O ar da noite estava pesado, como se prenunciasse as decisões difíceis que precisariam ser tomadas. Alan estacionou o carro em frente a um pequeno parque nos arredores da cidade, um local que ele sabia que Olívia gostava de visitar para fugir do caos. Ele a havia convencido a encontrá-lo ali com uma mensagem curta e direta: “Precisamos conversar. Só você e eu.”Olívia hesitou antes de sair de casa, sabendo que aquele encontro poderia mudar tudo. Quando chegou ao parque, viu Alan encostado em uma árvore, com as mãos nos bolsos e o olhar perdido no horizonte. Ele parecia cansado, mas determinado. — Pensei que não viria — disse ele ao vê-la se aproximar. — Quase não vim — respondeu Olívia, cruzando os braços. — Não sei se isso é uma boa ideia. Alan assentiu lentamente, como se compreendesse suas dúvidas. — Talvez não seja. Mas ignorar o que está acontecendo entre nós é impossível. Eles caminharam lado a lado pelo parque, um silêncio pesado pairando entre eles. Finalmente, Alan p
O sol começava a se erguer sobre a cidade, iluminando as primeiras horas de um dia que prometia ser cheio de desafios. Olívia acordou cedo, determinada a recuperar o controle de sua vida. Ela sabia que os eventos recentes — o confronto com Bianca, a confissão de Alan e a manipulação descarada de Finn — haviam colocado sua vida em uma trajetória que não escolheu. Enquanto tomava o café da manhã sozinha na cozinha da mansão Ventura, revisava mentalmente sua estratégia. Trabalhar em algo fora da influência das famílias Becker e Ventura era essencial para manter sua sanidade e provar que ainda era dona de suas próprias escolhas. No entanto, escapar das correntes invisíveis que a prendiam seria mais difícil do que imaginava. Olívia passou a tarde visitando um centro comunitário que ajudava jovens a desenvolverem habilidades artísticas. Era um lugar simples, mas cheio de vida, e ela sentiu-se instantaneamente conectada à energia vibrante do espaço. Uma mulher chamada Clara, coordena
A mansão Becker parecia ainda mais silenciosa naquela manhã, como se a própria estrutura estivesse à espera de algo que desabaria sobre ela. Alan andava de um lado para o outro em seu escritório, revisando documentos e mensagens. Desde que o caos com Bianca e Finn se intensificou, ele vinha questionando as verdadeiras intenções de sua própria família. Os Beckers sempre se orgulharam de sua força e união, mas Alan sabia que a aparência era apenas uma fachada. Nos bastidores, segredos eram enterrados, e alianças eram feitas em nome do poder. Ele se perguntou até que ponto sua família estava envolvida no caos que agora ameaçava consumi-lo. Enquanto Alan lutava com suas dúvidas, um visitante inesperado chegou à mansão. Um homem de cerca de 60 anos, de postura altiva e olhos que pareciam penetrar a alma, entrou no hall principal. Seu nome era Vicente Becker, tio de Alan, que havia se afastado da família décadas atrás. Eloísa foi a primeira a encontrá-lo e ficou paralisada ao reconhec
A tensão entre as famílias Ventura e Becker atingira um ponto de ebulição. Naquele momento, parecia que todas as relações estavam prestes a desmoronar, como uma ponte antiga sendo consumida por rachaduras invisíveis, mas profundas. Bianca passara as últimas semanas em um estado de negação, recusando-se a acreditar nas murmurações que a cercavam. Contudo, naquela manhã, ao rever mensagens antigas no celular de Alan — deixado descuidadamente sobre a mesa da sala —, ela encontrou algo que não podia ignorar. Uma troca breve, mas carregada de emoção, entre Alan e Olívia. As palavras não eram explícitas, mas o subtexto era claro como cristal: Alan nutria sentimentos profundos por Olívia. Bianca sentiu sua visão embaçar pela raiva e pela dor. Tudo o que ela havia suportado, tudo o que havia sacrificado por aquele casamento... e, agora, isso. Ela precisava agir, e precisava fazer isso de forma que todos soubessem o que estava acontecendo. Naquela noite, durante um jantar de família or
