Eu ouvi você, sabia?

Rafael

A primeira coisa que me lembro é da dor. Não é uma dor física, mas algo mais profundo, como uma ferida invisível. Acordei ontem, mas o mundo não parece real, parece uma névoa. Como se eu tivesse sido arrancado de um lugar onde tudo fazia sentido para ser colocado aqui, neste quarto de hospital, cercado por monitores e sussurros. Eu deveria estar feliz por estar vivo, por estar de volta, mas a sensação que predomina em mim é a de estar vagando, perdido, sem saber onde estou ou como cheguei até aqui.

Beatriz está sentada ao meu lado, o dedo suavemente acariciando a minha mão. Sua presença é a única coisa que ainda me parece familiar. Ela olha para mim com aquele olhar de quem conhece todos os meus segredos, todos os meus medos. Seus olhos, que antes estavam tão carregados de preocupação, agora transbordam de uma leveza estranha, como se ela estivesse vendo algo que eu não consigo enxergar. Na verdade, ela sempre foi esse farol para mim, e eu só percebo isso agora, enquanto a luz
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