Parte 76...Vicky— Vicky.Ele disse meu nome, o som rasgando o silêncio. Eu o olhei, mas não respondi. Não sabia o que dizer, nem se havia algo a dizer. Ele se aproximou, os olhos fixos em mim como se estivesse estudando cada pedaço do meu rosto. Me encarando de um jeito que ninguém havia feito desde que tudo começou.— Vamos sair daqui. Em breve, estaremos de volta a Chicago - ele continuou, a voz mais dura do que reconfortante.Eu sabia disso, sabia que estava indo embora. Mas a sensação de liberdade ainda parecia uma miragem. Eu deveria sentir o alívio, mas não sentia. Meu corpo estava aqui, mas minha mente ainda estava presa naquele maldito quarto no México. As correntes invisíveis ainda apertavam meu peito e isso iria demorar a passar. Abaixei a cabeça.Anton se ajoelhou na minha frente, isso me pegou de surpresa. O que ele estava fazendo? Ele não era o tipo de homem que chegava perto de alguém como eu, que se importava. Eu já tinha dito a Elena que as pessoas não se importav
Parte 77...ElenaBom, eu sabia que o babaca do segurança já tinha ligado para Vlad, só não sei o que ele falou, então vou ter que me preparar.Quando cheguei levei um susto ao ver uma mulher na cozinha, mas ela foi muito educada e me disse que trabalhava para Vlad. Estava fazendo um prato especial que ele sempre comia nessa data.Fiquei na dúvida. Será que era uma data especial, tipo o aniversário dele? Não quis perguntar a ela e fiquei jogando conversa fora, para analisar melhor como ela seria.Talvez fosse leal a ele como o idiota do médico também era, nem que fosse por medo do que poderia acontecer.— Desculpe, eu nem perguntei seu nome.— Cibele - respondeu com um sorriso — E o seu, querida? - ela mexia no fogão.— Elena.— Se quiser que eu prepare algum tipo de prato para você, é só me falar. Se por acaso eu não souber, procuro a receita.— Obrigada, mas eu não sou fresca com comida - ajeitei a bolsa — Aliás... - peguei alguns chocolates na bolsa da loja — Eu comprei chocolates
Parte 78...Elena— Se não confia, é só ligar pra ela e perguntar - respirei fundo, olhando para a corda — O que vai fazer, Vlad?— Vamos brincar um pouco, querida. Você me deixou um pouco aborrecido - parou ao meu lado — E eu preciso me aliviar.— Para quê o chicote?— Vai ver - sorriu e deixou a corda de lado — Quer dizer, vai sentir - riu descarado.Bem rápido, antes que eu me preparasse, ele me deu uma lapada com o chicote, acertando minha bunda e eu gritei. Quase caí da mesa.— Vlad! - olhei pra ele com cara de susto.— Elena!Ele fez uma cara cínica e repetiu o gesto, me acertando mais duas vezes na bunda. Ardeu pra caramba e me deu vontade de chorar. Me puxou de vez de cima da mesa.— Ajoelhe - disse em tom pesado.Fiz o que ele mandou e fiquei olhando pelo canto de olho ele pegar a corda.— Vai me amarrar? - questionei com voz baixa, me segurando pra não chorar e a merda da música continuava.— Isso se chama bondage - me explicou como se eu fosse saber que diabo era isso — É u
Parte 79...ElenaMinha bunda queimava e eu gemia baixinho. Incomodada e ao mesmo tempo, excitada.Vlad me encarou de um jeito intenso, segurou minha nuca e se inclinou para me dar um beijo. E foi tão erótico que eu me perdi um pouco no pensamento e foquei só na sensação que enchia meu corpo, com pequenos choques.Se ele ia transar comigo, que fizesse isso logo porque eu já estava cheia de vontade e quando cheguei, sexo era o que menos eu pensava, preocupada com o que dizer a ele.Só que eu me assustei muito quando vi que ele pegou uma faca de dentro de uma gaveta. Que diabos ele ia fazer com ela?— Vlad... - tentei me mexer com medo.— Calma!Ele se aproximou de novo com a faca na mão e pensei que iria me machucar, mas graças a Deus não o fez.Ele só cortou a corda que me prendia e me deixou apenas com as mãos ainda amarradas. Me virou de costas e eu dei um pulinho de susto e arrepio quando senti o gelo pingando por minhas costas e indo em direção à minha bunda.Ele passou o gelo por
