Roman estava casado, passar o dia anterior com Carina o fez acumular uma boa quantidade de trabalho na empresa. Passou o dia mergulhado em papeis, reuniões, problemas com sócios e tudo mais o que um ambiente de trabalho estressante poderia lhe proporcionar. Seu tio havia viajado a negócios, uma reunião com possíveis investidores indianos, então, ao menos não precisaria lidar com Henry em casa por alguns dias. No entanto, assim que abriu a porta e percebeu que a única coisa que quebrava o silêncio era uma música baixa e lenta, suas sobrancelhas se uniram em confusão. Estava dando os primeiros passos na sala quando, do corredor que liga o ambiente a sala de jantar, Selena surgiu, belíssima em um vestido vermelho que abraçava suas curvas. O sorriso dela era delicado e gentil, e ela trazia nas mãos um copo de bebida com a dose exata que Roma gostava de beber sempre que chegava do trabalho.Como ela sabia disso? Ele não sabia, mas quando a viu se aproximar com o copo e um sorriso, não c
A música baixa ao fundo se intensificou em seu ser, e ele se deixou levar, levantando-se para dançar com ela. Os passos eram lentos, como um balé apaixonado. Ela se moveu com uma graça que o hipnotizava, fazendo com que ele esquecesse de todo o resto. Os problemas da empresa, as cobranças, Carina, tudo se desvanecia enquanto ele a segurava perto.O perfume dela inebriava os sentidos de Roman e seus dedos se apoiavam na cintura de Selena, que guiava os passos dele de forma sutil, lenta. Seu corpo estava quente, coração acelerado, o calor faria ele querer se despir naquele momento e, de preferência, despir Selena também, por isso, ele apertou mais a cintura dela, colando o corpo da ruiva ao seu.— Sabe, Roman… — começou Selena, sua voz suave como a seda. — Às vezes, as pessoas fazem julgamentos sobre outras sem saber a verdade.Ele olhou para ela, sua mente atordoada pelo álcool, mas sua curiosidade despertou, enquanto seus dedos subiam pelas costas da ruiva, alcançando o zíper do vesti
— Ah, o cofre… — ele disse, com a língua embolada, a confusão aumentando, a essa altura, os dois estavam entrando no quarto deles. — Aquele cofre… é onde ele guarda algumas coisas da família…Selena sorriu, como se uma ideia brilhante tivesse surgido em sua mente.— Isso é interessante. — Ela se inclinou mais perto, seu hálito quente em seu rosto, o empurrando na cama e se sentando sobre ele, movendo o quadril de forma sensual, pressionando seu corpo ao dele. — Você sabe, Henry acha que é o chefe da família…Roman franziu a testa, sentindo-se cada vez mais desorientado. A menção de Henry o fez se lembrar das constantes disputas, da rivalidade que parecia estar em toda parte, lembrando-se da forma como Henry o tratava o tempo inteiro.— Ele acha que manda em tudo… — Roman começou a reclamar, um riso escapando de seus lábios. — Mas agora, sou eu quem manda! — afirmou, procurando de forma desajeitada o fecho do sutiã dela. — Isso está no testamento…A certeza em sua voz soou estranha, ma
Selena observava Roman deitado na cama, os traços dele relaxados, os lábios entreabertos. O corpo grande e musculoso parecia mais vulnerável naquele momento, sua pele clara tinha algumas manchas na região do pescoço, chupões, provavelmente de Carina. Ela não podia deixar de se sentir poderosa, controlando cada detalhe do que aconteceu naquela noite. Diferente do que aconteceu em sua primeira vida, agora Selena não era mais ingênua, ela era uma mulher forte e que estava no controle de sua própria vida.Ela deslizou para fora da cama, os pés descalços tocando suavemente o chão de madeira, sentindo o arrepio subir por suas pernas. Seu olhar cauteloso estava fixo em Roman, se certificando de que ele ainda dormia. Selena havia medido bem a dose de álcool e comprimidos que ele ingerira durante o jantar, apenas o suficiente para deixá-lo incosciente e ela pudesse fazer o que precisava.Com passos leves, ela cruzou o quarto até o cofre embutido na parede atrás do quadro. O olhar de Selena cin
