Parte 35...ElenaBom, se eu tinha que ir, então o melhor era me arrumar. Não tenho muita coisa mesmo. A sacola que Vlad me deu ainda na casa isolada só tinha duas mudas de roupa e é com isso que eu vou. Dei um jeito no cabelo depois de me cuidar no banheiro e vesti de novo a calça de antes, mas com uma blusa diferente.Peguei um elástico que achei dentro de uma gaveta na mesinha ao lado da cama e fiz um rabo de cavalo. Era mais fresco assim.Olhando me rosto no espelho grande do quarto posso notar que estou com um pouco mais de cor e o corte em meu lábio fechou, só tem uma marquinha de leve.Ainda tenho olheiras, mas agora estão mais claras e os arranhões nos braços diminuíram e estão mais claros.E mesmo sendo roupas comuns, são bem melhores das que Vicky e eu usamos. Nas vezes em que compramos roupas, procuramos em brechôs por serem mais em conta e também por encontrar peças bonitas e algumas bem diferentes.E fora isso, compramos roupas nos supermercados que freqüentamos e a única
Parte 36...VladPela surpresa da revelação, acabei dando uma risada até meio de cafajeste, porque por essa eu não esperava. Peguei a taça que Katrina me trouxe e parei de rir, observando seu rosto que estava corado, acho que se sentindo desconfortável por ter me dito a verdade.Suas mãos inquietas em cima do colo, tentando não me encarar diretamente. Me inclinei ligeiramente em sua direção. — Então, Elena, enquanto pensamos nos... Termos do nosso acordo - fiz uma pausa significativa, tomando um gole de vinho — Há algo que precisamos esclarecer. Eu presumi que você fosse... Experiente - gesticulei vagamente com a mão, como se tentasse encontrar as palavras certas — Mas... Algo me diz que talvez eu tenha cometido um engano. Elena arregalou os olhos, o rosto ficando vermelho instantaneamente. Ela desviou o olhar, mordendo o lábio inferior. Eu arqueei uma sobrancelha, intrigado com sua reação. — Estou certo? - pressionei, a diversão clara em meu tom de voz. — Eu... - Elena tentou com
Parte 37...ElenaAssim que o carro parou, Vlad abriu a porta e estendeu a mão para mim.— Vamos! - ele disse, com um tom de comando que me fazia sentir que não tinha muita escolha.Eu saí do carro e segui Vlad em direção a um elevador privado, cercada pelos seguranças que pareciam fazer parte do cenário constante da vida dele. As portas do elevador se fecharam, e senti o leve solavanco quando ele começou a subir em direção aos andares superiores. A tensão no ar era forte.— Esse lugar... É todo seu? - perguntei finalmente, tentando desviar a mente de meu nervosismo.Vlad olhou para mim de canto de olho e deu um pequeno sorriso. — Sim. Não me falta espaço aqui. E você vai ficar comigo durante o tempo que for necessário - respondeu cheio de calma.Engoli em seco, incerta do que pensar. Não era apenas o lugar que me intimidava, era a própria presença de Vlad. Ele era diferente de tudo que eu já conhecera.As portas do elevador se abriram diretamente para a cobertura de Vlad. Dei um pas
Parte 38...ElenaMais tarde eu estava no quarto, ainda me acostumando com o ambiente opulento e frio da cobertura de Vlad. As janelas panorâmicas mostravam a cidade iluminada de Chicago abaixo, mas o cenário parecia distante da realidade que eu conhecia. Estava tudo relativamente calmo, até que Vlad apareceu à porta do quarto, batendo levemente com os nós dos dedos antes de entrar. Até me admirei com isso.— Elena, venha. - ele me chamou, a voz baixa, mas firme. — Quero que jante comigo. Precisamos conversar sobre como as coisas vão funcionar daqui para frente.Eu hesitei por um momento, tentando ler a expressão dele, mas não havia sinais de raiva ou impaciência. Apenas um convite direto. Respirando fundo, eu o seguiu até a sala de jantar, onde uma mesa pequena e elegante estava montada, com pratos delicados e talheres de prata. O ambiente era aconchegante, apesar do tom formal.Vlad indicou que me sentasse, e então tomou o seu lugar na minha frente. Havia uma taça de vinho ao lado
