No dia seguinte, Selene ficou em seu quarto durante toda a manhã, se recusando a tomar café. Sentado a mesa, Roman acreditou fielmente que a recusa da ruiva a aparecer ali era apenas porque ele estava presente, adicionando um pouco mais de angústia a seu coração, afinal, o que faria se Selene resolvesse não se casar mais? Aquele era um risco que ele não poderia correr, sabia que precisava aprender a controlar melhor seu gênio. Enquanto bebia um café amargo, ouviu a cadeira na outra ponta da mesa se arrastar. Quando Roman ergueu os olhos, percebeu seu avô o encarando de forma severa, como sempre. Os olhos de Henry percorreram toda a mesa e depois focaram no neto novamente, então ele estalou a língua, impaciente. — Não vejo minha nora à mesa — o senhor disse, se servindo de uma xícara de café. — Por que ela não está aqui? O que você fez?— Selena não se sente bem — Roman mentiu, fazendo Henry revirar os olhos. — Vocês se casarão em poucos dias, será que não consegue sequer manter uma
Já passava do meio dia quando Selene ouviu batidas em sua porta, seus olhos se estreitaram por um momento e ela respirou fundo. Mal dormira aquela noite, pensar em tudo o que lei fazia seu corpo estremecer e embrulhava seu estômago. Aquilo mudava tudo, e agora ela precisava abrir aquele maldito cofre. A porta se abriu, fazendo-a encolher-se na cama. A ruiva achou que era um dos empregados levando comida para ela, mas surpreendeu-se ao ver Henry entrando com uma bandeja com o almoço do dia e um copo de suco de laranja. O senhor lhe sorriu gentil, mas, depois de saber de tudo, a única coisa que conseguia sentir por ele era nojo, nojo e raiva. Ele a havia enganado com aquele rosto gentil, mas,agora, ela tinha certeza que ele sabia de tudo o que Roman lhe fizera na sua antiga vida, ele não era inocente. — Querida… Por que ainda está aqui? Estou preocupado com você — enquanto dizia isso, o senhor se aproximava, sentando-se ao pé da cama de Selene, que se encolheu levemente embaixo das c
Quando o dia amanheceu, Selena sentiu o peso despencar sobre seus ombros mais uma vez. Ela se levantou assim que uma das empregadas a intimou para isso de forma delicada, aquele não era um dia para dormir até tarde, na verdade, era um dia em que ela teria muito o que fazer. Era seu dia. O dia em que se amarraria a Roman, o homem que ela desconfiava ser responsável por sua morte. Havia conversado com Anthony no dia anterior e imaginou que ele não falaria com ela hoje, afinal, não estava nada satisfeito com a decisão dela. LEMBRANÇA ATUALO rosto de Anthony estava retorcido numa carranca sem humor algum enquanto ele ouvia Selena, que estava deitada sobre seu peito, ouvindo o som retumbante do coração dele, que parecia bater cada vez mais rápido. — Não faz isso… Sel, você não precisa fazer isso — ele tentou convencê-la, mesmo que soubesse que Selena jamais desistiria de seus próprios planos. — Não tem outro jeito, Thony… Se eu esperar,pode ser que eu não consiga mudar nada… E se eu
— Está na hora, querida — Henry disse, saindo primeiro e, em seguida, abrindo a porta de Selena, lhe oferecendo a mão. A ruiva aceitou de pronto, colocando um grande sorriso no rosto e saindo do carro. De onde estava, já podia ouvir a marcha nupcial começando a tocar, haviam muitos fotógrafos ao redor e os flashes a deixaram momentaneamente confusa. Os Campbells eram uma família influente, era de se imaginar que o casamento relâmpago do único herdeiro geraria muito alvoroço na cidade. E ela precisava parecer uma noiva feliz e apaixonada, por mais que não fosse.Então, quando as portas duplas de madeira se abriram e ela o viu, no altar, sua visão embaçou e Selena achou que estava prestes a desmaiar. Roman estava lindo,lindo como na primeira vez em que ela viveu aquele momento, lindo como ele sempre foi, olhando-a como se ela fosse um prêmio que ele acabara de conquistar. E talvez ela fosse mesmo. Enquanto caminhava, ela se perguntava como fora tão ingênua em sua primeira vida, aqui
