Episódio 01

EVIE NARRANDO

Pensar em tudo o que já passei, é algo que ainda é bem doloroso na minha vida, começando pelo abandono da minha mãe, ela largou a mim, e minhas irmãs com a minha avó paterna, e depois ela sumiu no mundo para viver a vida dela perfeita, é assim que eu sei da minha mãe, da mulher que me deu a vida, isso foi o que a minha avó nós contou, mas isso não me interessa, até porque a minha avó sempre será a minha mãezinha, independente de quem é que é minha mãe. Já o meu pai, ele foi embora do Brasil, ele nós deixou também, e raramente ele liga para saber como estamos, ou até mesmo ele vem aqui, em toda a minha vida, eu só vi o meu pai, uma vez, eu tinha uns 10 anos, e desde de então eu nunca mais o vi, mas tudo bem, eu aprendi a viver sem eles, eu aprendi a me virar sozinha, até mesmo posso falar que não posso depender da ajuda das minhas irmãs, porque elas não me apoiam em nada, até quando falei que iria arranjar um emprego para ajudar em casa, elas nem ligaram apenas subiram para o morro. É sempre assim que elas fazem, por isso eu sempre penso que não tenho com quem contar, mas dou graças a Deus por ter um trabalho, tenho gratidão a Deus, por ter me dado a oportunidade de conseguir um emprego, mesmo morando onde moro, eu conseguir, independente de qualquer coisa, eu acho muito bom, a única coisa que me deixa um pouco incomodada é o fato do filho do meu chefe viver me chamando para sair, eu não gosto de misturar trabalho com vida pessoal, por mais que ele seja um rapaz carismático, e alguém que é bastante atencioso, mas não me sinto bem, quando ele começa a puxar assunto, e querer ultrapassar as coisas. Isso é bem inconveniente, mas eu tento sempre levar na esportiva, afinal nem tudo se pode levar a sério, porque se não é capaz de enlouquecermos. 

— Evie? — o Maick acaba me chamando. 

— Oi, senhor Maick, está precisando de alguma coisa? — pergunto, o olhando. 

— Não, é que eu queria saber o que você vai fazer hoje após o expediente. — diz ele, com um pequeno sorriso em seus lábios. 

— Então, senhor Maick, como eu já falei-lhe um outro dia, eu não quero sair dos meus limites, eu prefiro sempre manter o profissionalismo acima de tudo. — digo voltando a minha atenção para aquela bancada cheia de anéis de diamante, então ele se aproxima mais um pouco. 

— Evie, o meu pai, nunca estabeleceu regras de funcionário e chefe não poderem sair para tomar um sorvete. — o mesmo argumenta. 

— Eu compreendo, senhor Maick, porém eu prefiro me manter assim. — digo, dando-lhe as costas, logo mais me afasto dele, pego o espanador, e vou indo para a bancada onde estavam expostos os anéis, com calma começo a espanar tudo calmamente, então a Alice se aproximou de mim.

— O senhor Maick, não cansa de levar seus não? — ela fala dando um risos ao finalizar.

— Não sei, Alice, para ser sincera, eu estou um pouco incomodada com isso, não me sinto confortável com essa situação. — digo, enquanto vou espanando os anéis. — Estou até pensando seriamente em pedir para o senhor Michel me transferir para uma outra filial. — digo, virando meu rosto pra olhar para ela. 

— Te entendo, isso seria triste, eu amo está aqui com você amiga, independente que tudo isso esteja acontecendo, ainda sim, eu não quero que você se vá para outra filial. — diz ela baixinho, para que apenas eu ouça.

— Pois é amiga, mas infelizmente a situação está um pouco complicada, e eu preciso tomar providências. — digo, deixando um suspiro escapar. — Mas é apenas um pensamento minha amiga. — digo acabando de espanar todos os anéis, até que chegou cliente. — Bom, vou lá atender os clientes. — digo me afastando dela, sigo até onde o cliente se encontrava. — Boa tarde, senhorita, em que posso lhe ajudar. — pergunto para a cliente. 

— Eu gostaria de ver, alguns anéis de noivado, os mais caros que você tiver em seu estoque. — diz a moça, ao falar comigo. 

— Claro senhorita, acompanhe-me por favor. — digo, e então a moça vem me acompanhando, seguimos para uma sala mais aconchegante, assim que chegamos a mesma, sorrio gentilmente. — Sente-se por favor, irei trazer os anéis que você deseja ver. — digo gentilmente, então a moça toda refinada, se senta no sofá, deixo-a ali, e sigo até um dos cofres, pego a maleta com os anéis, e volto, assim que volto, coloco a maleta aberta com os anéis expostos para que ela possa os ver. 

