Ela chega sozinha, mas ao fundo suas fieis escudeiras são como sancho pança para seu Dom Quixote. Soltando risadinhas e nos olhando com desprezo por seja lá qual motivo. Pelo amor de deus, quando foi que isso virou um drama colegial meia boca? Alguém deveria demitir esse diretor.
Ela se aproxima devagar como uma serpente, me olha de cima a baixo com um olhar pertinente e só um pouquinho mais sútil do que o que ela me deu no refeitório.
-Querida, em que caridade você conseguiu essas roupas? Devia pedir reembolso. - E ela começa a rir, antes de continuar seguindo seu caminho.
Sério? Ela está usando uma camiseta branca amarrada e uma calça colada que não é absolutamente nada de mais. É literalmente como se ela tivesse saído de um filme clichê, onde ela é uma loira
POV CEDRICAs coisas já estavam se encaminhando para o lado dele, e sua rainha dos cisnes estava tornando a maioria dessas coisas muito mais fáceis para ele do que ele imaginou que seria, com a sua curiosidade adorável e seu senso quase inexistente de não seguir os próprios impulsos.E falando de impulsos, ele mal podia aguentar ficar muito perto dela ultimamente, mesmo sabendo que precisava ser paciente. Afinal, ela era humana. Qual a chance de saber que lobos existiam? Que ela era a companheira dele, e saber o significado das coisas por trás disso? Humanos não sentem os laços como os lobos, mas ela com certeza sentia alguma coisa. Cedric estava em seu quarto agora, e o celular recém adquirido vibrando agora em suas mãos, anunciando a chegada de uma nova mensagem. C: Preciso de um código de programa, como os que você costuma trabalhar.~Ocara: C? Eu achei que você estivesse morto? Quanto tempo, o que aconteceu? Por onde esteve?C: Não tenho tempo pra explicar agora. O programa. Vo
POV ODETTEO mundo é uma bola confusa, muito confusa, que gira no próprio eixo e em outros eixos imaginários, mas agora pelo menos vale a pena estar nela. Não sei quanto tempo vai durar, mas posso fingir que é pra sempre, enquanto esse “pra sempre” não acaba.Enquanto estou me perdendo observando pequenos pássaros que eu ouço cantar, eu procuro eles como procurava o Wally nos livros quando eu era criança, e depois os observo voar pra lá e pra cá desejando também ter duas asas. Seria tão legal, e eu poderia fazer tantas coisas.Estou contemplando a natureza sozinha agora, mas logo acho outra coisa que meus olhos também adoram contemplar.O homem
-Me desculpe, achei que te conhecia de algum lugar. Mas eu não estava exatamente te seguindo - Digo a minha última tentativa de desculpa, e se dessa vez não colar não sei mais o que poderia fazer pra não ter que dizer a verdade, estou ficando encurralada tanto no sentido literal quanto no figurado.Ele levanta uma sobrancelha inquisidora. É claro que ele não tinha como acreditar nisso, o que eu estava pensando?Como a bela adormecida conseguiu passar por uma coisa assim? Ela simplesmente sonhou com um cara, olhou pra ele na floresta e saíram os dois cantando como “Foi você o sonho bonito que sonhei”. Sem vergonhas, sem dores e sem reservas um contra o outro. Eu não era a bela adormecida, nem qualquer droga de princesa encantada. Isso estava indo de m
POV CEDRICDepois de ter se acalmado, ela limpa o que sobrou das lágrimas com a manga da camiseta.-Eu sinto..sinto muito por isso. -Ela fala, o nervosismo claro em sua voz por ter desabado assim na frente de um completo estranho, de ter perdido a linha e se deixado ser beijada dessa forma. O que ela não sabia, é que nunca mais beijaria mais ninguém, nunca mais seria tocada por ninguém além dele.-Não há o que se desculpar meu bem. Estou aqui por você.Ela levanta os olhos para Cedic, com um misto de curiosidade, surpresa e vergonha. Ele nunca teria pensado que ela faria o tipo que ficaria tímida depois de um beijo como aquele, depois de ter seguido ele por seja lá qual motivo que ela resolveu segui-lo.&nb