Quando finalmente deixaram a capela, Roman sentiu uma sensação de alivio imensa, seus ombros relaxaram assim que eles entraram na limusine e ele olhou para Selena com um sorriso breve, tentando não demonstrar quaisquer sentimentos que pudessem assustá-la. Estava decidido a manter sua fachada pelos próximos dias, afinal, um casamento pode ser facilmente anulado. Precisava ser cauteloso e estár com ela nçao era um sacrificio tam grande, afinal, ela era uma mulher bonita. Agora que haviam trocado alianças, tinha certeza que seu avô iria abrandar um pouco suas criticas, afinal, Roman estava seguindo fielmente o que Henry havia mandado, se continuar suprindo as vontades de seu avô, e breve as coisas se resolveriam. Eles estariam livres, ricos e sem nenhuma outra obrigação imposta por um maldito papel. Selena, por sua voz, olhava para Roman com um sorriso fingido, que não chegava aos seus olhos, não sabia o que ele estava pensando, não sabia sobre os planos de Roman para o futuro que e
A viagem até a ilha foi rápida, mas pareceu durar horas para Selena. Estavam num jatinho particular dos Campbells, era uma aeronave luxuosa, elegante e com toda a pompa que os rios de dinheiro que eles tinham poderia proporcionar. O voo foi tranquilo, mas a sensação de que algo ruim estava prestes a acontecer a perturbava. Ela olhava para fora da janela, vendo as nuvens passarem, e sentia uma mistura de ansiedade e resignação. Não havia como voltar atrás agora.Quando pousaram, o sol estava prestes a se pôr, banhando a pequena ilha em tons de laranja e vermelho. O mar azul cintilava, o aeroporto era cercado por árvores belíssimas e enormes, definitivamente era um lugar bonito. No entanto, para Selena, não passava de uma prisão, uma prisão bonita. Roman, sempre educado, a conduziu até o jipe que os esperava. Eles seguiram por uma estrada estreita de terra que os levou até uma pequena vila à beira mar, cercada por palmeiras e com uma vista inesquecível. O silêncio entre eles permaneceu,
O clima sutilmente sensual do jantar se manteve, sutil, mas sempre presente, principalmente quando terminaram de comer e quando Roman se ergueu, trazendo Selina para seus braços, beijando seus lábios lentamente, com um carinho sem igual. Selena sentiu o calor dos lábios de Roman contra os seus e, por um breve instante, todo o mundo pareceu se desfazer, deixando apenas o som suave das ondas quebrando ao longe e o toque firme das mãos dele ao redor de sua cintura. Sabia que não deveria sentir tudo aquilo, mas Roman foi o primeiro homem que ela amou, e por mais que o odiasse, seu corpo ainda respondia a ele, principalmente quando se lembrava dos primeiros meses do casamento deles em sua primeira vida. Quando seus corpos se afastaram, seus olhos encontraram os de Roman, e ela percebeu algo diferente neles — algo além da fachada calculada do empresário sempre no controle. Havia uma vulnerabilidade ali, se ela já não tivesse vivido tudo aquilo, poderia acreditar que Roman realmente queria
Quando finalmente retornaram à mansão Campbell, dois dias depois, Roman sentia uma sensação de dever cumprido. Henry estava esperando-os na porta da casa e os empregados pareciam afoitos para fazer o novo casal se sentir o mais confortável possível. Mas Selena sabia o que aconteceria dali em diante, então não se preocupou com seu novo marido. Roman não seguraria a fachada de esposo dedicado por muito mais tempo. E estava certa.Quando acordou na manhã seguinte, o outro lado da cama estava vazio e Roman parecia sequer ter se deitado ali, não havia sinais dele pelo quarto e a ruiva não se deu ao trabalho de procurar, vestindo seu robe e descendo as escadas para tomar café. Sentado a mesa, Henry lia seu jornal, como costumava fazer durante as manhãs.— Bom dia, Selena — Henry falou, sem tirar os olhos do jornal, mas com um tom carinhoso que ela conhecia bem.A ruiva puxou a cadeira e, com uma expressão séria, sentou-se, suspirando levemente. A ausência de Roman tornava seus planos mais