Enfrentando as consequências

Felipe

Chegando ao estacionamento da sede da máfia, estaciono o carro e fico ali sentado por um momento, tomando coragem para o que vou fazer a seguir. Sei que é arriscado, mas não posso adiar essa conversa com Rafael. Pego o celular, respiro fundo e ligo para ele.

— Fala, Felipe. — A voz de Rafael soa direta, como sempre.

— Rafael, preciso que não coloque essa chamada em viva-voz. Se tiver alguém aí com você, se afaste. O que eu tenho para falar é extremamente sigiloso e não pode esperar.

Há uma pausa do outro lado da linha, e imagino Rafael franzindo o cenho, tentando entender a gravidade do que estou dizendo.

— Estou sozinho. Pode falar. — ele responde, agora com a voz mais séria.

— Certo. Fecho os olhos por um instante, escolhendo bem as palavras.

— Eu preciso ser direto. Ontem à noite, Vívian e eu nos envolvemos.

O silêncio do outro lado é ensurdecedor, e por um momento penso que ele pode ter desligado.

— Nos envolvemos como? — ele finalmente pergunta, a voz baixa e carregada d
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