Parte 37...ElenaAssim que o carro parou, Vlad abriu a porta e estendeu a mão para mim.— Vamos! - ele disse, com um tom de comando que me fazia sentir que não tinha muita escolha.Eu saí do carro e segui Vlad em direção a um elevador privado, cercada pelos seguranças que pareciam fazer parte do cenário constante da vida dele. As portas do elevador se fecharam, e senti o leve solavanco quando ele começou a subir em direção aos andares superiores. A tensão no ar era forte.— Esse lugar... É todo seu? - perguntei finalmente, tentando desviar a mente de meu nervosismo.Vlad olhou para mim de canto de olho e deu um pequeno sorriso. — Sim. Não me falta espaço aqui. E você vai ficar comigo durante o tempo que for necessário - respondeu cheio de calma.Engoli em seco, incerta do que pensar. Não era apenas o lugar que me intimidava, era a própria presença de Vlad. Ele era diferente de tudo que eu já conhecera.As portas do elevador se abriram diretamente para a cobertura de Vlad. Dei um pas
Parte 38...ElenaMais tarde eu estava no quarto, ainda me acostumando com o ambiente opulento e frio da cobertura de Vlad. As janelas panorâmicas mostravam a cidade iluminada de Chicago abaixo, mas o cenário parecia distante da realidade que eu conhecia. Estava tudo relativamente calmo, até que Vlad apareceu à porta do quarto, batendo levemente com os nós dos dedos antes de entrar. Até me admirei com isso.— Elena, venha. - ele me chamou, a voz baixa, mas firme. — Quero que jante comigo. Precisamos conversar sobre como as coisas vão funcionar daqui para frente.Eu hesitei por um momento, tentando ler a expressão dele, mas não havia sinais de raiva ou impaciência. Apenas um convite direto. Respirando fundo, eu o seguiu até a sala de jantar, onde uma mesa pequena e elegante estava montada, com pratos delicados e talheres de prata. O ambiente era aconchegante, apesar do tom formal.Vlad indicou que me sentasse, e então tomou o seu lugar na minha frente. Havia uma taça de vinho ao lado
Parte 39...VladTomei um gole do vinho tinto antes de falar, meus olhos fixos em Elena. Ela parecia ansiosa e também curiosa. Isso é bom pra mim.— Precisamos estabelecer algumas regras, Elena. - minha voz era suave, mas carregada de autoridade. — Não sou do tipo que deixa as coisas ao acaso.Ela me encarou, um pouco nervosa, mas decidida a não se deixar intimidar. — Regras? - ela levantou uma sobrancelha, cruzando os braços. — Que tipo de regras?Dei um sorriso torto, claramente me divertindo com a ousadia dela. — Eu sei que pode parecer estranho para você, mas... - fiz uma pausa, inclinando-me ligeiramente para frente. — Eu gosto de manter tudo bem claro. Então, pensei que poderíamos conversar sobre um acordo.Elena franziu a testa. — Acordo? Isso está soando mais como um contrato de negócios do que... - ela hesitou, buscando as palavras certas. — Sei lá, algo mais normal.Eu ri de modo grave que fez o corpo dela estremecer. Estava nervosa ainda.— Nada entre nós será normal, El
Parte 40...ElenaOu seja, se entendi bem, ele quer me ter como uma diversão por um tempo, sabe-se lá porque realmente. Enquanto isso, eu tenho que confiar nele e esperar que cumpra sua parte, me ajudando financeiramente e também com Vicky.— Acredite, isso aqui é mais pra uma proteção mútua.— Como assim?— Eu posso fazer você me servir da forma que eu quiser - ele deu de ombro de uma forma displicente — Mas acho que as pessoas merecem respeito, inicialmente - colocou uma caneta na minha frente — Depois que assinar, você não pode sair por aí dizendo que eu fiz algo que foi contra a sua vontade. Entendi. O documento basicamente vai me colocar na posição de amante real. Eu fiz um acordo e depois não posso sair dizendo que ele me abusou ou coisa parecida.É uma proteção mais para ele do que para mim, na verdade. Acho que eu entendo. Talvez. Não estou com minha cabeça muito boa nesses dias. E nunca fiquei em uma situação tão doida como essa antes.Peguei o papel e dei uma lida rápida. T
Parte 41...Elena— Eu não entendo... Então, você é sim um pervertido?Ele franziu os olhos e fez uma careta até engraçada. Soltou minha nuca.— Isso não tem nada a ver com perversão, Elena. É apenas um gosto diferente por uma prática sexual - andou para o outro lado e pegou algo na mão, mexendo — Eu curto coisas mais... Intensas, quentes... Devido o excesso de estresse que eu tenho em meu modo de vida.— E... Não seria mais fácil apenas mudar de vida? - ele sorriu — Ou procurar um terapeuta? Um amigo para conversar.Ele gargalhou e colocou o objeto de volta.— Eu não tenho um problema ou algum tipo de doença. Só gosto de sexo... Muito sexo, putaria, sacanagem... Essas coisas que aliviam o corpo e liberam a energia.Misericórdia! Eu nunca pensei em liberar energia reprimida dessa maneira.— Você já teve outras aqui?— Já - ele se aproximou — Mas apenas por algumas horas. Nenhuma ficou para dormir ou passou muito tempo comigo.— E se você tem essas outras, então porque me trouxe aqui?
