A mansão Becker parecia ainda mais silenciosa naquela manhã, como se a própria estrutura estivesse à espera de algo que desabaria sobre ela. Alan andava de um lado para o outro em seu escritório, revisando documentos e mensagens. Desde que o caos com Bianca e Finn se intensificou, ele vinha questionando as verdadeiras intenções de sua própria família. Os Beckers sempre se orgulharam de sua força e união, mas Alan sabia que a aparência era apenas uma fachada. Nos bastidores, segredos eram enterrados, e alianças eram feitas em nome do poder. Ele se perguntou até que ponto sua família estava envolvida no caos que agora ameaçava consumi-lo. Enquanto Alan lutava com suas dúvidas, um visitante inesperado chegou à mansão. Um homem de cerca de 60 anos, de postura altiva e olhos que pareciam penetrar a alma, entrou no hall principal. Seu nome era Vicente Becker, tio de Alan, que havia se afastado da família décadas atrás. Eloísa foi a primeira a encontrá-lo e ficou paralisada ao reconhec
A tensão entre as famílias Ventura e Becker atingira um ponto de ebulição. Naquele momento, parecia que todas as relações estavam prestes a desmoronar, como uma ponte antiga sendo consumida por rachaduras invisíveis, mas profundas. Bianca passara as últimas semanas em um estado de negação, recusando-se a acreditar nas murmurações que a cercavam. Contudo, naquela manhã, ao rever mensagens antigas no celular de Alan — deixado descuidadamente sobre a mesa da sala —, ela encontrou algo que não podia ignorar. Uma troca breve, mas carregada de emoção, entre Alan e Olívia. As palavras não eram explícitas, mas o subtexto era claro como cristal: Alan nutria sentimentos profundos por Olívia. Bianca sentiu sua visão embaçar pela raiva e pela dor. Tudo o que ela havia suportado, tudo o que havia sacrificado por aquele casamento... e, agora, isso. Ela precisava agir, e precisava fazer isso de forma que todos soubessem o que estava acontecendo. Naquela noite, durante um jantar de família or
A tensão entre as famílias Becker e Ventura havia atingido um ponto crítico, e as alianças que antes pareciam inquebráveis agora estavam à beira de se desfazer. No meio desse caos, Alan e Eloísa haviam decidido unir forças, mesmo sabendo que isso os colocaria diretamente na mira de Finn. No escritório de Eloísa, as luzes permaneciam acesas até tarde da noite. A mesa estava coberta de documentos, registros financeiros e relatórios que Eloísa havia conseguido reunir. Alan, sentado do outro lado da mesa, analisava os papéis com atenção. — Isso é suficiente para incriminá-lo? — perguntou ele, apontando para um registro que mostrava pagamentos suspeitos feitos por empresas ligadas ao Elysium. — Não completamente — Eloísa respondeu, cruzando os braços. — Mas é um começo. Se conseguirmos acessar as contas principais e rastrear as transações, poderemos conectar Finn a atividades ilícitas diretamente. Alan suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Isso significa que precisaremos de m
O salão principal do evento organizado pelos Ventura estava iluminado por lustres opulentos, suas luzes refletindo nas taças de cristal e nos olhares tensos que pairavam sobre os convidados. Era uma noite destinada a celebrar as alianças entre as famílias, mas Eloísa sabia que seria muito mais do que isso. — Está pronta? — Alan perguntou, aproximando-se dela com uma expressão séria. Eloísa ajeitou o colar delicado no pescoço, um gesto que mascarava o nervosismo. — Não temos escolha. É agora ou nunca. Alan assentiu, ajustando o paletó. Ele sabia que o plano era arriscado, mas também sabia que não havia outra forma de desmascarar Finn. Finn estava no centro do salão, cumprimentando convidados e distribuindo sorrisos calculados. Ele sabia que aquele evento era uma oportunidade perfeita para consolidar sua posição. Havia manipulado Bianca habilmente, usando suas mágoas e inseguranças para colocá-la contra Alan e, por tabela, contra Olívia. — Você parece tensa, Bianca — ele com
