A viagem até a ilha foi rápida, mas pareceu durar horas para Selena. Estavam num jatinho particular dos Campbells, era uma aeronave luxuosa, elegante e com toda a pompa que os rios de dinheiro que eles tinham poderia proporcionar. O voo foi tranquilo, mas a sensação de que algo ruim estava prestes a acontecer a perturbava. Ela olhava para fora da janela, vendo as nuvens passarem, e sentia uma mistura de ansiedade e resignação. Não havia como voltar atrás agora.Quando pousaram, o sol estava prestes a se pôr, banhando a pequena ilha em tons de laranja e vermelho. O mar azul cintilava, o aeroporto era cercado por árvores belíssimas e enormes, definitivamente era um lugar bonito. No entanto, para Selena, não passava de uma prisão, uma prisão bonita. Roman, sempre educado, a conduziu até o jipe que os esperava. Eles seguiram por uma estrada estreita de terra que os levou até uma pequena vila à beira mar, cercada por palmeiras e com uma vista inesquecível. O silêncio entre eles permaneceu,
O clima sutilmente sensual do jantar se manteve, sutil, mas sempre presente, principalmente quando terminaram de comer e quando Roman se ergueu, trazendo Selina para seus braços, beijando seus lábios lentamente, com um carinho sem igual. Selena sentiu o calor dos lábios de Roman contra os seus e, por um breve instante, todo o mundo pareceu se desfazer, deixando apenas o som suave das ondas quebrando ao longe e o toque firme das mãos dele ao redor de sua cintura. Sabia que não deveria sentir tudo aquilo, mas Roman foi o primeiro homem que ela amou, e por mais que o odiasse, seu corpo ainda respondia a ele, principalmente quando se lembrava dos primeiros meses do casamento deles em sua primeira vida. Quando seus corpos se afastaram, seus olhos encontraram os de Roman, e ela percebeu algo diferente neles — algo além da fachada calculada do empresário sempre no controle. Havia uma vulnerabilidade ali, se ela já não tivesse vivido tudo aquilo, poderia acreditar que Roman realmente queria
Quando finalmente retornaram à mansão Campbell, dois dias depois, Roman sentia uma sensação de dever cumprido. Henry estava esperando-os na porta da casa e os empregados pareciam afoitos para fazer o novo casal se sentir o mais confortável possível. Mas Selena sabia o que aconteceria dali em diante, então não se preocupou com seu novo marido. Roman não seguraria a fachada de esposo dedicado por muito mais tempo. E estava certa.Quando acordou na manhã seguinte, o outro lado da cama estava vazio e Roman parecia sequer ter se deitado ali, não havia sinais dele pelo quarto e a ruiva não se deu ao trabalho de procurar, vestindo seu robe e descendo as escadas para tomar café. Sentado a mesa, Henry lia seu jornal, como costumava fazer durante as manhãs.— Bom dia, Selena — Henry falou, sem tirar os olhos do jornal, mas com um tom carinhoso que ela conhecia bem.A ruiva puxou a cadeira e, com uma expressão séria, sentou-se, suspirando levemente. A ausência de Roman tornava seus planos mais
Nos subúrbios… Anthony estava sentado numa cadeira com uma xícara de café na mão, estar escondido ainda o irritava, mas não era aquilo que estava afetando seu humor. Havia visto nas redes sociais e nos sites de fofoca da cidade várias fotos do casamento mais comentado do momento, o casamento de seu irmão, Roman, com Selina. Desde então, não conseguia ter paz. Imaginava os dois juntos, numa m*****a lua de mel, pensava em Selena nos braços de Roman e, só de imaginar que eles passariam a noite juntos, sentia o ódio subir por seu corpo velozmente, fazendo sua visão ficar turva. Mas o que poderia fazer? Aquele era o plano dela e ele não podia interferir, não podia ser como seu irmão e tentar controlar a vida de Selena, sabia que ela estava fazendo o que precisava. Mas saber disso não o impedia de se sentir enciumado. Queria estar no lugar de Roman naquela m*****a igreja, queria que fosse ele a levá-la para a lua de mel, a estar com ela. — Ainda de mau humor? — Luck resmungou, com