Parte 80...Vicky— Onde estamos?A casa para onde Anton nos trouxe é enorme, moderna. Gostei da fachada de vidro e madeira, mas pensei que encontraria Elena aqui.— Esta é uma de minhas casas. Você vai ficar aqui.Eu entrei, olhando em volta. A sala é bem grande, em tons claros e com decoração minimalista. Tem portas grandes de vidro que mostram um jardim lateral.— Chefe, estamos indo agora - um dos homens que o seguia disse, me olhando — Ela fica com o senhor?— Sim, ela vai ficar - ele respondeu pegando meu braço — Cuidem das garotas.— O que? - eu arregalei os olhos — Como assim? Você me disse que ia me levar até Elena - minha voz saiu com receio e preocupação.— E vou mesmo, mas suas amigas vão para outro lugar. Não se preocupe com elas, serão bem tratadas.— Mas eu vou poder ter contato com elas depois? - olhei para ele como uma súplica — Não vai mandar as duas para outro lugar, vai?— Não serão vendidas novamente, se é isso que a pergunta - ele soltou meu braço — nós vamos cui
Parte 81...VladNão sei se acho bom ou ruim o fato dela pensar que pode me enganar. Eu sabia que iria tentar algo, mas foi corajosa ou talvez burra, em tentar fazer Charles a ajudar.Assim que ela saiu Charles me ligou para contar que ela pediu ajuda para escapar. E essa sacanazinha sabe que tem um acordo comigo.Eu poderia apenas foder com ela, literalmente, e depois a jogar na rua, desprotegida. Assim ela saberia o que é não ter ninguém de verdade para ajudá-la quando os Petrov vierem atrás dela e nem para achar a amiga.Sei que ela vai pensar nisso, em fugir. Quem gosta de ser prisioneiro de outro? Mas isso me intriga um pouco. Ela poderia ao menos mostrar um pouco de gratidão por eu não ter deixado que ficasse naquele armazém. Não sou tão ruim assim. Ou talvez seja para ela. Não sei. Isso me irrita.Tem alguma coisa na resistência dela que me fascina. Ela não é como as outras.Andando pela varanda eu consigo pensar melhor, o vento noturno me ajuda a refrescar as ideias e me impe
Parte 82...VladOlhei pela janela, os olhos fixos no horizonte, mas minha mente está longe, analisando cada possibilidade. Eu sei que Sorin estava com sede de sangue. Era sempre assim com ele — impulsivo, direto, preferia resolver tudo com violência antes de pensar em negociações. E, na maioria das vezes, eu deixava isso acontecer. Mas essa situação era diferente. O envolvimento direto de Mikhail Petrov complicava as coisas.— Eu vou com você - disse finalmente, girando nos calcanhares e caminhando em direção à porta. Sorin abriu um sorriso satisfeito, o tipo de sorriso que só aparecia quando a promessa de violência estava no ar.— Era o que eu queria ouvir, irmão - Sorin disse, já se adiantando para preparar o carro. — Hoje a gente vai mostrar para os Petrov que eles não podem brincar com a nossa família. — Vou levar meus homens também - peguei o celular e enviei uma mensagem para Dimitri e Nicolai.Enquanto Sorin saía, parei por um momento, os pensamentos voltando para Elena. A
Parte 83...Vlad — Isso aqui era seu. Agora, talvez seja meu - disse com um sorriso cínico.Nos encaramos por um momento, o ambiente carregado de tensão. Sei que os homens estão espalhados e Sorin ficou nas sombras com os homens, as mãos prontas para sacarem as armas se fosse necessário. Não desviei o olhar. Sabia que Mikhail estava testando meus limites.— Você foi longe demais, Mikhail - eu disse, me aproximando com a voz firme. — Eu estou te dando uma chance de sair daqui com vida. Deixe esse galpão e o que pertence a mim.Vi a expressão de Andrei quando eu falei isso. Ele já tinha tido outros encontros comigo antes e sabia que eu gostava de ser direto.Vi seu olhar passando rápido em volta, tentando manter a calma e depois se inclinou, falando ao ouvido do irmão.A cara de Mikhail mudou quando Andrei apertou seu ombro.— Você tem que aprender a perder, Vlad - abriu as mãos — Não foi você quem foi até Las Vegas para nos atacar?— Não - dei uma risada alta — Fui apenas lhe dar um