O sol da manhã mal iluminava o horizonte quando Finn, em seu escritório, recebia uma ligação de um de seus aliados. O tom de voz do interlocutor era apressado, quase desesperado, mas Finn o interrompeu com um gesto impaciente, mesmo que o outro não pudesse vê-lo. — Isso não importa agora. Quero um relatório completo sobre qualquer movimento de Alan e Eloísa. E quero que alguém monitore Olívia Ventura de perto. Ao desligar, Finn olhou para a mesa diante de si. Espalhados entre papéis e arquivos, havia fotos de Alan, Eloísa e Olívia, com anotações que ele mesmo fizera durante os últimos dias. Seus olhos pararam na imagem de Olívia por mais tempo do que ele gostaria de admitir. — Se eles acham que podem me derrubar, estão subestimando quem eu sou. Ele pegou o telefone novamente e fez outra ligação. — Prepare os próximos passos. Quero que Alan Becker perca tudo. Enquanto isso, Olívia estava sentada na cozinha da casa de Ana, onde havia passado a noite. A tensão no ar era palp
A noite caiu pesada sobre a cidade, trazendo uma sensação de tensão que parecia penetrar o ar. No alto de um edifício abandonado, Finn Correia aguardava com paciência inquieta. Ao seu lado, Olívia estava amarrada a uma cadeira, seus pulsos e tornozelos presos com fita adesiva. Seu rosto mostrava uma mistura de raiva e determinação, mas o brilho de pânico em seus olhos era inegável. — Você acha que isso vai te salvar, Finn? — Olívia perguntou, a voz firme apesar da situação. — Todos já sabem quem você é. Isso só vai piorar as coisas para você. Finn inclinou-se para frente, seus olhos cheios de uma calma perturbadora. — Não se trata de me salvar, Olívia. Trata-se de garantir que, se eu cair, todos caiam comigo. Ele se afastou, observando a vista da cidade através de uma janela quebrada. Do lado de fora, o som de sirenes distantes se misturava ao vento. — Você sempre foi uma peça importante, Olívia. Não apenas por quem você é, mas pelo que significa para certas pessoas. — Finn
O amanhecer trazia um frescor renovador à cidade, tingindo os prédios de tons dourados e prometendo um futuro menos turbulento. Após o confronto final com Finn e a revelação de segredos que redefiniram as dinâmicas familiares, as famílias Becker e Ventura se viam em um território desconhecido. Não havia mais um vilão a enfrentar, mas os danos deixados para trás ainda pediam reparação. Bianca encarava o reflexo no espelho de seu quarto, onde uma mala semiaberta repousava na cama atrás dela. Os últimos meses haviam sido um turbilhão de emoções, mas ela finalmente sentia que estava reencontrando seu equilíbrio. Ao longo dos dias que se seguiram à queda de Finn, Bianca passou por um processo interno doloroso. Ela reconheceu o quanto havia sido manipulada, não apenas por Finn, mas também por suas próprias expectativas e pelo legado da família Ventura. Com um suspiro determinado, ela fechou a mala e pegou o telefone. Uma mensagem simples para uma antiga amiga da faculdade foi o sufici
O som das ondas quebrando suavemente na praia era a única melodia que preenchia o ar. Alan estava sentado na areia, os pés descalços enterrados nos grãos quentes. Ao seu lado, Olívia observava o horizonte, um sorriso contido brincando em seus lábios. Pela primeira vez em meses, havia uma sensação de leveza entre eles, como se o peso das mentiras e dos conflitos finalmente tivesse se dissipado. — Parece que o mundo finalmente parou de girar tão rápido — disse Olívia, quebrando o silêncio. Alan riu, lançando-lhe um olhar carinhoso. — Talvez esteja apenas nos dando um tempo antes da próxima curva. Olívia virou-se para ele, os olhos brilhando sob a luz dourada do pôr do sol. — Não vamos estragar isso com previsões sombrias. Hoje... hoje, é só paz. Eles compartilharam um olhar que dizia mais do que palavras poderiam expressar. Depois de tudo que enfrentaram, aquele momento parecia uma vitória. Na mansão Becker, Bianca estava na varanda, observando o jardim com uma xícara de chá n