— Todos são lindos, mas gostaria de sua opinião, senhorita Evie. — ela fala ao observar o meu nome na minha roupa.

— Claro senhorita, estou aqui para dar minha opinião, caso seja pedida. — digo, gentilmente e ela sorrir. 

— Gostei muito do seu atendimento, e com isso irei recompensa-la após sair daqui. — diz ela sorrindo, então ela pega um anel com uma pedra grande de rubi, e a outra em formato de coração, sendo de diamante, os dois estavam muito lindo. — Qual você acha que combina comigo? — ela pergunta, me olhando, então analiso um pouco os dois anéis e também o formato de sua mão, ao analisar ela, percebo que o anel de diamante combina mais com ela.

— Senhorita, analisando um pouco tudo, cheguei a conclusão, que o anel que mais combina com a senhorita é do de diamante. — digo com um pequeno sorriso em meu lábio. — Ele combina perfeitamente com a sua beleza. — completo, e ela sorrir. 

— Gostei muito da sua sinceridade, e já tomei minha decisão, vou levar o de diamante mesmo, você realmente tem muito bom gosto. — ela diz sorrindo, então ela se levanta. — Estarei esperando lá fora. — ela fala sorrindo, então ela sai da sala na qual estávamos, vou com a maleta para o cofre novamente, em seguida pego o anel de noivado que ela escolheu, coloco em uma caixinha de veludo, logo saiu dali indo em encontro com a moça, assim que cheguei na mesma, ela sorrio. — Agora você pode fazer a minha venda. — ela fala sorrindo.

— Senhorita, gostaria de saber qual a forma de pagamento. — pergunto. 

— Irei fazer via pix, só preciso da chave para pode fazer o pix. — ela fala, então pego a maquineta embaixo do balcão, coloco o valor do anel de 15 mil reais, assim que o qrcode aparece na tela a mesma aponta o celular dela para a tela, e logo que ela realiza a transação, a sua via sai da maquineta, então coloco a sua caixinha dentro da sacola, e a entrego. 

— Aqui está senhorita. — digo, então esboço um sorriso em meus lábios. 

— Muito obrigada, mas quero que você me der o seu pix, para que eu possa da-lhe uma gratificação, pela sua gentileza. — a mesma fala aquilo me deixando vermelha. 

— Não precisa, estou muito feliz por ter realizado a venda com a senhorita. — digo gentilmente. 

— Mas ainda sim, quero da-lhe um bônus. — diz ela, me deixando ainda mais vermelha. — Só digitar aqui, que eu transfiro pra você. — ela fala, me dando o seu celular, então digito a chave e ela sorrir satisfeita, então ela me dar um bônus de mil reais, o que me deixou muito surpresa. — Muito obrigada pelo seu excelente atendimento, irei indicar essa loja para meus conhecidos. — ela fala sorrindo.

— Eu quero agradecer por tudo, a senhorita é um amor. — digo, sentindo minhas bochechas queimando de vergonha. 

— Bom, estou indo, muito obrigada novamente. — ela fala sorrindo, e então vai saindo da loja.

Eu nunca tinha atendido alguém assim como ela, geralmente todos que vem aqui, tem o nariz em pé, não dar a menor atenção, compra e vai embora, e essa moça veio assim, eu fiquei tão feliz que eu tenha atendido ela, estou tão grata por ela ter me dado esse bônus, é algo que eu não conseguiria ganhar esse dinheiro nem que eu passasse a semana toda fazendo bico, e hoje ganhei algo que vai servir muito para comprar as coisas que estão faltando em casa, e claro irei fazer isso assim que sair do meu trabalho. Então o dia foi bem mais tranquilo, tive mais algumas vendas, mas ao fim do meu expediente, acabei tudo, e logo mais sair da loja, seguir até o ponto de ônibus que dar acesso ao supermercado, então peguei o mesmo e seguir para o mesmo tranquilamente, após um tempo, desci em frente a ele, peguei um carrinho e seguir para dentro do supermercado, fui andando pelo mesmo, peguei tudo que estava precisando, quando acabei fui para o caixa, gastei metade do dinheiro que ganhei hoje, em seguida peguei todas as sacolas e fui saindo do supermercado, pedi um uber e logo mais ele chegou, então assim que chegou, guardei as compras dentro dele, e ele me levou até a minha casa, a minha sorte é que moro do lado de fora do morro, porque se eu morasse dentro, o uber não entraria lá, com isso assim que desci peguei as sacolas, e fui entrando em casa, mas antes que eu pudesse entrar, acabei vendo uma cena que me fez tremer, então rapidamente entrei sem que ninguém conseguisse me ver.

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