Por que Florence conseguia sempre a atenção de Lucian? No instante seguinte, Rosana levantou os olhos úmidos e fitou o colega ao lado. Em um movimento calculado, ela deixou o corpo cair em direção ao peito do homem, cobrindo o rosto com o gesto. — Desculpa, acho que me deu uma tontura aqui no banco de trás. O homem, como muitos, não resistiu ao contato de uma mulher caindo em seus braços. Ele riu e a segurou com firmeza. — Não tem problema, eu te apoio. — Obrigada, você é muito gentil. — Rosana agradeceu, engolindo o desgosto que sentia, decidida a manchar a imagem de Florence aos olhos de Lucian. ... No táxi, Florence soltou um longo suspiro de alívio: — Isadora, obrigada. Isadora deu um tapinha no peito, como se recuperasse o fôlego, e explicou: — Não foi nada. Mas toma cuidado com sua "amiga". Hoje de manhã, ela chegou na empresa toda animada dizendo que é sua melhor amiga. Alguns caras até tentaram se aproximar de você por meio dela. — Eu já percebi. — Florenc
Ronaldo negou com urgência: — Flor, não diga isso. Lucian sabe o que está fazendo. Enquanto eu estiver fora, cuide bem de si mesma. Era óbvio que ela tinha acertado em cheio. Florence apertou o celular com força, e um ressentimento tomou conta de seu peito. Lucian, por causa de Daphne, era capaz de eliminar até as pessoas que a ajudavam. Ele era mesmo um homem cruel e sem escrúpulos. Na outra vida, Ronaldo havia sido afastado, pouco a pouco, do centro de poder do Grupo Avery com tantas viagens a trabalho. O herdeiro mais velho da família Avery acabou sendo exilado no exterior, algo que Florence nunca conseguia esquecer. Florence estava parada no meio do vento, com a cabeça baixa. — Me desculpe, irmão. Fui eu quem te prejudicou. — Não diga besteiras. Talvez Lucian esteja muito ocupado com a negociação com a Oásis do Chá e não tenha outra escolha a não ser me mandar no lugar dele. — Ronaldo ainda tentou justificar Lucian. Mesmo assim, Florence captou uma palavra familiar.
Ao ver o colega de trabalho cair no chão com um baque surdo, Florence ficou paralisada por um instante. Ela ergueu o olhar rapidamente e viu Lucian se aproximar, com um sorriso frio e divertido nos lábios. A presença dele fazia o ar ao redor dela parecer mais pesado, sufocante. — Bastante popular com os homens, né? — A voz grave de Lucian carregava um tom de sarcasmo que a fez estremecer. Florence tentou mexer o pulso, mas sabia que resistir era inútil. Dessa vez, decidiu ser mais esperta. Se as mãos não funcionavam, usaria os pés. Com um movimento rápido, ela levantou a perna para acertá-lo, mas Lucian antecipou seu golpe. Com a mão firme, ele segurou sua perna no ar, puxando-a para mais perto sem esforço algum. O corpo dela acabou se chocando contra o dele, o atrito da roupa arranhando o cinto que ele usava. A proximidade fez o constrangimento e a raiva queimarem no rosto dela. — Me solta! — Florence exigiu, a voz carregada de indignação. — Sem gratidão nenhuma. — Lucian
Após escapar, Florence não teve coragem de se hospedar em um hotel próximo à universidade. Decidiu ir diretamente para um hotel mais perto do estúdio. Antes de entrar no carro, ela se virou para olhar para a esquina. Uma luxuosa SUV preta parou ali, e Lucian, vestido inteiramente de preto, saiu da penumbra e entrou no veículo. Logo depois, o vidro do carro desceu alguns centímetros, revelando um par de olhos negros e intensos que a observavam. No contraste da noite, aquele olhar parecia uma ameaça silenciosa, como se dissesse que ela não tinha para onde fugir. Um arrepio percorreu as costas de Florence. Sem olhar para trás, ela entrou no carro e ordenou ao motorista que saísse imediatamente. ... Do outro lado. Cláudio entrou no carro e fechou a porta com cuidado antes de relatar: — Sr. Lucian, Florence denunciou os homens por estarem dirigindo alcoolizados e ainda deu o nome da Rosana. Lucian estava sentado no banco traseiro, girando lentamente o anel no dedo. Ele arque
