Parte 71...Elena— Você... É mais ousada do que pensei - murmurou, puxando o ar e soltando devagar.— E isso não é bom?— Depende - ele mordeu meu lábio e puxou — Vou decidir depois... Mexe...Eu dei um sorriso descarado e comecei a mexer no colo dele. De início foi devagar, mas depois me apoiei em seus ombros e acelerei os movimentos.Os gemidos dele se misturaram com os meus. Nunca imaginei que eu seria capaz de manipular uma situação, mas gostei de ter tentado.Até que ele é uma visão pra mim, que não estou acostumada a conviver com um homem como ele. Vlad tem um lado sexy que acho maravilhoso. É algo que eu não sei explicar e não sei se tem a ver com o medo e a curiosidade que sinto, mas admito, ele me atrai muito.Pra mim é muito sensual que eu consiga deixar um homem como ele, entregue ao desejo.Rebolo mais em seu colo e percebo que sua respiração está presa na garganta. Ele está tentando se controlar, mas não é isso que eu quero. Ao contrário.Sinto meu corpo ficando quente,
Parte 72...VladEngraçado como Elena pensou que poderia me enganar com o velho truque de uma boa sacanagem fora de hora.Dei uma risada olhando meu reflexo no espelho. Ela me divertia. Uma garota que cresceu em um orfanato, mas que tinha uma cabeça forte, que se cuidava.Ela ainda é muito nova e crua em muitas coisas, mas isso que é bom. É uma tela em branco para que eu possa jogar minhas tintas e criar algo novo. Para ela e para mim.E a diaba é bonita, sexy e mesmo um pouco travada, sabe o que quer. Tenho que prestar mais atenção a ela. Elena não é tão inocente e já entendi que é capaz de tudo para ter o que quer, só não sabe ainda o que quer de verdade.Por enquanto ela acha que está comigo apenas por causa da amiga desaparecida, mas isso não é verdade. Ela está comigo por ela.Ainda não entendeu que também está se sente atraída por mim de verdade e ter feito o acordo comigo não é apenas porque não teve uma outra opção.É porque ela sabe que essa é a sua melhor opção, isso sim. Eu
Parte 73...VladPela cara que Sorin fez, ele achava mesmo que eu estava era doido, mas não é bem assim. De certa forma, não. Acho que estou mais é obcecado pela história dela e por ela ser atraente de uma forma que eu gosto.É um pacote completo. Ela até é abusada quando não está com muito medo. E isso me diverte também.— Olha, aquele pendrive que eu achei caído embaixo de sua mesa estava limpo, não tinha nem mesmo uma foto, nada.— E isso não é bom?— Não é, Vlad. Que diabos você tem? Está tão interessado assim nessa garota que está deixando passar as coisas? - fez uma cara de raiva — Se liga! Os Petrov querem pegar Chicago pra eles e vão fazer tudo o que der.— Deixe que façam - fiz uma careta — Eu sei bem que eles andam por aí atrás de informações e querendo comprar gente nossa.— E quando vamos dar o troco?— Em breve, mas não precisa ficar histérico por isso, Sorin. Vá relaxar a mente um pouco - apertei seu ombro — Não tem uma corrida ou uma garota pra se distrair?— Eu vou par
Parte 1...Elena A noite em Chicago estava fria e úmida, e eu sentia o vento gelado cortar minha pele enquanto segurava os pequenos buquês de flores. O cheiro de fumaça e poluição parecia grudar na minha garganta, e o barulho constante da cidade me deixava com dor de cabeça. As luzes da boate piscavam em vermelho e azul, refletindo no asfalto molhado, mas para mim, tudo era apenas uma mancha de cores sem vida. Eu não ligo mais para isso.Eu estava ao lado de Vicky, minha melhor amiga, a única família que me restava desde que saímos do orfanato. Ela puxou o casaco fino mais apertado em volta de si, seus olhos verdes brilhando com uma mistura de frustração e cansaço.— Eu odeio isso - ela murmurou, a voz baixa, mas cheia de raiva contida. — Vendendo flores para caras bêbados que mal olham para a gente. Isso não é vida, Elena.Eu suspirei, olhando para os buquês em minhas mãos. As flores estavam levemente amassadas, mas ainda tinham um pouco de cor, uma lembrança frágil do que restav
