Parte 22...ElenaEle não respondeu, mas o olhar de canto de olho que me lançou foi o suficiente para me fazer calar. Quando as portas do elevador se abriram, ele me empurrou suavemente para dentro, e assim que as portas se fecharam, a tensão entre nós se intensificou. O som abafado da música ambiente apenas realçava o desconforto que pairava no ar.— Por que você está me mantendo aqui? — perguntei, quebrando o silêncio pesado. Precisava entender o que estava acontecendo, mesmo que uma parte de mim temesse a resposta.— Porque eu não posso deixar você ir, Elena — disse el
Parte 23...ElenaA brisa quente da noite de Las Vegas soprava suavemente pela varanda, fazendo com que meu cabelo dançasse ao redor do meu rosto. Lá embaixo, a cidade brilhava como um mar de luzes coloridas, uma mistura de néon e energia vibrante. Isso me passa a impressão de que aqui as pessoas nunca dormem. Ainda tem muito carro passando. As pessoas transitavam pelas ruas, pequenas e distantes, vivendo suas vidas sem a menor ideia da tempestade que fervia dentro de mim.E nem adianta eu gritar. Daqui de cima ninguém vai me ouvir. Apoiei os braços no parapeito, tentando encontrar um resquício de paz naquele caos luminoso, mas tudo que consegui foi ser inundada por uma onda de
Parte 24...VladEu me afastei da porta da suíte, meus passos firmes marcando no tapete macio do corredor enquanto buscava um lugar mais isolado. Precisava pensar. A presença de Elena me desconcertava de uma maneira que não estou acostumado. Não era só o que ela possivelmente sabia, mas a sensação que sua proximidade me trazia. Era como se ela fosse uma peça importante de um quebra-cabeça que eu ainda não conseguia montar.Encontrei uma sala privada no saguão do hotel, silenciosa e afastada das luzes e do ruído de Las Vegas. O brilho excessivo da cidade parecia distante ali dentro, proporcionando a tranqu
Parte 25... VladVoltei ao quarto depois de falar com os seguranças. Elena estava sentada na beira da cama e me encarou com uma expressão de pura irritação. Eu encostei na parede e cruzei os braços com um sorriso debochado. — Ah, que bom que não tentou fugir pela janela... De novo! - ergui a sobrancelha.— E acha que eu seria burra pra me jogar daqui? - ela franziu o nariz com irritação.— Burra talvez não, mas louca... Quem sabe? Você sabe que podia ter me agradecido por ter te tirado daquela situação. - eu inclinei a cabeça levemente, apertando os olhos sarcasmo. — Mas não, você preferiu me dar o maior trabalho... E ainda está reclamando.— Agradecer? Agradecer por me sequestrar? - ela levantou a voz, o rosto ficando vermelho de raiva. — Você devia ter me levado para a polícia, não para uma casa no meio do nada!Eu ergui as sobrancelhas e ri.— Casa no meio do nada? Isso é Las Vegas, docinho. E eu já te disse, não é seguro levar você para a polícia. Quem sabe quantos caras estão e
Parte 26...ElenaEu soltei um suspiro cansado e já irritada. Só queria poder sair daqui, conseguir voltar para Chicago, mesmo que ele fosse até um homem atraente, agora que estou observando-o mais de perto.— Por que me trouxe aqui? - cruzei os braços, fechando a expressão.— Por acaso você tem problemas com a polícia? - ele pegou uma carteira de cigarro bem bonita, prateada, abriu e acendeu um, puxando o ar, fazendo a brasa da ponta se acender — Ou com mais alguém que eu precise saber?Eu fiz uma careta, admirada com a ousadia dele em querer saber de minha vida. — Olha, eu agradeço que tenha salvado minha pele... Com aqueles canalhas - abanei a mão com irritação — Mas eu não tenho que ficar contando detalhes de minha vida pra você.— Aí é que você se engana - deu um sorriso que eu não curti nada — Eu quero saber bem, com quem eu estou me envolvendo. É importante se saber onde pisa.Eu não me senti confortável com o jeito como ele me olhava e nem com suas palavras. Já comecei a fica
Parte 27...ElenaFiquei encarando aquela boca bonita enquanto ele resumia minha pergunta.— Eu sou um cara que tem muito poder e muito dinheiro... E os dois juntos me dão o direito de fazer o que eu quiser, quando e como quiser - apoiou os braços na bancada — Sou conhecido como o Don da máfia Ordem da Noite...— Me parece ser um grande babaca que arrota arrogância - escapuliu de mim porque achei que ele estava se gabando de mais.Ele me olhou um instante e começou a rir, aumentando o nível da risada. E porra, a risada dele era bonita.— Qual foi a graça?— Se fosse outra pessoa, não teria tido essa ousadia... E eu teria mandado lhe dar uma boa surra - se inclinou para mim — Ou eu mesmo a daria... Mas eu prefiro outra coisa...— O quê? - apertei os olhos.— Acho que deve ser muito mais interessante... Foder você!Essa declaração me pegou desprevenida e eu acabei engolindo em seco com força e arranhei a garganta.— Tá maluco? - arregalei os olhos — De onde tirou isso de me foder? Está
Parte 28...Elena— Garota, você é muito abusada - ele disse sorrindo — E tem sorte de eu estar muito curioso sobre você também.— Dispenso - cruzei os braços.— Não seja tão rápida assim em dispensar minha oferta... Você não tem condições de ser orgulhosa.Eu achei aquilo um abuso. O cara pensa que manda mesmo em tudo.— Por que não vai se foder sozinho? - fiquei atacada — Enfia um vibrador no rabo e mata sua tara. Ninguém precisa saber.De novo ele só deu risada. Acho que ao invés de afastar, estou é atraindo ele.— Vou te dar um tempo para pensar melhor - apontou o dedo pra mim — De qualquer forma, você não pode sair daqui agora. Tem que descansar como o médico mandou.Esse é o problema. Quanto mais tempo eu ficar com ele, mais posso me ferrar. Só esse quarto de hotel já é um absurdo de caro. E depois se ele quiser me cobrar?— Eu tenho que procurar pela Vicky. Não posso ficar descansando.— Você tem dinheiro para ir atrás dela? - fiz que não — Tem uma pequena ideia de onde eles a
Parte 29...ElenaEu queria muita coisa, mas como não podia ter nesse momento, aproveitei para aliviar minha curiosidade.— Eu quero que me diga exatamente o que é um Don.Ele tamborilava os dedos na mesa, me encarando e começou a falar sobre ser um Don da máfia e eu praticamente travei com o iogurte na mão. O modo como ele falava, até parecia que era algo bem simples e comum. Não era.Basicamente, o que eu entendi é que ele era um cara que tinha muito poder mesmo, para fazer o que quisesse e isso incluía contrabando, tráfico e Deus sabe o que mais. Talvez até prostituição, por isso me fez a proposta.Engoli o iogurte de uma vez e senti meu estômago se revirar. Como eu fui me meter nessa situação eu ainda não sei. Está difícil de saber se vou ter um final feliz. Com um pouco de impulsividade, acabei falando sem pensar.— Então, isso quer dizer que você é um explorador de mulheres, um traficante... Essas coisas? O seu dinheiro é sujo?Eu senti a tensão no ar brevemente. Ele ficou até l