Ele balançou a cabeça pelo meu comentário e pegou minha mão enquanto caminhávamos para dentro da casa novamente. Eu congelei quando entramos na casa. Pierre estava lá com Marie, e não havia sequer uma noção de remorso no seu rosto. Sua mãe empurrou-o e ele franziu a testa. Adrian apertou minha mão e eu olhei para ele, assegurando-lhe com os olhos que estava tudo bem.
— Sinto muito. — Pierre pediu desculpas, mas ele não parecia estar arrependido. — Eu passei dos limites.Eu balancei a cabeça.— Eu sinto muito pelo tapa. — Agora que eu pensei sobre isso, eu realmente não deveria ter feito isso. Eu sei que ele cruzou a linha, mas eu não era normalmente uma pessoa violenta. Ele me deu um olhar sombrio. Eu sabia que ele não era tudo o que parecia demonstrar. Ele parecia tão centrado e... perigoso. Eu realmente não gostaria de conhecer o lado ruim deste homem.— Querido. — Marie disse. — Você e Jennifer vão ficar no mesmo quarto?Antes que Adrian pudesse responder, eu disse: — Só se estiver tudo bem com você, senhora... — Eu parei quando ela me lançou um olhar, — quero dizer Marie. Nós realmente não nos importamos de não ficar no mesmo quarto.— Fale por si mesma. — Adrian murmurou em voz alta. Dei-lhe um olhar de soslaio e o censo lúdico em seus olhos me fez querer rir.— Vocês não vão ficar no mesmo quarto. — Disse Pierre e eu resisti à vontade de mandá-lo à merda. Ele certamente merecia. Marie olhou para ele com surpresa, e pareceu que ocorreu uma conversa silenciosa entre eles.Ela assentiu com a cabeça. — Ele está certo. O pai de Adrian não iria gostar muito.Dei-lhe um sorriso caloroso. — Tudo bem, Marie. São apenas duas semanas.— Eu já mandei a equipe arrumar as suas malas no andar de cima, Adrian querido, vá e mostre à Jenny o quarto. Você podem ir se refrescar e vamos nos encontrar para o chá em duas horas. — Disse ela e, sem esperar uma resposta, ela saiu.Adrian começou a subir as escadas, minha mão ainda na dele. Eu podia sentir que ele estava louco. Por que, eu não sabia. Era por causa do seu irmão?— Por que você está zangado? — Eu perguntei e Adrian me lançou um olhar que me disse que ele me contaria tudo depois.Nós caminhamos para um corredor, com portas cobrindo ambos os lados. Parecia haver uma grande quantidade de quartos aqui para uma família pequena como essa. Ele abriu a segunda porta à nossa direita e eu olhei ofegante. O quarto era incrível. Havia uma cama king size no meio, coberto com, o que eu suspeitava, lençóis de seda. Uma extremidade do quarto tinha janelas francesas que deu ao quarto um olhar vivo. A luz do sol brilhava através das janelas, fazendo com que algumas partes do quarto tivessem um toque mágico.— Uau. — Eu engasguei. Adrian riu atrás de mim.— Eu nunca pensei que veria Jennifer Kingsley se surpreender.Virei-me e atingi seu braço.— Você sabe. — Eu disse em tom de conversa. — Às vezes, eu acho que você está apenas fingindo ser gay para que possa sair comigo.Ele me deu um olhar típico dele.— Besteira, menina! Não se ache demais! Tenho orgulho de dizer que estou muito interessado apenas em pau.— Você é um hipócrita. — Comentei.— Sim, sim. Mas você me ama. — Ele respondeu e eu ri. — Eu vou tirar um cochilo, então fique à vontade.Eu balancei a cabeça e estendi a mão. Ele a pegou e beijou minha bochecha,— Obrigado por me trazer aqui, eu realmente adorei.— Mesmo que você tenha que fingir ser minha namorada? — Adrian provocou e eu o empurrei para fora do quarto, logo quando Pierre subia as escadas. Adrian não percebeu e entrou em seu quarto, resmungando algo sobre não ser capaz de me entender em tudo.Voltei para o quarto e abri a minha mala, tirando um vestido amarelo. Eu coloquei-o no sofá e peguei o meu celular do bolso. Ele tocou quando joguei todas as minhas coisas para fora, mas eu o desliguei.Congelei quando ouvi uma voz atrás de mim.