Parte 2...ElenaVicky tropeçou ao meu lado, quase caindo, mas eu a segurei pelo braço, puxando-a para continuar. O som da chuva era ensurdecedor, abafando nossos passos apressados pelas ruas escuras. Minha mente estava em um turbilhão, o pânico me cegando, mas tudo que importava agora era escapar.— Precisamos sair daqui rápido! - eu disse entre os dentes, tentando manter minha voz firme, apesar do medo que me dominava.Vicky apenas assentiu, os olhos arregalados e a respiração descontrolada. Ela parecia prestes a desmoronar a qualquer momento, e eu sabia que precisava mantê-la em movimento.Estávamos quase na saída do beco quando Vicky, em sua pressa desesperada, esbarrou em uma lata de lixo metálica, derrubando-a com um estrondo. O som ecoou pelo beco como um tiro, e meu coração parou por um segundo.— Droga, droga! - Vicky exclamou em um sussurro apavorado, os olhos arregalados de pânico. — Eles ouviram isso, Elena!Meu sangue gelou, e a adrenalina percorreu meu corpo como uma d
Parte 3...Elena* Elena *O sol mal havia despontado no horizonte quando saímos do trailer, os primeiros raios de luz refletindo nas poças d’água que ainda marcavam a chuva forte da noite anterior. Eu estava exausta, a cabeça pesada de preocupação e cansaço. Vicky, ao meu lado, não parecia muito melhor. Seus olhos estavam fundos, como se a noite mal dormida tivesse arrancado qualquer vestígio de energia.Andamos em silêncio pelas ruas ainda úmidas, as lembranças do que havíamos visto na noite anterior pesando sobre nós. Eu não conseguia tirar da mente a imagem daquele homem sendo assassinado, o som seco e final do tiro ainda ecoando em meus ouvidos.— E se eles nos encontrarem? - Vicky quebrou o silêncio, sua voz baixa e trêmula.Olhei para ela, tentando mascarar meu próprio medo com uma expressão confiante. Eu não sou a mais corajosa de todas, mas sou um pouco mais do que a Vicky.— Ninguém vai nos encontrar, Vicky. Só precisamos ser cuidadosas e continuar com nossas vidas como se
Parte 4...ElenaAs horas passaram lentamente, o clima na confeitaria oscilando entre a tranquilidade habitual e uma tensão subjacente que eu não conseguia afastar. Quando chegou perto das cinco, comecei a preparar a encomenda do homem, embalando os doces com todo o cuidado.Vicky me ajudou, mas eu podia ver que ela estava inquieta, seus olhos constantemente indo em direção à porta.— Você acha que ele... Pode ser alguém perigoso? - ela perguntou de repente, sua voz baixa, quase como se estivesse com medo de que alguém pudesse ouvir.Eu pausei, refletindo por um momento.— Não sei, Vicky. Ele me pareceu estranho, mas isso não significa que ele seja perigoso. Vamos apenas entregar a encomenda e depois podemos ir para casa. Nós estamos com os nervos à flor da pele.Ela assentiu, mas o medo em seus olhos não desapareceu.Vicky sempre foi a mais medrosa de nós duas. Eu também sou, mas como sou um pouco mais solta, eu acabo fazendo as coisas com medo mesmo.Quando o sino da porta soou nov
Parte 5...Elena— Meu Deus!... - Vicky cobriu a boca com a mão, as lágrimas começando a encher seus olhos — Por que alguém faria isso... Que horror!— Eles vieram atrás de nós - eu sussurrei, engolindo em seco, enquanto o horror da situação se tornava realidade pra mim — Eles vieram atrás de nós... - molhei o lábio com a ponta da língua — Nós vimos algo que não deveríamos ter visto... - olhei para ela.Vicky começou a hiperventilar, o pânico tomando conta de seu rosto. Eu me virei para ela, tentando encontrar as palavras certas, mas eu mesma estava à beira de entrar em desespero.— Eles podem voltar, Elena... - ela choramingou, segurando em meus braços com força — O que vamos fazer? Não temos para onde ir... E se eles voltarem aqui de novo?Eu não sabia o que dizer a ela, porque também não sei de verdade. Meu coração estava batendo tão rápido que eu mal conseguia pensar.O trailer é nosso único refúgio e tinha sido invadido. Era como se o chão tivesse sido puxado debaixo de nossos pé