Parte 41...Elena— Eu não entendo... Então, você é sim um pervertido?Ele franziu os olhos e fez uma careta até engraçada. Soltou minha nuca.— Isso não tem nada a ver com perversão, Elena. É apenas um gosto diferente por uma prática sexual - andou para o outro lado e pegou algo na mão, mexendo — Eu curto coisas mais... Intensas, quentes... Devido o excesso de estresse que eu tenho em meu modo de vida.— E... Não seria mais fácil apenas mudar de vida? - ele sorriu — Ou procurar um terapeuta? Um amigo para conversar.Ele gargalhou e colocou o objeto de volta.— Eu não tenho um problema ou algum tipo de doença. Só gosto de sexo... Muito sexo, putaria, sacanagem... Essas coisas que aliviam o corpo e liberam a energia.Misericórdia! Eu nunca pensei em liberar energia reprimida dessa maneira.— Você já teve outras aqui?— Já - ele se aproximou — Mas apenas por algumas horas. Nenhuma ficou para dormir ou passou muito tempo comigo.— E se você tem essas outras, então porque me trouxe aqui?
Parte 42...ElenaEu não ia conseguir dormir com aquele homem tão perto de mim. Pelo amor de Deus! Eu só dividi meu espaço com a Vicky.Vlad desligou a luz ao lado dele e eu prendi a respiração. Meu coração está acelerado e não tem pra onde correr. Continuei deitada na mesma posição, esperando. O que eu não sei direito, mas minha cabeça não está legal. Nem se eu me deitasse no chão ia dar certo isso.Senti o colchão mexer. Merda!— Não vai dormir?Ouvi sua voz perto de minha orelha. Puta merda! Engoli em seco, me sentindo diferente.Estou usando a camiseta que ele me deu e apesar de ser grande, por baixo eu só tenho uma calcinha. Grande coisa mesmo!— Eu estou dormindo.Ouvi a risada dele. Foi isso que bastou. Senti um puxão em meu braço e Vlad me deixo deitada de costas, a camiseta quase mostrando minha calcinha. Meu coração deu um pulo dentro do peito.Mesmo estando na penumbra, deu para ver sua silhueta quando inclinou o corpo sobre mim e sua boca procurou a minha.Misericórdia!Fo
Parte 43...Elena No meio da noite eu tive um ataque, um minissurto, melhor dizendo. Queria sair da cama, mas ele estava me segurando, com a perna por cima de mim.Fiquei um tempão esperando, pensando no que fazer, sentindo a respiração dele contra mim, seu peito subindo e descendo. E eu travada no mesmo lugar. Mas meu coração estava correndo. Como eu deveria também fazer, só não conseguia.Aproveitei quando ele mudou de posição e acabou liberando meu quadril. Levantei bem devagar, o mais lento possível para que ele não acordasse. Saí na ponta dos pés e fui até o banheiro. Fechei a porta devagar e sentei no vaso em cima da tampa fechada.Fiquei pensando no que eu tinha feito. Que merda! Eu perdi a noção. Me deu vontade de rir, de chorar, de gritar. De fazer tudo isso junto.Eu deixei que um homem que eu mal acabei de conhecer, que tem um lado perigoso e um quarto cheio de coisas de sacanagem, enfiar a mão entre minhas pernas e me tocar.Puta que pariu! Eu saí de mim. E eu queria pod
Parte 44...Elena Eu estava me sentindo uma estranha no mundo brilhante e opulento de Chicago. Nunca passei nem por acaso nessa parte da cidade. Tudo loja cara e de nome. Não conheço a maioria deles, é claro.Caminhando ao lado de Marta eu até fiquei um pouco sem jeito no começo, porque ela estava bem arrumada para essa hora da manhã.Ela entrou em uma loja de roupas luxuosa na famosa Magnificent Mile. Eu só ouvia falar daqui, mas na televisão.Os manequins nas vitrines usavam roupas que pareciam saídas de revistas de moda. As vitrines cintilavam com luzes suaves, e o ambiente tinha um ar perfumado, quase etéreo. Era tudo muito diferente do que eu estava acostumada a ver e comprar.Olhei para as araras de roupas caras, me sentindo um pouco deslocada entre tecidos tão finos e acessórios extravagantes. Não estava acostumada com esse tipo de luxo, mas sabia que precisava de roupas adequadas. As roupas que Vlad providenciou não eram para fazer o papel que ele queria de mim e eu tinha qu