— Qual é o seu jogo Srta. Kingsley? — Eu me virei, ficando cara a cara com Pierre Lawrence.Eu me virei e olhei para ele com surpresa. O que? Eu nem sequer percebi que ele estava perto de nós. Mas com a sua pergunta, eu tinha certeza de que ele não tinha ouvido Adrian falando comigo. Eu só podia imaginar o tumulto que iria criar se tivesse.— Bem, Jennifer? — Pierre cutucou, dando ênfase ao meu nome.— Eu não sei do que você está falando. — Eu disse, orgulhosa que minha voz não vacilou e eu não parecia tão instável como eu me sentia por dentro. Algo sobre este homem me intrigava, me avisava. Ele soltava uma vibração perigosa, mas também tinha certa vulnerabilidade.— Não seja tímida, Jennifer. — Ele franziu a testa. — Você obviamente tem que ter um motivo para estar com o meu irmão. Então qual é?— E o que há de tão errado com o seu irmão? — Eu perguntei, esperando e rezando para que ele não dissesse algo como “Adrian é gay” ou algo assim.— As meninas não costumam cair aos pés do Adrian. — Ele disse e eu pude ouvir a arrogância clara em sua voz. Ele pensava que Adrian não era suficientemente bom e as meninas não se apaixonavam por ele. Eu queria bater nele. Ele realmente tinha atravessado uma linha neste momento.— Certo. — Eu disse entre dentes. — Porque elas estão muito ocupadas caindo aos seus pés? Mas eu não sou uma delas, Sr. Lawrence. Adrian é um homem incrível.Eu tinha muito orgulho de ele ser meu melhor amigo.— Ele tem o coração mais compassivo do mundo, é engraçado, fica comigo mesmo quando estou no meu pior momento e você sabe o quê mais, a lista é interminável. — Então eu adicionei com veneno. — O fato de que ele ser divinamente maravilhoso é apenas um bônus.Pierre pareceu surpreso com a minha explosão. Ele não parecia se importar de ter acabado de insultar o irmão. Ele parecia se importar com o que eu disse sobre o Adrian e que eu quis dizer cada palavra.— Você conseguiu me pegar de surpresa duas vezes em apenas algumas horas, Jennifer. — Pierre sorriu. — Primeiro com o tapa e agora isso. Então, você realmente não tem nenhuma intenção de roubar dinheiro do meu irmão?Eu fiz uma careta para ele.— Ele pode dizer a você que eu nem sabia quem era o seu pai ou sobre a linhagem dele até que a sua mãe me visitou alguns meses atrás e me fez a mesma pergunta. E, para a sua completamente e totalmente inadequada pergunta, não. Eu tenho dinheiro o suficiente para mim.— E o que você faz?Eu cerrei os dentes, com a certeza de que eu teria que ir ao dentista a este ritmo.— Eu não estava ciente de que isso era um interrogatório. Estou muito cansada agora, por isso, se você não se importa, eu gostaria de descansar.— Você está me rechaçando? — Pierre perguntou pasmo, como se o simples pensamento o apavorasse.— Sim. — Eu falei devagar, como se falasse com uma criança. — Não espere que eu seja mais uma pessoa a cair aos seus pés.Ele parecia tão surpreso que eu suprimi uma risadinha. Era óbvio que ele não estava acostumado a ser recusado ou a receber tais respostas. Seu belo rosto ficou enrugado, e uma parte da minha mente me disse como ele era bonito assim. Isso me atingiu como um balde de água fria. Fofa, Pierre Lawrence? Sim, eu definitivamente precisava de algum descanso.— Ok, então. — Ele disse lentamente, como se ainda tentasse processar minhas palavras. — Eu vou deixá-la com ele.Fechei a porta depois que Pierre virou à esquerda, e pareceu que um peso enorme tinha saído das minhas costas. Eu coloquei minha mala no chão e me aconcheguei na cama confortável. O sono me pegou imediatamente.Acordei com um bater de forma consistente na minha porta. Eu gemi e levantei-me, abrindo a porta para ver um Adrian sorridente.— O que? — Rosnei.Ele riu mais.