Parte 69...ElenaEu estava com mais fome do que pensei. Mesmo com a garganta ainda arranhando um pouco, quando ele empurrou o prato na minha direção eu já peguei o garfo e enchi a boca.— Que tal estão? - riu me observando.— Muito boas - mexi a cabeça e coloquei mais um pedaço de panqueca doce na boca.— Bom... Aproveite, não é sempre que estou de bom humor.Ele se virou para fazer um prato para ele também. Se está de bom humor, eu posso aproveitar agora.— Vlad... Eu estava pensando em ir ao médico e ver como está minha garganta.Mentira. Eu só quero sair.— Não tem que sair, o médico vem até você - tirou o avental e começou a comer — Está sentindo dor? - olhou minha testa — Seu curativo me parece bom.— Não sinto o corte - toquei o local — É que o médico disse que eu teria que cuidar da garganta... Eu sinto como se estivesse arranhada por dentro - não é de todo mentira.— Vou mandar que chamem o médico.— Não! - ele parou de comer — Não é necessário que ele venha... Se eu posso ir
Parte 70...ElenaNão sei se devo lavar a louça, ele não me disse nada e também, que se foda, eu não vou ser amante e empregada doméstica dele. Não vou mexer um dedo para ajudar em nada. Ele tem dinheiro, então que pague gente pra isso.Fui até o quarto dele, a porta estava aberta e eu entrei.— Vlad?— Aqui, no closet - apareceu na porta.Fui até lá. A janela estava aberta e me aproximei, olhando para baixo. Ele estava separando a roupa e estava bem cheiroso.A porra do closet dele é maior do que o trailer que eu morava com a Vicky. Bem maior. Me deu até raiva disso.— Não dá pra você descer por aí - ele fez piada e pegou um relógio.Não dá pra descer por aqui, mas eu posso descer pelas escadas. Espera só. Dei um sorriso cínico e me sentei no sofá redondo e esquisito que tem no meio.— Eu não estava pensando nisso, Vlad.— Ótimo, é bom mesmo que não esteja - ele colocou o relógio no pulso — Não quebre nenhuma regra de nosso acordo e tudo vai terminar bem... Entendeu?— Sim, senhor! -
Parte 71...Elena— Você... É mais ousada do que pensei - murmurou, puxando o ar e soltando devagar.— E isso não é bom?— Depende - ele mordeu meu lábio e puxou — Vou decidir depois... Mexe...Eu dei um sorriso descarado e comecei a mexer no colo dele. De início foi devagar, mas depois me apoiei em seus ombros e acelerei os movimentos.Os gemidos dele se misturaram com os meus. Nunca imaginei que eu seria capaz de manipular uma situação, mas gostei de ter tentado.Até que ele é uma visão pra mim, que não estou acostumada a conviver com um homem como ele. Vlad tem um lado sexy que acho maravilhoso. É algo que eu não sei explicar e não sei se tem a ver com o medo e a curiosidade que sinto, mas admito, ele me atrai muito.Pra mim é muito sensual que eu consiga deixar um homem como ele, entregue ao desejo.Rebolo mais em seu colo e percebo que sua respiração está presa na garganta. Ele está tentando se controlar, mas não é isso que eu quero. Ao contrário.Sinto meu corpo ficando quente,
Parte 72...VladEngraçado como Elena pensou que poderia me enganar com o velho truque de uma boa sacanagem fora de hora.Dei uma risada olhando meu reflexo no espelho. Ela me divertia. Uma garota que cresceu em um orfanato, mas que tinha uma cabeça forte, que se cuidava.Ela ainda é muito nova e crua em muitas coisas, mas isso que é bom. É uma tela em branco para que eu possa jogar minhas tintas e criar algo novo. Para ela e para mim.E a diaba é bonita, sexy e mesmo um pouco travada, sabe o que quer. Tenho que prestar mais atenção a ela. Elena não é tão inocente e já entendi que é capaz de tudo para ter o que quer, só não sabe ainda o que quer de verdade.Por enquanto ela acha que está comigo apenas por causa da amiga desaparecida, mas isso não é verdade. Ela está comigo por ela.Ainda não entendeu que também está se sente atraída por mim de verdade e ter feito o acordo comigo não é apenas porque não teve uma outra opção.É porque ela sabe que essa é a sua melhor opção, isso sim. Eu