A tensão entre as famílias Becker e Ventura havia atingido um ponto crítico, e as alianças que antes pareciam inquebráveis agora estavam à beira de se desfazer. No meio desse caos, Alan e Eloísa haviam decidido unir forças, mesmo sabendo que isso os colocaria diretamente na mira de Finn. No escritório de Eloísa, as luzes permaneciam acesas até tarde da noite. A mesa estava coberta de documentos, registros financeiros e relatórios que Eloísa havia conseguido reunir. Alan, sentado do outro lado da mesa, analisava os papéis com atenção. — Isso é suficiente para incriminá-lo? — perguntou ele, apontando para um registro que mostrava pagamentos suspeitos feitos por empresas ligadas ao Elysium. — Não completamente — Eloísa respondeu, cruzando os braços. — Mas é um começo. Se conseguirmos acessar as contas principais e rastrear as transações, poderemos conectar Finn a atividades ilícitas diretamente. Alan suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Isso significa que precisaremos de m
O salão principal do evento organizado pelos Ventura estava iluminado por lustres opulentos, suas luzes refletindo nas taças de cristal e nos olhares tensos que pairavam sobre os convidados. Era uma noite destinada a celebrar as alianças entre as famílias, mas Eloísa sabia que seria muito mais do que isso. — Está pronta? — Alan perguntou, aproximando-se dela com uma expressão séria. Eloísa ajeitou o colar delicado no pescoço, um gesto que mascarava o nervosismo. — Não temos escolha. É agora ou nunca. Alan assentiu, ajustando o paletó. Ele sabia que o plano era arriscado, mas também sabia que não havia outra forma de desmascarar Finn. Finn estava no centro do salão, cumprimentando convidados e distribuindo sorrisos calculados. Ele sabia que aquele evento era uma oportunidade perfeita para consolidar sua posição. Havia manipulado Bianca habilmente, usando suas mágoas e inseguranças para colocá-la contra Alan e, por tabela, contra Olívia. — Você parece tensa, Bianca — ele com
O sol da manhã mal iluminava o horizonte quando Finn, em seu escritório, recebia uma ligação de um de seus aliados. O tom de voz do interlocutor era apressado, quase desesperado, mas Finn o interrompeu com um gesto impaciente, mesmo que o outro não pudesse vê-lo. — Isso não importa agora. Quero um relatório completo sobre qualquer movimento de Alan e Eloísa. E quero que alguém monitore Olívia Ventura de perto. Ao desligar, Finn olhou para a mesa diante de si. Espalhados entre papéis e arquivos, havia fotos de Alan, Eloísa e Olívia, com anotações que ele mesmo fizera durante os últimos dias. Seus olhos pararam na imagem de Olívia por mais tempo do que ele gostaria de admitir. — Se eles acham que podem me derrubar, estão subestimando quem eu sou. Ele pegou o telefone novamente e fez outra ligação. — Prepare os próximos passos. Quero que Alan Becker perca tudo. Enquanto isso, Olívia estava sentada na cozinha da casa de Ana, onde havia passado a noite. A tensão no ar era palp
A noite caiu pesada sobre a cidade, trazendo uma sensação de tensão que parecia penetrar o ar. No alto de um edifício abandonado, Finn Correia aguardava com paciência inquieta. Ao seu lado, Olívia estava amarrada a uma cadeira, seus pulsos e tornozelos presos com fita adesiva. Seu rosto mostrava uma mistura de raiva e determinação, mas o brilho de pânico em seus olhos era inegável. — Você acha que isso vai te salvar, Finn? — Olívia perguntou, a voz firme apesar da situação. — Todos já sabem quem você é. Isso só vai piorar as coisas para você. Finn inclinou-se para frente, seus olhos cheios de uma calma perturbadora. — Não se trata de me salvar, Olívia. Trata-se de garantir que, se eu cair, todos caiam comigo. Ele se afastou, observando a vista da cidade através de uma janela quebrada. Do lado de fora, o som de sirenes distantes se misturava ao vento. — Você sempre foi uma peça importante, Olívia. Não apenas por quem você é, mas pelo que significa para certas pessoas. — Finn