Nos subúrbios… Anthony estava sentado numa cadeira com uma xícara de café na mão, estar escondido ainda o irritava, mas não era aquilo que estava afetando seu humor. Havia visto nas redes sociais e nos sites de fofoca da cidade várias fotos do casamento mais comentado do momento, o casamento de seu irmão, Roman, com Selina. Desde então, não conseguia ter paz. Imaginava os dois juntos, numa m*****a lua de mel, pensava em Selena nos braços de Roman e, só de imaginar que eles passariam a noite juntos, sentia o ódio subir por seu corpo velozmente, fazendo sua visão ficar turva. Mas o que poderia fazer? Aquele era o plano dela e ele não podia interferir, não podia ser como seu irmão e tentar controlar a vida de Selena, sabia que ela estava fazendo o que precisava. Mas saber disso não o impedia de se sentir enciumado. Queria estar no lugar de Roman naquela m*****a igreja, queria que fosse ele a levá-la para a lua de mel, a estar com ela. — Ainda de mau humor? — Luck resmungou, com
Carina se virou, os olhos arregalados e surpresos com a presença dele, mas, bem no fundo, seu coração se aqueceu com a presença dele ali. Finalmente ele havia voltado para ela? Ela esperava que sim. — Não sei se temos algo para conversar, Roman… Você se casou! — Carina tentou manter a voz firme, mas sabia que fraquejava. Ele sempre a desmontava.— Não foi uma escolha, Carina. Foi uma m*****a obrigação, você sabe disso. — Roman avançou um passo, a proximidade fazendo-a sentir o calor de seu corpo. — Você sabe que eu nunca quis isso. Selena... Ela não significa nada para mim, não de verdade. Você sabe disso.Ela finalmente o olhou, ele usava um terno, seus cabelos pretos estavam penteados para trás, como sempre, Roman estava perfeitamente alinhado. Raramente ele era assim, tão carinhoso, e romântico, raramente pedia por ela, então, ouvi-lo falar que Selena não significava nada fez, novamente, seu coração se aquecer e acelerar. — Mas você está casado com ela — a loira cuspiu as palavras
A ausência de Roman era doce para Selena, não se importava com o que ele estava fazendo, desconfiava que estivesse com Carina, o que era, para ela, muito bom, afinal, cada minuto sem Roman por perto era uma chance de avançar em seus planos sem precisar suportar os sorrisos falsos, os beijos forçados e as promessas vazias de amor. Ela já sabia o suficiente sobre o marido para não se enganar: ele não era nada além de uma peça em seu jogo, e ela não era nada além de uma peça no jogo dele. Selena olhou pela janela, vendo as sombras da noite começarem a se alastrar pelo jardim bem cuidado da propriedade, havia ficado em seu quarto durante todo o dia. Depois do café com Henry, optou por fingir ser a esposa abandonada e triste, fazendo um teatro muito bem orquestrado de que a ausência de Roman a deixou abalada. Precisava manter seu teatro, isso daria a ela tempo para agir. O som dos passos firmes no corredor fez com que ela endireitasse a postura rapidamente. Se aconchegou nas cobertas, esc
Com um suspiro frustrado, ela saiu do escritório de Roman e dirigiu-se ao de Henry. Tinha certeza que o velho não deixaria coisas importantes sob o poder de Roman, logo, a chance de encontrar algo no escritório dele era maior, bem major. Ao entrar no escritório de Henry, Selena sentiu o ar pesado da sala, como se a própria casa carregasse o peso das mentiras daquela família. Começou a buscar por sinais: uma falha na parede, uma tábua do chão fora do lugar... e então viu.Atrás de um grande quadro de paisagem que Henry costumava observar com admiração, algo chamou sua atenção. Era uma pequena fenda. Com dedos ágeis, ela deslizou o quadro para o lado, revelando o que tanto buscava: um cofre embutido na parede. Pequeno, discreto, mas, com certeza, importante.Selena quase sorriu ao encontrá-lo. Aproximou-se e começou a analisar o cofre. Precisava descobrir a senha, conseguia imaginar algumas possíveis combinações, mas, antes que pudesse sequer tentar, ouviu um barulho que gelou seu sang