Parte 45...ElenaA vendedora piscou, claramente desconcertada com o jeito que ele a olhava.— Senhor... Eu... Talvez tenha cometido um erro. Eu não percebi que ela era sua...— Não me importa o que você pensou. - Vlad interrompeu, sua voz ainda controlada, mas agora cortante. — Você a tratou mal. E isso não é algo que eu aceito. Não sabe o seu lugar?Porra! Até eu eu engoli em seco depois dessa lapada.A vendedora engoliu em seco, deu pra notar, sentindo o peso do erro que havia cometido. A cara da mulher ficou vermelha.Vlad caminhou calmamente até ela, se aproximando apenas o suficiente para que ela sentisse o poder silencioso de sua presença.— Espero que tenha aprendido algo hoje — ele disse suavemente. — Porque da próxima vez, não vou ser tão educado - ela só fez que sim com cabeça — Você vai atender minha convidada da forma certa agora... E não vai ganhar sua comissão em cima, caso ela queira levar alguma coisa dessa lojinha. Entendeu?Meu Deus, ele chamou uma das mais caras loj
Parte 46...ElenaMarta e eu entramos com sorrisos cúmplices, prontas para um dia de compras debochado. Assim que colocamos os pés dentro da loja, foram recebidas pela vendedora que até parecia outra, nada como antes.— Estou pronta para ajudar vocês a escolherem as roupas - ela sorriu tentando ser agradável, mas parecia nervosa.— Não precisamos de sua opinião - Marta abanou a mão — Apenas vá trazendo suas melhores peças - abanou a mão de novo.A mulher mudou a cara na hora e abaixou a cabeça, saindo para buscar mais peças enquanto ficamos mexendo na arara que Marta tinha separado antes.— Agora aprenda como se trata gente desse tipo - ela disse baixinho — Levante o nariz, seja arrogante.— Eu acho que não sei ser assim.— Pois aprenda!Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas eu gostei dessa sensação, sei lá, meio fora de mim. Tipo algo rosa, como a Vicky fala quando algo de bom acontece.— Vamos precisar de vestidos, chapéus, bolsas, joias... Você sabe, tudo que é necessário p
Parte 47...ElenaEu ainda estou me sentindo meio que fora de mim depois da tarde agitada que tive ao lado de Marta. E me sentindo outra também.Quando chegamos ao salão, uma equipe já nos esperava. Marta conversou em particular com a mulher que parecia ser a dona de tudo, o que me deixou um pouco tímida.— Bem, pode deixar que nós vamos cuidar bem dela - a mulher disse mexendo em meu cabelo — Pode ir tranquila. Quando retornar, ela estará pronta para ir.— Vai me deixar sozinha aqui, Marta? - olhei para ela pelo espelho, com preocupação.— Sim, mas volto no máximo em uns quarenta minutos. É que tenho outro serviço para concluir - ela sorriu e apertou meu ombro — E não fique preocupada, aqui são todos amigos - bateu de leve em meu ombro — Suzy, cuide bem dela e tire toda beleza dela pra fora.Eu dei uma risadinha, apertando os lábios.— Deixe com a gente. Já vejo de longe que temos muito potencial aqui.Eu respirei fundo. Ainda bem que ela vê, porque pra mim, eu continuo a mesma.Quan
Parte 48...ElenaEu senti uma pontada de dor irradiar de meu braço, mas tentei manter a compostura. Ergui o queixo, tentando encarar aqueles olhos frios com firmeza.— Eu sou Elena - respondi da forma mais séria que deu — Marta me deixou aqui porque Vlad... - minha voz vacila ligeiramente, mas eumantive o tom firme. Mais ou menos.— Vlad? - ele solta uma risada seca e debochada. — Não acredito em uma palavra do que você diz. Meu irmão é esperto demais para cair nas garras de qualquer aventureira que aparece!— Marta me trouxe pra cá para...— Ah, mentira! - ele falou alto — De alguma forma você entrou aqui, com essa carinha e está tentando roubar algo de meu irmão.— Não, eu não sou...Ele me empurra contra a parede, me fazedo bater com força e o som surdo ecoa pela sala enquanto sinto o impacto nas costas. Senti uma pontada de dor nas costelas, mas não queria gritar ali.— Olha só... - eu apertei os lábios sentindo ainda a dor — Eu não sou ladra. Já disse, foi a Marta quem me troux