-Deixa eu ver se eu entendi…posso fazer uma recapitulação do meu próprio jeito?-Claro, senhorita. Da mesma forma que me deu minha liberdade artística com a minha história, não vejo por que não você não deveria ter o mesmo direito. Fique à vontade, e eu vou corrigir caso você não tenha entendido algum ponto.-Tudo bem, vamos lá…Tinha um tipo de líder ou alguma coisa parecida, que tinha um primo ou talvez um irmão, que pegou o lugar de liderança desse líder e levou toda a sua tribo ou seja lá o que, pra uma morte certa em uma guerra com outra tribo? Então o irmão do antigo líder mandou ele pra longe, ou talvez tenha prendido ele em algum lugar para que ele não pudesse se meter no seu reinado fajuto, mas por algum motivo que Deus sabe qual foi, não resolveu matar o antigo líder? E agora, mesmo depois de ter estragado tudo e provavelmente matado algumas pessoas, esse novo líder fajuto agora prefere só buscar mais formas de fazer a situação ficar pior? E isso pra que? Pra tomar mais deci
Mesmo estando com fome, comi apenas umas duas mordidas daquele pão horrível com poucos goles da água.-Eles te trouxeram comida? -Eu pergunto ao Snoo. -Sim, quando você estava dormindo.-Bom…espero que você tenha tido mais sorte que eu no cardápio do dia. -Pode apostar que não.Decidi não perguntar mais nada, estava começando a me sentir entrando numa espécie de fundo de poço na minha mente, conforme a esperança ia se acabando, e eu não tinha muito mais combustível para alimentá-la. Vale mesmo a pena eu continuar nessa busca por respostas? O que iria mudar? No final das contas eu continuaria presa aqui independente de quanta energia eu dedicasse em pressionar o palhaço por mais respostas. No máximo, ele me daria mais uma ou outra droga de enigma como se eu fosse a merda do Sherlock Holmes. Eu não tinha mais energia pra gastar nisso, não agora. Eu não sei por quanto tempo mais eu fiquei afundada nessa minha poça de autopiedade até pegar no sono de novo.—O tempo corre diferente qua
Sabe aqueles dias, quando se tem um sono tão gostoso, que seu corpo parece uma pedra na hora de acordar? Ele fica duas vezes mais pesado, enquanto a cama de baixo de você parece mais leve, como uma enorme almofada cheia de plumas das aves mais finas que existem na terra. Os olhos, pesados como se alguém tivesse grudado eles com fita adesiva, e os pensamentos nublados, ainda com a memória do último sonho, isso nos dias em que se sonha. Isso estava acontecendo comigo, exatamente agora. Mas teve uma controvérsia. Eu não estava acordada, mas sim, entrando em um sonho cada vez mais fundo. Parei completamente de sentir meu corpo cansado e dolorido, e agora novas sensações começavam a cercar um corpo novo, e tudo que eu estava sentindo estava coberto por uma fina camada de fumaça que nublava todos os meus pensamentos. A primeira sensação de que tenho consciência são dos beijos suaves sendo distribuídos pelo meu pescoço, meus ombros e que iam descendo cada vez mais, isso, e a sensação de uma
Quando nos separamos um pouco tempo depois, naquela mesma bagunça ofegante que sempre parecemos, eu nem espero muito tempo para recuperar o fôlego antes de fazer a pergunta que estava na minha cabeça faz um tempo considerável.-E então, quando planejava me contar que é um lobisomem? -Ele fica estático e me olha com uma cara tão confusa que chega a ser fofa.-O que? -Ele me pergunta, com seu tom de voz refletindo os mesmos sentimentos de confusão que estavam cravados na sua expressão. -Quando. Você. pretendia. Me contar. Que. É. Um. Lobisomem? Eu digo pausadamente para dá-lo a oportunidade de entender melhor o que eu tinha dito, afinal, não tinha tanta certeza o que aquele ‘O que?’ significa.Ele fica bastante tempo me encarando sem responder nada, e de novo, acho isso uma graça. Eu quase conseguia ver as engrenagens girando na cabeça dele, junto com uma pequena versão de um Sherlock Holmes enquanto ele tentava raciocinar como eu havia descoberto seu segredo. -Como você…? - Ele perg
