Parte 20...ElenaEu até tentei dormir um pouco depois que um dos seguranças de Vlad me trouxe de volta ao quarto, mas não o mesmo de antes. Esse era maior e pelo menos tinha uma cama de solteiro em estado bom. Acho que alguém deve usar esse quarto. No banheiro tem algumas coisas de higiene pessoal. Mas a janela tem grades, eu já chequei isso. Depois que saiu da cozinha, Vlad não voltou e fiquei sozinha, mas não durou muito. O segurança ficou esperando que eu terminasse e me trancou aqui nesse quarto.Não sei que horas são, mas a escuridão que envolve a casa me traz uma falsa sensação de segurança e calma. Essa quietude do ambiente é perturbadora para mim, Meu coração batia em um ritmo mais acelerado do que deveria estar, mas é porque eu não me engano com essa calma. Algo vai acontecer.Isso é só uma fachada de calma. Eu tenho que aproveitar agora ou nunca. Estou com medo, mas se não tentar, pode me custar caro depois.Minha mente cansada está em alerta com cada som, cada sombra que
Parte 21...ElenaO descanso não durou muito tempo.O barulho de um motor se aproximando lentamente me despertou, ainda meio atordoada. Meu coração acelerou novamente quando percebi que estava deitada no deserto, vulnerável e exposta. Eu tentei me levantar, mas meu corpo estava rígido, como se cada músculo tivesse se tornado pedra durante o breve período em que adormeci. Doía tudo.Abri os olhos lentamente, tentando focar no som que se aproximava, o ruído era quase um sussurro no silêncio do deserto, mas eu sabia que não estava sozinha.Um farol ofuscante cortou a escuridão, e meu coração disparou. Era Vlad, eu tinha certeza. Ele me encontrara.Quando o veículo parou a poucos metros de onde eu estava deitada, me obriguei a tentar levantar, mas minhas pernas fraquejaram e eu caí de volta no chão. A porta do carro se abriu, e passos firmes se aproximaram. A silhueta imponente de Vlad surgiu contra as luzes traseiras do carro, cada passo dele esmagando as esperanças que eu tinha de esc
Parte 22...ElenaEle não respondeu, mas o olhar de canto de olho que me lançou foi o suficiente para me fazer calar. Quando as portas do elevador se abriram, ele me empurrou suavemente para dentro, e assim que as portas se fecharam, a tensão entre nós se intensificou. O som abafado da música ambiente apenas realçava o desconforto que pairava no ar.— Por que você está me mantendo aqui? — perguntei, quebrando o silêncio pesado. Precisava entender o que estava acontecendo, mesmo que uma parte de mim temesse a resposta.— Porque eu não posso deixar você ir, Elena — disse el
Parte 23...ElenaA brisa quente da noite de Las Vegas soprava suavemente pela varanda, fazendo com que meu cabelo dançasse ao redor do meu rosto. Lá embaixo, a cidade brilhava como um mar de luzes coloridas, uma mistura de néon e energia vibrante. Isso me passa a impressão de que aqui as pessoas nunca dormem. Ainda tem muito carro passando. As pessoas transitavam pelas ruas, pequenas e distantes, vivendo suas vidas sem a menor ideia da tempestade que fervia dentro de mim.E nem adianta eu gritar. Daqui de cima ninguém vai me ouvir. Apoiei os braços no parapeito, tentando encontrar um resquício de paz naquele caos luminoso, mas tudo que consegui foi ser inundada por uma onda de
Parte 24...VladEu me afastei da porta da suíte, meus passos firmes marcando no tapete macio do corredor enquanto buscava um lugar mais isolado. Precisava pensar. A presença de Elena me desconcertava de uma maneira que não estou acostumado. Não era só o que ela possivelmente sabia, mas a sensação que sua proximidade me trazia. Era como se ela fosse uma peça importante de um quebra-cabeça que eu ainda não conseguia montar.Encontrei uma sala privada no saguão do hotel, silenciosa e afastada das luzes e do ruído de Las Vegas. O brilho excessivo da cidade parecia distante ali dentro, proporcionando a tranqu
Parte 25... VladVoltei ao quarto depois de falar com os seguranças. Elena estava sentada na beira da cama e me encarou com uma expressão de pura irritação. Eu encostei na parede e cruzei os braços com um sorriso debochado. — Ah, que bom que não tentou fugir pela janela... De novo! - ergui a sobrancelha.— E acha que eu seria burra pra me jogar daqui? - ela franziu o nariz com irritação.— Burra talvez não, mas louca... Quem sabe? Você sabe que podia ter me agradecido por ter te tirado daquela situação. - eu inclinei a cabeça levemente, apertando os olhos sarcasmo. — Mas não, você preferiu me dar o maior trabalho... E ainda está reclamando.— Agradecer? Agradecer por me sequestrar? - ela levantou a voz, o rosto ficando vermelho de raiva. — Você devia ter me levado para a polícia, não para uma casa no meio do nada!Eu ergui as sobrancelhas e ri.— Casa no meio do nada? Isso é Las Vegas, docinho. E eu já te disse, não é seguro levar você para a polícia. Quem sabe quantos caras estão e
Parte 26...ElenaEu soltei um suspiro cansado e já irritada. Só queria poder sair daqui, conseguir voltar para Chicago, mesmo que ele fosse até um homem atraente, agora que estou observando-o mais de perto.— Por que me trouxe aqui? - cruzei os braços, fechando a expressão.— Por acaso você tem problemas com a polícia? - ele pegou uma carteira de cigarro bem bonita, prateada, abriu e acendeu um, puxando o ar, fazendo a brasa da ponta se acender — Ou com mais alguém que eu precise saber?Eu fiz uma careta, admirada com a ousadia dele em querer saber de minha vida. — Olha, eu agradeço que tenha salvado minha pele... Com aqueles canalhas - abanei a mão com irritação — Mas eu não tenho que ficar contando detalhes de minha vida pra você.— Aí é que você se engana - deu um sorriso que eu não curti nada — Eu quero saber bem, com quem eu estou me envolvendo. É importante se saber onde pisa.Eu não me senti confortável com o jeito como ele me olhava e nem com suas palavras. Já comecei a fica
Parte 27...ElenaFiquei encarando aquela boca bonita enquanto ele resumia minha pergunta.— Eu sou um cara que tem muito poder e muito dinheiro... E os dois juntos me dão o direito de fazer o que eu quiser, quando e como quiser - apoiou os braços na bancada — Sou conhecido como o Don da máfia Ordem da Noite...— Me parece ser um grande babaca que arrota arrogância - escapuliu de mim porque achei que ele estava se gabando de mais.Ele me olhou um instante e começou a rir, aumentando o nível da risada. E porra, a risada dele era bonita.— Qual foi a graça?— Se fosse outra pessoa, não teria tido essa ousadia... E eu teria mandado lhe dar uma boa surra - se inclinou para mim — Ou eu mesmo a daria... Mas eu prefiro outra coisa...— O quê? - apertei os olhos.— Acho que deve ser muito mais interessante... Foder você!Essa declaração me pegou desprevenida e eu acabei engolindo em seco com força e arranhei a garganta.— Tá maluco? - arregalei os olhos — De onde tirou isso de me foder? Está