Parte 42...ElenaEu não ia conseguir dormir com aquele homem tão perto de mim. Pelo amor de Deus! Eu só dividi meu espaço com a Vicky.Vlad desligou a luz ao lado dele e eu prendi a respiração. Meu coração está acelerado e não tem pra onde correr. Continuei deitada na mesma posição, esperando. O que eu não sei direito, mas minha cabeça não está legal. Nem se eu me deitasse no chão ia dar certo isso.Senti o colchão mexer. Merda!— Não vai dormir?Ouvi sua voz perto de minha orelha. Puta merda! Engoli em seco, me sentindo diferente.Estou usando a camiseta que ele me deu e apesar de ser grande, por baixo eu só tenho uma calcinha. Grande coisa mesmo!— Eu estou dormindo.Ouvi a risada dele. Foi isso que bastou. Senti um puxão em meu braço e Vlad me deixo deitada de costas, a camiseta quase mostrando minha calcinha. Meu coração deu um pulo dentro do peito.Mesmo estando na penumbra, deu para ver sua silhueta quando inclinou o corpo sobre mim e sua boca procurou a minha.Misericórdia!Fo
Parte 43...Elena No meio da noite eu tive um ataque, um minissurto, melhor dizendo. Queria sair da cama, mas ele estava me segurando, com a perna por cima de mim.Fiquei um tempão esperando, pensando no que fazer, sentindo a respiração dele contra mim, seu peito subindo e descendo. E eu travada no mesmo lugar. Mas meu coração estava correndo. Como eu deveria também fazer, só não conseguia.Aproveitei quando ele mudou de posição e acabou liberando meu quadril. Levantei bem devagar, o mais lento possível para que ele não acordasse. Saí na ponta dos pés e fui até o banheiro. Fechei a porta devagar e sentei no vaso em cima da tampa fechada.Fiquei pensando no que eu tinha feito. Que merda! Eu perdi a noção. Me deu vontade de rir, de chorar, de gritar. De fazer tudo isso junto.Eu deixei que um homem que eu mal acabei de conhecer, que tem um lado perigoso e um quarto cheio de coisas de sacanagem, enfiar a mão entre minhas pernas e me tocar.Puta que pariu! Eu saí de mim. E eu queria pod
Parte 44...Elena Eu estava me sentindo uma estranha no mundo brilhante e opulento de Chicago. Nunca passei nem por acaso nessa parte da cidade. Tudo loja cara e de nome. Não conheço a maioria deles, é claro.Caminhando ao lado de Marta eu até fiquei um pouco sem jeito no começo, porque ela estava bem arrumada para essa hora da manhã.Ela entrou em uma loja de roupas luxuosa na famosa Magnificent Mile. Eu só ouvia falar daqui, mas na televisão.Os manequins nas vitrines usavam roupas que pareciam saídas de revistas de moda. As vitrines cintilavam com luzes suaves, e o ambiente tinha um ar perfumado, quase etéreo. Era tudo muito diferente do que eu estava acostumada a ver e comprar.Olhei para as araras de roupas caras, me sentindo um pouco deslocada entre tecidos tão finos e acessórios extravagantes. Não estava acostumada com esse tipo de luxo, mas sabia que precisava de roupas adequadas. As roupas que Vlad providenciou não eram para fazer o papel que ele queria de mim e eu tinha qu