O sol já havia se posto, e o silêncio na mansão dos Beckers parecia mais denso do que nunca. Alan estava em seu escritório, encarando o vazio, enquanto as palavras de Eloísa ecoavam em sua mente. O documentos que ela lhe entregara na noite anterior estavam espalhados sobre a mesa, mas não era Finn que ocupava seus pensamentos naquele momento. Era Olívia. Sempre Olívia.Ele passou a mão pelo rosto, exausto. Nos últimos meses, sua vida tinha sido uma série de decisões impossíveis e sentimentos conflitantes. Havia tentado de tudo para se convencer de que ainda podia salvar seu casamento com Bianca, mas cada tentativa parecia mais vazia do que a anterior. E, depois de tudo o que acontecera entre ele e Olívia, negar seus sentimentos era uma batalha perdida.Alan sabia que precisava tomar uma decisão — e rápido. Não apenas pelo bem de seu casamento, mas também para proteger Olívia. Finn estava ficando mais ousado, e o fato de Bianca ter começado a suspeitar tornava a situação ainda mais ins
O anúncio do divórcio entre Alan e Bianca foi um terremoto que abalou as fundações das famílias Becker e Ventura. Não houve tempo para racionalizar ou reconstruir, apenas para reagir. E as reações vieram como uma tempestade de pressão, julgamento e caos.Na mansão Becker, o silêncio nunca fora tão ensurdecedor. Mesmo as empregadas, sempre atentas para manter as aparências, pareciam hesitar ao passar por Alan. Ele passava mais tempo em seu escritório improvisado, imerso em relatórios e nos projetos artísticos que usava como refúgio.Hector Becker não era um homem de meias palavras. Ele invadiu o escritório de Alan como uma tempestade, com o semblante duro e carregado de frustração.— Você perdeu a cabeça, Alan? Divórcio? Isso é inaceitável! — a voz de Hector ecoou pelas paredes.Alan levantou os olhos, cansado, mas firme.— Não posso continuar vivendo uma mentira. Nem para a família, nem para Bianca.— Vivendo uma mentira? — Hector bufou, aproximando-se. — Você acha que nossos negócios
O ar da noite estava pesado, como se prenunciasse as decisões difíceis que precisariam ser tomadas. Alan estacionou o carro em frente a um pequeno parque nos arredores da cidade, um local que ele sabia que Olívia gostava de visitar para fugir do caos. Ele a havia convencido a encontrá-lo ali com uma mensagem curta e direta: “Precisamos conversar. Só você e eu.”Olívia hesitou antes de sair de casa, sabendo que aquele encontro poderia mudar tudo. Quando chegou ao parque, viu Alan encostado em uma árvore, com as mãos nos bolsos e o olhar perdido no horizonte. Ele parecia cansado, mas determinado. — Pensei que não viria — disse ele ao vê-la se aproximar. — Quase não vim — respondeu Olívia, cruzando os braços. — Não sei se isso é uma boa ideia. Alan assentiu lentamente, como se compreendesse suas dúvidas. — Talvez não seja. Mas ignorar o que está acontecendo entre nós é impossível. Eles caminharam lado a lado pelo parque, um silêncio pesado pairando entre eles. Finalmente, Alan p
O sol começava a se erguer sobre a cidade, iluminando as primeiras horas de um dia que prometia ser cheio de desafios. Olívia acordou cedo, determinada a recuperar o controle de sua vida. Ela sabia que os eventos recentes — o confronto com Bianca, a confissão de Alan e a manipulação descarada de Finn — haviam colocado sua vida em uma trajetória que não escolheu. Enquanto tomava o café da manhã sozinha na cozinha da mansão Ventura, revisava mentalmente sua estratégia. Trabalhar em algo fora da influência das famílias Becker e Ventura era essencial para manter sua sanidade e provar que ainda era dona de suas próprias escolhas. No entanto, escapar das correntes invisíveis que a prendiam seria mais difícil do que imaginava. Olívia passou a tarde visitando um centro comunitário que ajudava jovens a desenvolverem habilidades artísticas. Era um lugar simples, mas cheio de vida, e ela sentiu-se instantaneamente conectada à energia vibrante do espaço. Uma mulher chamada Clara, coordena