m o que deveria ser a maior cara de bocó o planeta terra, isso não significava que eu queria sair daqui. Não significava que eu estava falando sério sobre fugir. Aqui com certeza era infinitamente melhor do que o mundo real, não importando o quão constrangida eu estivesse com tudo isso. Mas as coisas agiam por conta própria, e o que eu queria e deixava de querer não era nem um por cento relevante para a grande balança cósmica do universo.E foi por isso que eu senti chegando, a névoa me cobrindo, a dormência em um dos braços pois provavelmente eu estava de alguma forma, dormindo em cima dele no mundo real. Eu estava acordando, e Cedric deve ter percebido isso pela minha cara de pavor, pois já me ofereceu um dos sorrisos mais reconfortantes que ele poderia ter me dado, mesmo eu conseguisse ver o medo e a dor dentro dos seus olhos por eu estar indo embora para um lugar onde ele não podia me alcançar por enquanto. -Vai ficar tudo bem. Eu prometo a você. Lembre-se que você só precisa
Aquele homem assustador me levou por paredes e mais paredes de pedra, com tochas penduradas em cada canto daqueles corredores, dando uma iluminação muito mais assustadora e gótica do que eu gostaria nessa situação. Eu tinha começado a pensar na minha teoria de ter sido levada para um lugar mais longe do que eu pensava inicialmente. Talvez a Escócia ou até mesmo a Transilvânia. Mas então, conforme íamos andando, eu quase pulei para trás quando reparei em algo que eu com certeza não tinha visto mais cedo antes. Todas as tochas, absolutamente todas elas, eram elétricas, com uma lâmpada vermelha patética fazendo o serviço de tentar imitar a luz de um fogo. Eu só não achei que reparar em tochas não era algo que merecia minha atenção, mas agora, eu acho que um castelo assombrado não teria nenhum aparelho desse tipo movido a pilha.O azar era que não tinha nenhuma mísera janela no caminho que estávamos seguindo, então eu não conseguia nem sequer ter uma noção de onde estávamos, ou que tipo
Eu esperei, e esperei mais um pouco. É extremamente difícil ter qualquer tipo de noção do tempo quando se está tão ansiosa quanto eu estava nesse momento, e não se tem um mísero relógio que possa consultar. Minhas mãos suadas me davam um receio daquela tampa pesada acabar escorregando da minha mão e eu acabar me entregando. E se eu errasse o alvo? Se ele entrasse, já me visse de primeira e atirasse em mim ,sem nem que me desse tempo de perceber o que foi que me atingiu?Era difícil parar os pensamentos, mas quando eu ouvi uns murmúrios do outro lado da porta e logo depois percebi ela começando a se abrir, fui surpreendida quando aquele jorro de adrenalina começou a preencher todo o meu corpo de um segundo para o outro. Apesar de humanos não terem superpoderes, uma super dose de adrenalina no nosso organismo podia fazer chegarmos bem perto de ter. Era exatamente esse neurotransmissor que fazia as mães levantarem carros para salvar os seus bebês em situações de perigo, e eu comecei a
Esse era algum dos momentos em que eu facilmente poderia acreditar que tinha, em algum lugar, algum tipo de entidade universal que estava me assistindo em alguma espécie de grande telão, e apenas com um aceninho do seu dedo fazia alguma coisa pra me ajudar.Não, eu não estava falando de qualquer tipo de Deus. No máximo um Leprechaun, um homem baixinho e barbado vestido de verde que tem poderes de dar ou tirar a sorte quando bem entender. Quem sabe de repente, eu tinha virado seu programa favorito, e para as coisas não acabarem e continuarem no ápice da emoção, ele tinha resolvido me ajudar. Digo isso porque aquele caminho, dentre tantos outros que eu poderia ter escolhido, deu direto em uma saída, e na situação que eu estava, golpes de sorte como esse só podiam ser obras de seres místicos, pois toda a situação ao meu redor apontava que eu deveria me dar mal, e muito. Independente disso, agora eu com certeza passaria a ter um pouco mais de fé nesse homenzinho, torcendo para que ele me