Roman despertou com a cabeça latejando, uma dor surda martelando suas têmporas, não entendia por que estava com uma ressaca tão forte, se lembrava de ter bebido apenas um pouco de whisky e algumas taças de vinho. Piscou algumas vezes, sentindo os olhos pesados e a visão levemente embaçada, mas acreditou piamente que aquilo era efeito de tudo o que estava acontecendo em sua vida nos últimos dias, estava exausto.Lentamente, ele se virou na cama, e o primeiro choque do dia veio como um soco em seu estômago: Selena estava ao seu lado, adormecida, envolta nos lençois brancos, sua pele pálida contrastando com o tecido, a única coisa que cobria seu corpo era o lençol alvo.Por um segundo, Roman ficou imóvel, tentando processar a cena. Fragmentos da noite passada voltavam à sua mente como flashes de uma lembrança distorcida pelo álcool. Ele se lembrava do janta
Selena se sentou na cama, esticando os braços preguiçosamente. A sensação de vitória era doce, quase intoxicante. Tudo estava se encaixando da maneira que ela havia planejado. O testamento da mãe dos garotos estava seguro debaixo do colchão, e Roman acreditava que a noite anterior foi regada a vinho e sexo entre os dois, algo que não aconteceu, é claro.Ela esperou alguns minutos, tempo suficiente para garantir que Roman estivesse fora da casa. Quando julgou seguro, Selena se levantou, ainda nua, e começou a se vestir apressadamente. Ao terminar de se arrumar, ela foi até a janela e espiou para fora, observando Roman entrar no carro e partir para o escritório.Assim que o carro sumiu de vista, Selena se afastou da janela e pegou seu celular. Precisava falar com Anthony, ele mais do que ninguém precisava saber o que estava naquele testamento, precisavam estar juntos para ler. Mas precisava ser cuidadosa, as paredes pareciam ter ouvidos naquela casa e a últim
O gosto da vitória ainda estava nos lábios de Selena, ela tinha certeza que aquele envelope traria respostas desejadas e lhe daria um norte. Pela primeira vez desde que renasceu após sua morte, sentia que as coisas estavam sob seu controle, que finalmente conseguiria lutar contra a morte, que seria seu destino final.Durante o resto do dia, ela agiu normalmente, conversou com os empregados, almoçou ao lado de Roman, que estava extremamente silencioso, e, quando ele saiu para a empresa mais uma vez, ela se preparou. Estava usando uma calça jeans escura, uma blusa de mangas longas branca e tinha os cabelos ruivos soltos. Pegou um óculos de sol e colocou no rosto, além de colocar também um lenço e uma blusa reserva na bolsa.Foi cautelosa, deixou escapar para algumas empregadas que iria at&
Bem longe dos subúrbios e das revelações que ocorriam no café, Carina observava o reflexo no espelho de sua luxuosa suíte, os dedos delicadamente repousando na borda da penteadeira de mármore enquanto examinava sua própria aparência com olhos críticos. Alta, esguia, e com uma beleza estonteante que ofuscava qualquer ambiente, ela sempre soube usar seus atributos a seu favor. Os cabelos loiros estavam perfeitamente ondulados, caindo sobre os ombros em cascatas de ouro. O vestido branco justo que ela vestia destacava suas curvas impecáveis, enquanto a maquiagem meticulosamente aplicada ressaltava seus lábios vermelhos e olhos azuis frios como gelo."Roman ainda me ama", pensava, fixando o olhar no próprio reflexo como se precisasse convencer a si mesma. Ela sabia que ele não havia superado tudo o que viveram, principalmente depois da última noite que tiveram. Sabia que ele não a trocaria por uma qualquer como Selena. Não, não é possível.O som de passos elegantes ecoou no corredor, int