A mansão Becker parecia ainda mais silenciosa naquela manhã, como se a própria estrutura estivesse à espera de algo que desabaria sobre ela. Alan andava de um lado para o outro em seu escritório, revisando documentos e mensagens. Desde que o caos com Bianca e Finn se intensificou, ele vinha questionando as verdadeiras intenções de sua própria família. Os Beckers sempre se orgulharam de sua força e união, mas Alan sabia que a aparência era apenas uma fachada. Nos bastidores, segredos eram enterrados, e alianças eram feitas em nome do poder. Ele se perguntou até que ponto sua família estava envolvida no caos que agora ameaçava consumi-lo. Enquanto Alan lutava com suas dúvidas, um visitante inesperado chegou à mansão. Um homem de cerca de 60 anos, de postura altiva e olhos que pareciam penetrar a alma, entrou no hall principal. Seu nome era Vicente Becker, tio de Alan, que havia se afastado da família décadas atrás. Eloísa foi a primeira a encontrá-lo e ficou paralisada ao reconhec
A tensão entre as famílias Ventura e Becker atingira um ponto de ebulição. Naquele momento, parecia que todas as relações estavam prestes a desmoronar, como uma ponte antiga sendo consumida por rachaduras invisíveis, mas profundas. Bianca passara as últimas semanas em um estado de negação, recusando-se a acreditar nas murmurações que a cercavam. Contudo, naquela manhã, ao rever mensagens antigas no celular de Alan — deixado descuidadamente sobre a mesa da sala —, ela encontrou algo que não podia ignorar. Uma troca breve, mas carregada de emoção, entre Alan e Olívia. As palavras não eram explícitas, mas o subtexto era claro como cristal: Alan nutria sentimentos profundos por Olívia. Bianca sentiu sua visão embaçar pela raiva e pela dor. Tudo o que ela havia suportado, tudo o que havia sacrificado por aquele casamento... e, agora, isso. Ela precisava agir, e precisava fazer isso de forma que todos soubessem o que estava acontecendo. Naquela noite, durante um jantar de família or
A tensão entre as famílias Becker e Ventura havia atingido um ponto crítico, e as alianças que antes pareciam inquebráveis agora estavam à beira de se desfazer. No meio desse caos, Alan e Eloísa haviam decidido unir forças, mesmo sabendo que isso os colocaria diretamente na mira de Finn. No escritório de Eloísa, as luzes permaneciam acesas até tarde da noite. A mesa estava coberta de documentos, registros financeiros e relatórios que Eloísa havia conseguido reunir. Alan, sentado do outro lado da mesa, analisava os papéis com atenção. — Isso é suficiente para incriminá-lo? — perguntou ele, apontando para um registro que mostrava pagamentos suspeitos feitos por empresas ligadas ao Elysium. — Não completamente — Eloísa respondeu, cruzando os braços. — Mas é um começo. Se conseguirmos acessar as contas principais e rastrear as transações, poderemos conectar Finn a atividades ilícitas diretamente. Alan suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Isso significa que precisaremos de m
O salão principal do evento organizado pelos Ventura estava iluminado por lustres opulentos, suas luzes refletindo nas taças de cristal e nos olhares tensos que pairavam sobre os convidados. Era uma noite destinada a celebrar as alianças entre as famílias, mas Eloísa sabia que seria muito mais do que isso. — Está pronta? — Alan perguntou, aproximando-se dela com uma expressão séria. Eloísa ajeitou o colar delicado no pescoço, um gesto que mascarava o nervosismo. — Não temos escolha. É agora ou nunca. Alan assentiu, ajustando o paletó. Ele sabia que o plano era arriscado, mas também sabia que não havia outra forma de desmascarar Finn. Finn estava no centro do salão, cumprimentando convidados e distribuindo sorrisos calculados. Ele sabia que aquele evento era uma oportunidade perfeita para consolidar sua posição. Havia manipulado Bianca habilmente, usando suas mágoas e inseguranças para colocá-la contra Alan e, por tabela, contra Olívia. — Você parece tensa, Bianca — ele com