— Hora do chá. — Ele caçoou. — Desvantagens de ser de uma família como esta. Talvez apareçam uma ou duas garotas das redondezas.Eu fiz uma careta.— Se essa é a sua tentativa de me fazer ciúmes, não está funcionando. Estou realmente feliz que meus pais não são como os seus.Ele me olhou de cima a baixo e então seus olhos foram para outro lugar. Ele se abaixou e eu olhei para ele com horror. Ele ia me beijar? Em vez disso, ele me empurrou para o quarto e trancou a porta. Ele colocou um dedo sobre os lábios e balançou a cabeça para a porta fechada. Foi só então que ouvi os passos. Maldição. Pierre.— Merda! — Eu exclamei
— Muito. — Eu rebati, saindo antes que pudesse dizer qualquer coisa. Eu caí para trás e Adrian sentou-se ao meu lado.— Bem, nada. — Adrian xingou e eu os meus pensamentos espelhavam os dele. Ele era como o irmão que nunca tive. Ele sabia tudo sobre mim e como tudo isso me levou até a borda. Ele não era como todas as pessoas gays extravagantes que você via na TV. Ele era um cara normal, que gostava de fazer coisas normais, mas que preferiu seu próprio sexo.— Você quer sair e esquecer um pouco as coisas? — Adrian perguntou gentilmente.— Não, está tudo bem. Nós vamos para baixo, eu me sinto mal por deixar o chá assim.— Mamãe não vai se importar, Jenny. Eu vou apenas dizer-lhe que tinha um telefonema estressante e teve que relaxar.Dei-lhe um sorriso. — Está tudo bem. Vamos descer.Descemos em silêncio absoluto. Marie ainda estava na sala de jantar, falando com Pierre. Eles olharam para cima quando entramos. Marie sorriu e o olhar no rosto de Pierre me disse que eu não gostaria do chá
— Você sabe que este é um tema sensível, Jenny. Deixa assim, por favor.Relutantemente, eu assenti. Se era isso que ele queria, eu respeitaria.Eu não conseguia dormir. Tentei tanto quanto eu pude, mas não consegui convencer meu corpo a seguir a minha mente. Eu devia estar com jet lag, cansada, na máxima exaustão, era a explicação. Mas eu estava também bastante confusa. Olhei para o relógio e percebi que era tarde demais para ligar para a minha mãe e eu realmente não estava preparada para a gritaria dela.Ela iria me dizer exatamente que era uma estúpida decisão essa que eu tinha feito e eu não estava pronta para ouvir isso ainda. Então, eu saí da cama e vesti um roupão de seda caro que eu tinha trazido. Estes eram os prazeres que me deixavam mais culpada, pois era onde boa parte do meu dinheiro se ia.Puxei-o em torno de mim com força e amarrei-o. Coloquei minhas pantufas felpudas e sai do quarto. Eu esperava que não tivesse ninguém acordado em nenhum lugar, ou isso seria muito embar
— Parece que você teve o pior dos castigos. — Comentou Pierre. Eu me virei para olhar para ele em confusão. Ele estava dirigindo-nos para a cidade.Fazia uma hora desde que deixamos a casa dos seus pais e não havia tido uma palavra entre nós. Eu até pensei duas vezes sobre ligar o rádio, mas decidi não arriscar. Pierre parecia tão sério na condução que eu não pude sequer pensar em perturbá-lo.Isso me assustou ao mesmo passo que me fascinou. Ele tinha essa vibração perigosa que eu podia sentir a partir de uma milha de distância. Ele era o cara que meus pais me disseram para ficar longe.— Jennifer? — A voz de Pierre me tirou dos meus devaneios. Um rubor cobriu meu rosto quando eu percebi que ele estava esperando que eu respondesse.— Desculpa, o que? — Corei novamente.— Estava em uma espécie de porão próprio, Jennifer? — Eu me repreendi.— Parece que você tem uma detenção tripla nesse aspecto.— Eu não sabia que minha atitude era tão horrível. — Ele disse e, embora estivesse provavel
