Finn Correia não era um homem que deixava oportunidades escaparem. Desde o início, ele percebera a tensão entre Alan e Olívia. Cada olhar furtivo, cada palavra não dita entre os dois, era um pedaço de uma peça que ele poderia manipular para seu próprio benefício. E agora, com Bianca desconfiando de Alan, ele tinha a ferramenta perfeita para intensificar as rachaduras na relação da família Becker.Olívia estava em seu escritório particular, tentando organizar os pensamentos e o coração. Após o confronto com Bianca, sentia-se despedaçada. O peso de suas emoções por Alan era um fardo que ela não conseguia mais ignorar, mas também não podia deixar crescer.Enquanto revisava um relatório relacionado ao Elysium, ouviu uma batida na porta.— Entre, — disse, sem levantar os olhos.Finn entrou, segurando dois copos de café. Ele tinha aquele sorriso casual, amigável, mas que escondia intenções muito mais complexas.— Achei que poderia usar isso, — disse ele, colocando um dos copos à frente dela
Olívia sabia que precisava de um tempo longe. O peso do que vinha acontecendo com Alan, somado às constantes pressões da família e as manipulações de Finn, estava começando a consumir cada parte de quem ela era. Se ficasse mais tempo ali, sabia que tomaria decisões que poderiam quebrar não apenas os laços familiares, mas também o que restava de sua própria paz.Por isso, naquela manhã nublada, enquanto o aroma de café invadia a cozinha da mansão Becker, ela decidiu anunciar sua saída.— Vou viajar por alguns dias, — Olívia disse, sua voz firme, embora suas mãos tremessem.Bianca, que tomava seu café da manhã, ergueu as sobrancelhas.— Viajar? Para onde?— Preciso de um tempo para pensar, — respondeu, evitando os olhares inquisidores.— Pensar no quê? — Bianca insistiu, cruzando os braços. — É sobre o Elysium?— Não, é sobre mim, Bianca. Nem tudo está relacionado aos negócios.Bianca bufou, mas não pressionou mais. Alan, que acabara de entrar na cozinha, ouviu a conversa e franziu o ce
O silêncio da noite foi quebrado pelo som dos passos de Eloísa no chão de mármore do escritório. A luminária de mesa lançava um brilho suave sobre o amontoado de papéis espalhados à sua frente. Eloísa Ventura era muitas coisas: estrategista, matriarca e defensora implacável da família. Mas naquele momento, ela era apenas uma mulher lidando com um segredo capaz de mudar tudo.Há dias, Eloísa sentia que havia algo profundamente errado no modo como Finn se comportava. O envolvimento crescente dele com Bianca era preocupante, mas o que realmente a incomodava era a forma como ele parecia manipular cada situação ao seu favor. Quando começou a revisitar contratos antigos e relatórios financeiros associados ao Elysium, encontrou os primeiros indícios de um esquema elaborado, cuidadosamente escondido entre camadas de transações aparentemente legítimas.A descoberta veio em uma noite anterior, quando cruzou um conjunto de dados financeiros que não se alinhavam. Dinheiro estava sendo desviado de
O sol já havia se posto, e o silêncio na mansão dos Beckers parecia mais denso do que nunca. Alan estava em seu escritório, encarando o vazio, enquanto as palavras de Eloísa ecoavam em sua mente. O documentos que ela lhe entregara na noite anterior estavam espalhados sobre a mesa, mas não era Finn que ocupava seus pensamentos naquele momento. Era Olívia. Sempre Olívia.Ele passou a mão pelo rosto, exausto. Nos últimos meses, sua vida tinha sido uma série de decisões impossíveis e sentimentos conflitantes. Havia tentado de tudo para se convencer de que ainda podia salvar seu casamento com Bianca, mas cada tentativa parecia mais vazia do que a anterior. E, depois de tudo o que acontecera entre ele e Olívia, negar seus sentimentos era uma batalha perdida.Alan sabia que precisava tomar uma decisão — e rápido. Não apenas pelo bem de seu casamento, mas também para proteger Olívia. Finn estava ficando mais ousado, e o fato de Bianca ter começado a suspeitar tornava a situação ainda mais ins