Carina se virou, os olhos arregalados e surpresos com a presença dele, mas, bem no fundo, seu coração se aqueceu com a presença dele ali. Finalmente ele havia voltado para ela? Ela esperava que sim. — Não sei se temos algo para conversar, Roman… Você se casou! — Carina tentou manter a voz firme, mas sabia que fraquejava. Ele sempre a desmontava.— Não foi uma escolha, Carina. Foi uma m*****a obrigação, você sabe disso. — Roman avançou um passo, a proximidade fazendo-a sentir o calor de seu corpo. — Você sabe que eu nunca quis isso. Selena... Ela não significa nada para mim, não de verdade. Você sabe disso.Ela finalmente o olhou, ele usava um terno, seus cabelos pretos estavam penteados para trás, como sempre, Roman estava perfeitamente alinhado. Raramente ele era assim, tão carinhoso, e romântico, raramente pedia por ela, então, ouvi-lo falar que Selena não significava nada fez, novamente, seu coração se aquecer e acelerar. — Mas você está casado com ela — a loira cuspiu as palavras
A ausência de Roman era doce para Selena, não se importava com o que ele estava fazendo, desconfiava que estivesse com Carina, o que era, para ela, muito bom, afinal, cada minuto sem Roman por perto era uma chance de avançar em seus planos sem precisar suportar os sorrisos falsos, os beijos forçados e as promessas vazias de amor. Ela já sabia o suficiente sobre o marido para não se enganar: ele não era nada além de uma peça em seu jogo, e ela não era nada além de uma peça no jogo dele. Selena olhou pela janela, vendo as sombras da noite começarem a se alastrar pelo jardim bem cuidado da propriedade, havia ficado em seu quarto durante todo o dia. Depois do café com Henry, optou por fingir ser a esposa abandonada e triste, fazendo um teatro muito bem orquestrado de que a ausência de Roman a deixou abalada. Precisava manter seu teatro, isso daria a ela tempo para agir. O som dos passos firmes no corredor fez com que ela endireitasse a postura rapidamente. Se aconchegou nas cobertas, esc
Com um suspiro frustrado, ela saiu do escritório de Roman e dirigiu-se ao de Henry. Tinha certeza que o velho não deixaria coisas importantes sob o poder de Roman, logo, a chance de encontrar algo no escritório dele era maior, bem major. Ao entrar no escritório de Henry, Selena sentiu o ar pesado da sala, como se a própria casa carregasse o peso das mentiras daquela família. Começou a buscar por sinais: uma falha na parede, uma tábua do chão fora do lugar... e então viu.Atrás de um grande quadro de paisagem que Henry costumava observar com admiração, algo chamou sua atenção. Era uma pequena fenda. Com dedos ágeis, ela deslizou o quadro para o lado, revelando o que tanto buscava: um cofre embutido na parede. Pequeno, discreto, mas, com certeza, importante.Selena quase sorriu ao encontrá-lo. Aproximou-se e começou a analisar o cofre. Precisava descobrir a senha, conseguia imaginar algumas possíveis combinações, mas, antes que pudesse sequer tentar, ouviu um barulho que gelou seu sang
Fugir de Roma naquele momento não foi tão difícil, fingir estar chateada dava a ela uma boa desculpa para apenas virar as costas e andar para longe, afinal, ela teria desculpa para agir assim. Apesar de assustada, estava feliz, conseguiu encontrar o cofre, agora precisava apenas da senha que iria abri-lo. E Roman quem daria essa senha a ela, era para isso que ele iria servir. Pelo resto da noite, ela não o viu, também não o procurou no dia seguinte, sustentando seu teatro de mágoa para ele. Quando Roman finalmente saiu para, supostamente, trabalhar, Selena saiu de seu quarto. A primeira coisa que fez foi dispensar todos os empregados, queria a casa vazia naquela noite, se Loretta não confiava em ninguém ali, ela também não confiaria. Quando finalmente estava sozinha, sorriu para si mesma e suspirou, podo as mãos na cintura. — Agora posso começar… — falou, caminhando apressada para a cozinha. Ocupou toda a tarde com seu plano, usou tudo o que sabia sobre culinária e, quando o sol