Parte 39...VladTomei um gole do vinho tinto antes de falar, meus olhos fixos em Elena. Ela parecia ansiosa e também curiosa. Isso é bom pra mim.— Precisamos estabelecer algumas regras, Elena. - minha voz era suave, mas carregada de autoridade. — Não sou do tipo que deixa as coisas ao acaso.Ela me encarou, um pouco nervosa, mas decidida a não se deixar intimidar. — Regras? - ela levantou uma sobrancelha, cruzando os braços. — Que tipo de regras?Dei um sorriso torto, claramente me divertindo com a ousadia dela. — Eu sei que pode parecer estranho para você, mas... - fiz uma pausa, inclinando-me ligeiramente para frente. — Eu gosto de manter tudo bem claro. Então, pensei que poderíamos conversar sobre um acordo.Elena franziu a testa. — Acordo? Isso está soando mais como um contrato de negócios do que... - ela hesitou, buscando as palavras certas. — Sei lá, algo mais normal.Eu ri de modo grave que fez o corpo dela estremecer. Estava nervosa ainda.— Nada entre nós será normal, El
Parte 40...ElenaOu seja, se entendi bem, ele quer me ter como uma diversão por um tempo, sabe-se lá porque realmente. Enquanto isso, eu tenho que confiar nele e esperar que cumpra sua parte, me ajudando financeiramente e também com Vicky.— Acredite, isso aqui é mais pra uma proteção mútua.— Como assim?— Eu posso fazer você me servir da forma que eu quiser - ele deu de ombro de uma forma displicente — Mas acho que as pessoas merecem respeito, inicialmente - colocou uma caneta na minha frente — Depois que assinar, você não pode sair por aí dizendo que eu fiz algo que foi contra a sua vontade. Entendi. O documento basicamente vai me colocar na posição de amante real. Eu fiz um acordo e depois não posso sair dizendo que ele me abusou ou coisa parecida.É uma proteção mais para ele do que para mim, na verdade. Acho que eu entendo. Talvez. Não estou com minha cabeça muito boa nesses dias. E nunca fiquei em uma situação tão doida como essa antes.Peguei o papel e dei uma lida rápida. T
Parte 41...Elena— Eu não entendo... Então, você é sim um pervertido?Ele franziu os olhos e fez uma careta até engraçada. Soltou minha nuca.— Isso não tem nada a ver com perversão, Elena. É apenas um gosto diferente por uma prática sexual - andou para o outro lado e pegou algo na mão, mexendo — Eu curto coisas mais... Intensas, quentes... Devido o excesso de estresse que eu tenho em meu modo de vida.— E... Não seria mais fácil apenas mudar de vida? - ele sorriu — Ou procurar um terapeuta? Um amigo para conversar.Ele gargalhou e colocou o objeto de volta.— Eu não tenho um problema ou algum tipo de doença. Só gosto de sexo... Muito sexo, putaria, sacanagem... Essas coisas que aliviam o corpo e liberam a energia.Misericórdia! Eu nunca pensei em liberar energia reprimida dessa maneira.— Você já teve outras aqui?— Já - ele se aproximou — Mas apenas por algumas horas. Nenhuma ficou para dormir ou passou muito tempo comigo.— E se você tem essas outras, então porque me trouxe aqui?
Parte 42...ElenaEu não ia conseguir dormir com aquele homem tão perto de mim. Pelo amor de Deus! Eu só dividi meu espaço com a Vicky.Vlad desligou a luz ao lado dele e eu prendi a respiração. Meu coração está acelerado e não tem pra onde correr. Continuei deitada na mesma posição, esperando. O que eu não sei direito, mas minha cabeça não está legal. Nem se eu me deitasse no chão ia dar certo isso.Senti o colchão mexer. Merda!— Não vai dormir?Ouvi sua voz perto de minha orelha. Puta merda! Engoli em seco, me sentindo diferente.Estou usando a camiseta que ele me deu e apesar de ser grande, por baixo eu só tenho uma calcinha. Grande coisa mesmo!— Eu estou dormindo.Ouvi a risada dele. Foi isso que bastou. Senti um puxão em meu braço e Vlad me deixo deitada de costas, a camiseta quase mostrando minha calcinha. Meu coração deu um pulo dentro do peito.Mesmo estando na penumbra, deu para ver sua silhueta quando inclinou o corpo sobre mim e sua boca procurou a minha.Misericórdia!Fo