6

Fechei a porta depois que Pierre virou à esquerda, e pareceu que um peso enorme tinha saído das minhas costas. Eu coloquei minha mala no chão e me aconcheguei na cama confortável. O sono me pegou imediatamente.

Acordei com um bater de forma consistente na minha porta. Eu gemi e levantei-me, abrindo a porta para ver um Adrian sorridente.

— O que? — Rosnei.

Ele riu mais.

— Hora do chá. — Ele caçoou. — Desvantagens de ser de uma família como esta. Talvez apareçam uma ou duas garotas das redondezas.

Eu fiz uma careta.

— Se essa é a sua tentativa de me fazer ciúmes, não está funcionando. Estou realmente feliz que meus pais não são como os seus.

Ele me olhou de cima a baixo e então seus olhos foram para outro lugar. Ele se abaixou e eu olhei para ele com horror. Ele ia me beijar? Em vez disso, ele me empurrou para o quarto e trancou a porta. Ele colocou um dedo sobre os lábios e balançou a cabeça para a porta fechada. Foi só então que ouvi os passos. Maldição. Pierre.

— Merda! — Eu exclamei. — Eu pensei que você ia me beijar!

O olhar no rosto de Adrian era tão cômico que comecei a rir. Ele parecia horrorizado com o pensamento.

— Oh não! Eu já te disse garota, sei que sou irresistível, mas eu não gosto de mulher.

Revirei os olhos para ele. Quando prendi meu cabelo e coloquei um pouco de maquiagem, as palavras de Pierre vieram à minha mente. Eu tinha que avisar ao Adrian que o bastardo do seu irmão não acreditava realmente que estávamos namorando. Tínhamos que agir de forma mais convincente. Marie já estava comendo em nossas mãos, mas ainda tínhamos que encontrar o pai de Adrian.

— Sério Jenny, o quê mais você quer? — Adrian reclamou.

Dei-lhe o beijo no nariz e ele riu. Então pegou minha mão na sua e eu me senti engraçada. Mas eu tinha que fazer isso. Descemos as escadas, rindo enquanto Adrian falava sobre o planejamento do nosso casamento.

Eu congelei quando Marie e Pierre olharam para nós com interesse e um vermelho escuro cobriu minhas bochechas. Ele pareceu notar o meu desconforto e uma névoa maligna apareceu por cima da sua cabeça.

— Parem de olhar para ela assim. Si spaventarla.

Eu dei a Adrian um olhar de repreensão, não gostando muito do que ele falou em italiano, sabendo que eu não entendia.

— Oh, desculpe querido. — Disse Marie. — Venha e sente-se. Collie estava prestes a servir o chá.

Infelizmente eu estava sentada ao lado de Pierre e Adrian sentou do meu outro lado. Meu corpo de repente estava em alerta máximo. Eu estava ciente de quão perto estávamos sentados. Se qualquer um de nós se movesse um centímetro em direção ao outro, estaríamos tocando um ao outro. Seu cheiro diferente chamou minha atenção e de repente me vi fantasiando. E o pior, eu queria mais.

— Então, Jenny, como está o negócio no café? — Marie perguntou.

Eu sorri.

— Ótimo! Felizmente eu tive tempo suficiente para arrumar tudo após Adrian me dizer que estava vindo aqui.

— Café? — Pierre perguntou.

— Sim. — Disse Adrian. — Jenny possui um café. Um incrível café. Você deve experimentar na próxima vez que for a Londres.

— Então, você começou tudo isso no seu país? — Pierre perguntou, seu rosto mostrando um interesse repentino.

Eu balancei a cabeça.

— Eu guardei um pouco de dinheiro durante a faculdade e trabalhei em uma empresa corporativa por um ano até que tivesse o suficiente e, em seguida, construí o meu café. Ele é meu bebê.

— E... — Antes de Pierre poder continuar o que ele estava dizendo, meu telefone tocou. Eu dei a ele um olhar de desculpas e o tirei do bolso do meu jeans.