Eu estava prestes a responder, mas meu telefone tocou. Eu olhei para o identificador de chamadas. Mamãe.— Oi, mãe. — Eu disse com cautela, esperando a tempestade.— O que você estava pensando? — Ela me repreendeu, sem sequer uma saudação. — Você sabe quanto problema isso vai causar?— Mãe, — eu interrompi, — eu sei. Você sabe o quão difícil é para dizer não a ele.— Isso não é desculpa, Jennifer. — Eu podia imaginar o rosto da minha mãe, e eu não tinha nenhuma dúvida de que ela estava franzindo a testa.— Eu sei, mãe! — Suspirei. — Adrian não teria desistido até que eu dissesse que sim. Você sabe como ele é.— Você percebe o que vai acontecer quando ele sair do armário?Rangi os dentes.— Eu sei, mãe. Eu percebi depois que eu vim aqui. Eu não deveria ter aceitado, eu sei.Mamãe suspirou. — Querida, para o seu bem, espero que o Adrian volte a si.— Eu também, mãe. Te amo. — Eu sorri.— Também te amo, querida. Divirta-se. — Minha mãe disse e cortou a chamada.— Sua mãe? — Pierre pergu
— Jenny? — Ouvi Adrian dizer e pulei para longe de Pierre como se ele estivesse em chamas. Pierre tinha um olhar sombrio no rosto, enquanto olhava para a figura que se aproximava.Adrian caminhou em nossa direção, vestido elegantemente em um terno, com um sorriso no rosto. Metade de mim estava brava com ele, a outra metade feliz que ele veio em cima da hora e me salvou de ser violada por Pierre Lawrence. Ok, talvez eu estivesse exagerando, mas eu sabia que uma vez que aqueles lábios luxuriosos tocassem os meus, eu estaria perdida.— A-Adrian. — Eu gaguejei, tentando manter minha voz normal. — O que... Por que você está aqui mais cedo?— Eu disse ao meu pai que o tempo gasto com a minha namorada impressionante era mais importante, e que eu iria te ajudar com as suas coisas hoje à tarde.Engoli em seco.— Oh? Ahm... Nós estávamos apenas tomando um pouco de sol aqui.O rosto de Adrian ficou amassado com preocupação e confusão.— Você está bem, Jenny? Você parece um pouco pálida.Eu balan
Olhei para ele com os olhos arregalados. Como ele sabia? “Você foi uma burra, Jenny!” gritou uma voz dentro de mim.— Do que você está falando? É claro que Adrian é meu namorado. Você por acaso é idiota?Ele sorriu, curvando-se, e por isso ficamos ao nível dos olhos um do outro.— Eu não sou a porra da sua namorada, eu sou a sua melhor amiga! — Ele disse em uma voz feminina falsa. — O que foi isso sobre você ser sua namorada?— Ahm... eu não sei o que você ouviu, mas eu não disse isso. — Gaguejei terrivelmente. — Deixe-me ir, Pierre! Estou namorando seu irmão, você não tem nenhuma...Seus lábios se esmagaram contra os meus, me silenciando. Eu não respondi, chocada. Ele me beijou mais forte, sua língua sondando meus lábios e todos os meus pensamentos racionais se esvaíram. Então eu o beijei de volta ansiosamente, amando a sensação dos seus lábios contra os meus. Ele empurrou sua língua na minha boca mais forte, como se estivesse transando com ela.Gemi contra ele, seus lábios e língua
Olhei para Pierre, recuando de volta em total surpresa enquanto ele se afastava de mim. Ele estava me provocando? O que no mundo que ele quis dizer com isso? Eu não tinha tanta certeza do que seu jogo era e isso me fez sentir muito desconfortável.Adrian se aproximou de mim e franziu a testa quando viu meu rosto.— Tem alguma coisa errada, Jenny?Eu balancei a cabeça, engolindo o champanhe restante, e tendo outra taça quando o garçom passou por nós. Adrian ergueu as duas sobrancelhas para mim.— O que? — Eu murmurei, tomando mais um gole.— Você está tentando ficar bêbada de propósito? Você está agindo muito estanho.Eu fiz uma careta, sem saber o que dizer. O que eu poderia dizer? Seu irmão ameaçou me provocar? E eu não tenho nenhuma ideia de que forma ele quis dizer isso. Ok, talvez um pouco de uma ideia, mas não muito.— Jenny? — A voz de Adrian me tirou dos meus pensamentos. Ele estava olhando para mim com preocupação em seus olhos, fazendo-me sentir muito culpada por beijar seu i