Parte 73...VladPela cara que Sorin fez, ele achava mesmo que eu estava era doido, mas não é bem assim. De certa forma, não. Acho que estou mais é obcecado pela história dela e por ela ser atraente de uma forma que eu gosto.É um pacote completo. Ela até é abusada quando não está com muito medo. E isso me diverte também.— Olha, aquele pendrive que eu achei caído embaixo de sua mesa estava limpo, não tinha nem mesmo uma foto, nada.— E isso não é bom?— Não é, Vlad. Que diabos você tem? Está tão interessado assim nessa garota que está deixando passar as coisas? - fez uma cara de raiva — Se liga! Os Petrov querem pegar Chicago pra eles e vão fazer tudo o que der.— Deixe que façam - fiz uma careta — Eu sei bem que eles andam por aí atrás de informações e querendo comprar gente nossa.— E quando vamos dar o troco?— Em breve, mas não precisa ficar histérico por isso, Sorin. Vá relaxar a mente um pouco - apertei seu ombro — Não tem uma corrida ou uma garota pra se distrair?— Eu vou par
Parte 74...ElenaNem acredito que esse idiota mandão me deixou sair. Eu vou ao médico realmente, mas se der, vou à confeitaria também. Ainda não sei bem o que poderia contar aos Carter para não colocar nenhum deles em perigo, mas eu poderia contar um pouco da verdade. Eles poderiam me ajudar em algo.Coloquei uma das calças e me toquei que eu não tinha o contato de Marta. Agora que Vlad me deu um celular, eu posso aproveitar isso.Escolhi uma camiseta rosa clarinha com os tênis quase no mesmo tom. Peguei uma bolsa da coleção e ao enfiar o celular dentro, senti que tinha algo dentro.Olhei melhor e era um papel dobrado. Talvez fosse a nota fiscal de compra, mas não era. Abri e vi que era um bilhete.— Alguém esqueceu um bilhete? - comecei a ler — Ué... É da Marta?“Elena, vou ser rápida. Você tem que ter muito cuidado com Sorin, ele é violento e Vlad sempre vai ficar ao lado do irmão.”Eu não entendi nada, porque ela não me disse isso diretamente?“Quando você estiver no escritório d
Parte 75...ElenaÉ um saco andar sabendo que tem um rabo atrás de mim. Toda vez que olho pra trás, mesmo não vendo os dois, sei que estão em algum lugar me seguindo.Só me dá uma falsa sensação de liberdade. Eu não posso nem correr que eles vão me pegar. Mas agora eu tenho um celular, então posso aproveitar e ligar para Marta.Virei uma esquina e avistei uma pequena loja de conveniência. A entrada modesta e as prateleiras abarrotadas pareciam uma boa oportunidade. Eles não esperariam que eu fosse fazer algo ali, não é? Fingi interesse nas vitrines enquanto tentava relaxar os ombros. Com o coração batendo rápido, deslizei a mão pelo bolso, onde meu celular estava guardado, e entrei na loja.Eu também posso fazer algo e aqui dentro eles não vão poder fazer nada porque vai ter muita gente de testemunha. Duvido que Vlad vá querer que seu nome saia no noticiário depois que eu armar uma confusão.Por um segundo, respirei aliviada ao perceber que os seguranças mantinham distância. Fui dire
Parte 76...Vicky— Vicky.Ele disse meu nome, o som rasgando o silêncio. Eu o olhei, mas não respondi. Não sabia o que dizer, nem se havia algo a dizer. Ele se aproximou, os olhos fixos em mim como se estivesse estudando cada pedaço do meu rosto. Me encarando de um jeito que ninguém havia feito desde que tudo começou.— Vamos sair daqui. Em breve, estaremos de volta a Chicago - ele continuou, a voz mais dura do que reconfortante.Eu sabia disso, sabia que estava indo embora. Mas a sensação de liberdade ainda parecia uma miragem. Eu deveria sentir o alívio, mas não sentia. Meu corpo estava aqui, mas minha mente ainda estava presa naquele maldito quarto no México. As correntes invisíveis ainda apertavam meu peito e isso iria demorar a passar. Abaixei a cabeça.Anton se ajoelhou na minha frente, isso me pegou de surpresa. O que ele estava fazendo? Ele não era o tipo de homem que chegava perto de alguém como eu, que se importava. Eu já tinha dito a Elena que as pessoas não se importav