— Sinto muito, eu tenho que atender isso. — Eu disse.

— É urgente? — Marie perguntou.

Eu balancei a cabeça.

— Oh, não. É apenas a minha mãe. É que eu esqueci completamente que... Oh droga!

Adrian riu e eu atirei-lhe um olhar firme de repreensão. Levantei-me, me afastei da mesa e atendi.

— Oi mãe!

— Querida, você está ocupada? — A minha mãe perguntou e eu peguei a urgência em sua voz. Mamãe era geralmente calma e composta.

— Hum... não. — Respondi. — O que aconteceu?

— Shelly está aqui e ela está pedindo para ver você, falar com você.

Porra.

— Mãe? Dê-me um minuto e eu vou chamá-la no vídeo, está bem? — Eu perguntei, respirando fundo para me acalmar.

— Claro, querida. — Disse minha mãe. — Só não demore muito.

— Sim, mãe. Dois minutos.

Corri de volta para a mesa.

— Eu sinto muito, mas não posso acompanhá-los para o chá. Algo realmente importante surgiu.

— É trabalho, querida? — Marie perguntou.

— Uh... não. — Eu disse e, em seguida, olhei para Adrian. — Shelly está na minha casa.

— Merda! — Ele amaldiçoou e antes que eu percebesse, ele estava me arrastando até as escadas. Uma vez que chegou ao meu quarto, eu liguei no meu laptop e assim que eu entrei, o rosto preocupado da mãe encontrou o meu. Eu fiz uma careta. O que Shelly quer agora?

— Mãe, quando ela veio? — Eu perguntei.

— Cerca de uma hora atrás. Eu queria pará-la. Ela foi para o seu apartamento, mas você não estava lá e ela ainda foi para o café. Depois disso, ela veio pedindo para ver você.

Mamãe estava preocupada. Era óbvio em seu rosto. Ela não sabia o que fazer ou dizer. Shelly poderia ser completamente uma chata. Eu só a tinha visto duas vezes e eu já sabia que ela era uma senhora inconveniente. Ela sempre conseguia o que queria.

— Mãe, basta trazê-la aqui. — Eu suspirei.

Minha mãe franziu a testa.

— Onde você está, Jenny?

Dei-lhe um pequeno sorriso desconfortável,

— Uh... Você sabe... culpa ... do Adrian!

— Ei! — Adrian protestou. — Eu não fiz nada! Ela concordou em vir comigo Sra. Kingsley.

— Onde estão vocês? — Mamãe perguntou, franzindo a testa agora.

— Itália? — Mordi o lábio, esperando pelo melhor. Eu não sabia qual seria a reação dela, mas eu realmente esperava que ela não caísse como toda mãe em cima de mim.

— O que?! — Ela exclamou. — Vamos falar sobre isso mais tarde, agora você tem que tirar essa mulher da minha casa!

— Sim, mãe. — Eu concordei. Eu ouvi alguns barulhos e depois o rosto de Shelly veio à tona. — O que você quer? — Eu perguntei a ela.

— Eu queria ver você. — Shelly respondeu, chateada pelo meu tom. — Mas foi difícil com o seu jogo de esconde-esconde.

— Eu não estou brincando de esconde-esconde. — Eu disse entre os dentes. — Eu não quero conhecê-la. E eu não estou no país.

— Onde você está? — Ela incitou.

— França. — Adrian respondeu por mim e se possível, o cenho de Shelly tornou-se mais pronunciado.

— Eu... — Shelly começou a dizer, mas eu a cortei.

— Olha, eu não estou aí e eu realmente não posso falar com você agora. Eu estarei de volta em três semanas, eu posso falar com você, então?

Ela fez uma pausa, considerando o que eu disse. Então ela deu a Adrian um olhar afiado. Depois virou o rosto para mim.

— Bem, então tudo bem. — Em seguida, ela acrescentou com um sorriso adocicado. — Você está ciente do que vai acontecer se você não mantiver sua promessa.

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