Fugir de Roma naquele momento não foi tão difícil, fingir estar chateada dava a ela uma boa desculpa para apenas virar as costas e andar para longe, afinal, ela teria desculpa para agir assim. Apesar de assustada, estava feliz, conseguiu encontrar o cofre, agora precisava apenas da senha que iria abri-lo. E Roman quem daria essa senha a ela, era para isso que ele iria servir. Pelo resto da noite, ela não o viu, também não o procurou no dia seguinte, sustentando seu teatro de mágoa para ele. Quando Roman finalmente saiu para, supostamente, trabalhar, Selena saiu de seu quarto. A primeira coisa que fez foi dispensar todos os empregados, queria a casa vazia naquela noite, se Loretta não confiava em ninguém ali, ela também não confiaria. Quando finalmente estava sozinha, sorriu para si mesma e suspirou, podo as mãos na cintura. — Agora posso começar… — falou, caminhando apressada para a cozinha. Ocupou toda a tarde com seu plano, usou tudo o que sabia sobre culinária e, quando o sol
Roman estava casado, passar o dia anterior com Carina o fez acumular uma boa quantidade de trabalho na empresa. Passou o dia mergulhado em papeis, reuniões, problemas com sócios e tudo mais o que um ambiente de trabalho estressante poderia lhe proporcionar. Seu tio havia viajado a negócios, uma reunião com possíveis investidores indianos, então, ao menos não precisaria lidar com Henry em casa por alguns dias. No entanto, assim que abriu a porta e percebeu que a única coisa que quebrava o silêncio era uma música baixa e lenta, suas sobrancelhas se uniram em confusão. Estava dando os primeiros passos na sala quando, do corredor que liga o ambiente a sala de jantar, Selena surgiu, belíssima em um vestido vermelho que abraçava suas curvas. O sorriso dela era delicado e gentil, e ela trazia nas mãos um copo de bebida com a dose exata que Roma gostava de beber sempre que chegava do trabalho.Como ela sabia disso? Ele não sabia, mas quando a viu se aproximar com o copo e um sorriso, não c
A música baixa ao fundo se intensificou em seu ser, e ele se deixou levar, levantando-se para dançar com ela. Os passos eram lentos, como um balé apaixonado. Ela se moveu com uma graça que o hipnotizava, fazendo com que ele esquecesse de todo o resto. Os problemas da empresa, as cobranças, Carina, tudo se desvanecia enquanto ele a segurava perto.O perfume dela inebriava os sentidos de Roman e seus dedos se apoiavam na cintura de Selena, que guiava os passos dele de forma sutil, lenta. Seu corpo estava quente, coração acelerado, o calor faria ele querer se despir naquele momento e, de preferência, despir Selena também, por isso, ele apertou mais a cintura dela, colando o corpo da ruiva ao seu.— Sabe, Roman… — começou Selena, sua voz suave como a seda. — Às vezes, as pessoas fazem julgamentos sobre outras sem saber a verdade.Ele olhou para ela, sua mente atordoada pelo álcool, mas sua curiosidade despertou, enquanto seus dedos subiam pelas costas da ruiva, alcançando o zíper do vesti
— Ah, o cofre… — ele disse, com a língua embolada, a confusão aumentando, a essa altura, os dois estavam entrando no quarto deles. — Aquele cofre… é onde ele guarda algumas coisas da família…Selena sorriu, como se uma ideia brilhante tivesse surgido em sua mente.— Isso é interessante. — Ela se inclinou mais perto, seu hálito quente em seu rosto, o empurrando na cama e se sentando sobre ele, movendo o quadril de forma sensual, pressionando seu corpo ao dele. — Você sabe, Henry acha que é o chefe da família…Roman franziu a testa, sentindo-se cada vez mais desorientado. A menção de Henry o fez se lembrar das constantes disputas, da rivalidade que parecia estar em toda parte, lembrando-se da forma como Henry o tratava o tempo inteiro.— Ele acha que manda em tudo… — Roman começou a reclamar, um riso escapando de seus lábios. — Mas agora, sou eu quem manda! — afirmou, procurando de forma desajeitada o fecho do sutiã dela. — Isso está no testamento…A certeza em sua voz soou estranha, ma