O anúncio do divórcio entre Alan e Bianca foi um terremoto que abalou as fundações das famílias Becker e Ventura. Não houve tempo para racionalizar ou reconstruir, apenas para reagir. E as reações vieram como uma tempestade de pressão, julgamento e caos.Na mansão Becker, o silêncio nunca fora tão ensurdecedor. Mesmo as empregadas, sempre atentas para manter as aparências, pareciam hesitar ao passar por Alan. Ele passava mais tempo em seu escritório improvisado, imerso em relatórios e nos projetos artísticos que usava como refúgio.Hector Becker não era um homem de meias palavras. Ele invadiu o escritório de Alan como uma tempestade, com o semblante duro e carregado de frustração.— Você perdeu a cabeça, Alan? Divórcio? Isso é inaceitável! — a voz de Hector ecoou pelas paredes.Alan levantou os olhos, cansado, mas firme.— Não posso continuar vivendo uma mentira. Nem para a família, nem para Bianca.— Vivendo uma mentira? — Hector bufou, aproximando-se. — Você acha que nossos negócios
O sol se punha lentamente atrás dos arranha-céus de Nova York, banhando a cidade em tons dourados e alaranjados. No topo de um dos edifícios mais imponentes da cidade, um homem contemplava a vista do seu luxuoso apartamento, situado no andar mais alto. As luzes da cidade começavam a brilhar como estrelas na Terra, mas a beleza do momento parecia distante, como se não tivesse nada a ver com sua vida.Ele era Alan Becker, um homem de 25 anos, que tinha tudo o que muitos considerariam o sonho americano: uma carreira promissora, um apartamento magnífico e uma família influente. No entanto, ele se sentia preso em uma armadilha feita de expectativas e obrigações familiares. Ele se lembrava da infância, das histórias de coragem e poder que seu pai contava, mas o que antes parecia emocionante agora se tornara um fardo pesado. Ele não queria ser o sucessor da família Becker, uma das famílias mais poderosas da máfia.Na verdade, Alan sonhava em abrir sua própria galeria de arte. Ele tinha um ta
O Grande Salão do Hotel Sapphire estava iluminado de forma exuberante, com lustres de cristal pendendo do teto alto e mesas elegantemente decoradas com flores frescas. Alan chegou ao evento acompanhado de sua irmã Aline, o ambiente estava repleto de convidados, muitos dos quais ele conhecia desde a infância. Havia risos e conversas animadas, mas ele se sentia como um estranho em seu próprio mundo. O peso do compromisso iminente o seguia como uma sombra.— Você vai se divertir, irmão. Prometo! — Disse Aline, animada, enquanto se afastava para cumprimentar alguns amigos. Alan forçou um sorriso, mas sua mente estava longe.Enquanto Aline se afastava, Alan avistou a família Ventura em uma mesa à frente. O patriarca, Ethan Ventura, conversava com alguns parceiros de negócios, enquanto Bianca, a noiva de Alan, estava cercada por amigas. Mas o que realmente chamou sua atenção foi a presença de Olívia.Ela estava de pé perto da mesa, sua postura imponente e um vestido preto elegante que ressa
O dia do casamento chegou, e o grande salão da mansão dos Ventura estava em plena preparação. Os floresceres brancos e dourados adornavam cada canto, criando uma atmosfera de conto de fadas que contrastava com a realidade sombria que Alan sentia em seu peito. Ele se olhou no espelho, ajustando a gravata e tentando esconder o nervosismo. O terno estava impecável, mas a sensação de opressão era inegável.Bianca apareceu na porta, radiante como sempre. O vestido de noiva, uma criação deslumbrante, realçava suas curvas e ela parecia uma verdadeira princesa. — Alan! Venha ver como estou! Não estou linda? — Ela girou, exibindo seu vestido em um movimento dramático.— Você está maravilhosa, Bianca, — ele disse, forçando um sorriso. Mas em seu coração, havia uma sensação de desconexão. Ele admirava sua beleza, mas não conseguia se sentir feliz. Em seu íntimo, a ideia de estar se casando com alguém que mal conhecia o deixava inquieto.— Você deveria estar mais animado! Estamos prestes a nos ca