, surpresa e, talvez, aliviada pelo que ele acabou de dizer.— Você entende o que está pedindo, Lucas? — pergunto, finalmente. — Casar com a filha de Ramiro não é uma decisão simples. Isso vai colocar você numa posição complicada com ele. E se ele souber que esconderam isso dele por todo esse tempo… pode custar muito mais do que você imagina.Lucas assente, mantendo-se firme.— Eu entendo, Rafael. Mas estou preparado para lidar com as consequências. Não vou fugir disso.O ar no escritório parece mais denso, e posso sentir a tensão entre os três. Lucas está decidido, e Priscila parece aliviada por, finalmente, alguém ter falado o que ela nunca teve coragem de dizer. Isso complica as coisas, mas ao mesmo tempo, oferece uma saída.— Muito bem — respondo, após uma pausa. — Vamos lidar com isso de maneira cuidadosa. Mas saiba que, se qualquer coisa der errado, o preço a ser pago será alto.Priscila e Lucas me ol