Nesse momento, Daphne chegou, perguntando rapidamente o que havia acontecido. Ela franziu o cenho, visivelmente contrariada, e lançou um olhar de desaprovação para Rosana. Aquela idiota... Nem para lidar com uma situação simples sem se complicar. Florence, ao ver que todos os envolvidos já estavam presentes, decidiu encerrar a situação com estilo. Ela imitou o tom de voz que Rosana usava no passado, adotando uma falsa preocupação: — Rosana, é melhor você pedir desculpas logo. Se isso chegar aos ouvidos da Valentina, vai ser ruim tanto para você quanto para o estúdio. Afinal, foi você quem saiu para jantar e beber com o marido dela, né? Não acha, Daphne? Florence jogou a questão diretamente para Daphne, que agora era o centro das atenções. Na vida passada, as duas haviam se unido inúmeras vezes para prejudicá-la. Agora, Florence queria que elas provassem do próprio veneno. Todos os olhares se voltaram para Daphne, que, como noiva de Lucian, tinha naturalmente mais peso em suas
O som estridente de um tapa ecoou pelo ambiente, e o canto da boca de Rosana começou a sangrar. Daphne segurou firmemente o pescoço de Rosana, com os olhos gelados e cheios de desprezo: — Nem isso você consegue fazer direito? Todos esses anos te dando benefícios foram um desperdício! Se não fosse por mim, você acha que teria sequer colocado um pé dentro deste prédio? Rosana, se escolheu ser um cachorro, então seja um cachorro obediente e faça o que mando! Dizendo isso, Daphne, cheia de raiva, empurrou Rosana com força para o lado. Rosana, que já estava fraca depois de ter sido humilhada pela outra mulher, perdeu o equilíbrio. Seu corpo bateu na parede e ela caiu no chão, completamente sem forças. Daphne, com um par de saltos altos de couro de carneiro, caminhou lentamente em direção a Rosana. A ponta do salto afiado pressionou o rosto machucado da mulher caída. — Hoje à tarde vamos até a Oásis do Chá para encontrar Lavínia. Vou dar um jeito de levar você junto. Invente algo
Lucian cruzava as pernas com elegância, o dedo indicador repousando levemente contra a testa. Ele observava Florence com um olhar divertido, como se estivesse analisando cada um de seus movimentos. Florence, desconfortável com a atenção, abaixou a cabeça e começou a procurar freneticamente o botão para girar o assento na direção do motorista. No entanto, acabou pressionando o botão errado, ativando o modo de massagem do banco. Um som contínuo de vibração preencheu o silêncio da cabine, deixando-a completamente sem graça. Enquanto ela tentava, atrapalhada, corrigir o erro, uma mão masculina pousou casualmente no apoio de braço do assento dela. O corpo de Lucian se inclinou ligeiramente em sua direção, trazendo consigo seu perfume fresco e marcante. Florence imediatamente se recostou para trás, tentando evitar a proximidade, mas não conseguiu impedir o inevitável confronto visual. Seus olhos se encontraram, e ela desviou rapidamente o olhar. Lucian, por outro lado, abaixou os olh
Quando sentiu algo tocar seu pé, Florence parou por um instante com a xícara de café nas mãos. Ela abaixou o olhar e viu um sapato masculino encostando no seu salto alto. O tamanho do sapato dela era 33, pequeno e discreto, mas, ao lado do sapato masculino, parecia quase um brinquedo. Seu olhar seguiu o sapato masculino até as pernas longas envoltas em uma calça social preta impecável. O tecido ajustado destacava o caimento perfeito, e o vinco bem alinhado conferia uma austeridade que exalava uma certa sobriedade irresistível. Florence desviou o olhar rapidamente, achando que o toque tinha sido acidental. Com discrição, ela moveu o pé, tentando afastá-lo. Mas, no momento seguinte, o motorista freou subitamente. O corpo de Florence foi lançado para frente, e seus pés, sem querer, se moveram novamente, deslizando contra a perna de Lucian. Quando ela finalmente se recompôs no assento, percebeu, horrorizada, que havia deixado marcas de sapato na calça dele. Não apenas isso: seu m