E ele apenas tinha virado as costas e ido embora, me deixando uma bagunça em pedaços sem saber o que fazer ou o que pensar. Minha pele ainda formigava onde ele tinha tocado, assim como meus lábios enquanto eu ainda sentia a sensação fantasma do beijo que havíamos dado. O calor de sua presença era aos poucos substituído por uma sensação fria, de vazio e solidão. Eu não deveria me sentir assim por alguém em tão pouco tempo, isso está tão errado. Mas ao mesmo tempo parece tão certo. Não sinto como se tivesse alguém com que falar sobre isso, um ombro amigo que eu pudesse só lançar todos os meus pensamentos sem ser julgada. Que quando eu fizesse aquela tão famigerada pergunta, “O que diabos tem de errado comigo?”, eu receberia uma resposta bem mais acolhedora do que uma lista que quando desenrolada virava a esquina.Eu nunca quis tanto que os terapeutas daqui servissem de alguma coisa, mas mesmo sendo “profissionais”, não confio em nenhum deles pra jogar o peso de meus pensamentos. Infe
Quando acordei na manhã seguinte, estava mais sonolenta do que quando fui dormir. Estava suada, com a cabeça dolorida e os olhos pesados. O pesadelo daquela noite parecia ter sido gravado a ferro quente sob as minhas pálpebras, ao ponto de que nos primeiros momentos da manhã eu ainda me sentia sonhando e via as imagens das chamas todas as vezes que fechava meus olhos. Resisti a vontade de colocá-los com fita adesiva de forma que continuassem abertos sem que eu pudesse nem piscar, para que eu pudesse sumir com aquelas imagens. Mesmo sem fazer isso, aos poucos essas sensações foram passando, e maior parte das lembranças de como tinha sido o sonho foram sumindo enquanto o dia ia tomando conta.Lavar meu rosto com a água gelada da torneira também ajudou bastante. Hoje eu teria que voltar para aquela droga de grupo de leitura, e eu nem sequer tinha conseguido passar das primeiras 20 páginas do livro dos ratos. Eu tinha lido mais do que o suficiente na minha concepção, e tinha resistido
Enquanto algumas pessoas têm o dom de chamarem atenção aonde forem, independente da situação, outras tem o incrível dom de segurarem a própria língua, controlar os próprios pensamentos e simplesmente não saírem por aí dizendo em voz alta as coisas que passam na cabeça. Eu definitivamente não tinha tido sorte pra vir com esse último dom.Eu iria me arrepender, sofreria com as consequências terríveis que outras pessoas de língua frouxa pelo mundo com certeza também já tinham sofrido em algum momento de suas histórias.Mas a questão era, alguma dessas pessoas tinha cruzado com uma Bridget durante suas vidas? Ou apenas eu era a sortuda?Com o olhar de fuzilam
No momento em que eu cruzo o corredor, seu sorriso maléfico parece aumentar, enquanto eu congelo no lugar. Ela se inclina e sussurra algo no ouvido de um dos enfermeiros, depois dá uma risadinha e uma lambidinha na orelha dele.O enfermeiro me olha dos pés à cabeça, sussurra algo de volta no ouvido de Bridget e depois acena com a cabeça para o segundo enfermeiro. Eu deveria ter começado a correr no momento em que vi ela ali. No mesmo momento que eu detectei suas intenções maliciosas emanando em ondas diretamente na minha direção, mas a porcaria do meu corpo tinha que travar, né? Tinha que me dar tempo de ter a certeza que aqueles enfermeiros estavam do lado dela seja para o que for que ela estava planejando. Apesar de ser muito óbvio o que ela estava planejando.Aquele homem era o cavaleiro de copas dela, totalmente armado e pronto para mandar o seu exército atrás de mim. Ela era sua rainha: Cruel, e que sabia muito bem fazer uso de seus dotes femininos para controlar homens como ele