Com duas caixas de presentes empilhadas sobre minha mão, bati a porta da casa da minha mãe e pigareei. Podia ouvir vozes abafadas, quando olhei para Cléo e a vi desembrulhar uma pastilha elástica.
— Você não tem gastrite? — indaguei.
— Tenho. — abriu sua boca e atirou a pastilha para dentro, sem tirar os olhos de mim — Mas sou viciada em pastilhas. — deu de ombros e segurou melhor a panela preta.
Dadi abriu a porta e sorriu assim que nos viu. Nos dando passagem, iniciou seu sermão por estarmos atrasados para a Ceia de Natal. Aparentemente, tinhamos sido os últimos a chegar.
— Eu tive que trabalhar, hoje.
— Até meio dia! — arqueou suas sobrancelhas quando sorri, sem saída.
— Desculpa! — a puxei para um abraço, seguido de um beijo em sua testa — Feliz Natal, mãe!
—
31 de DezembroAcabava de sair de um banho frio. Enquanto organizava a gola da minha camisete, entrei na cozinha e flagrei-a lavando suas mãos, distraída.— Terminei. — anunciei, fui até ela e depositei um beijo em sua testa.— Posso tomar um banho rápido também? — perguntou enquanto sacudia suas mãos.— Pode. Vou organizar as coisas aqui. — deu um beijo estalado em minha bochecha e seguiu até meu quarto.O dia tinha sido cansativo para ambos. Eu tive que trabalhar até meio dia e me encontrar com Júlio para dar início a alguns preparativos; Judite teve que cuidar de suas encomendas e fazer o mesmo com Lola, até que, para cumprir com nosso combinado, nos encontrassemos em minha casa para um jantar a dois. Eram 18 horas, quando Judite apareceu na minha casa com uma parte do jantar em seu carro e um cansaço visível, porém, demonstrava o mesmo níve
Lionel não parava. Agarrava minhas pernas firmes em volta de sua cintura, enquanto caminhava apressado até seu quarto. As duas alças do meu vestido estavam caídas, minhas unhas estavam cravadas em seus ombros rijos e ele comandava minha respiração com os movimentos de sua língua em minha pele.Nossos corpos estavam quentes e suados. Do lado de fora, os explosivos ainda soavam de forma tímida, dando continuidade a celebração do primeiro dia do ano. Com um chute, a porta foi aberta e em dois tempos eu estava deitada no colchão macio. Me apoiei em meus cotovelos e olhei para frente, vendo-o se degustar com a visão do meu corpo deitado em seus lençóis. A única luz que o iluminava vinha do lado de fora. Os raios prateados caíam majestosos em cada contorno de sua barriga trincada, seus braços fortes e seu peito cheio. Eu pude ver dois dos tentáculos surgirem das laterais do seu corpo. Um deles terminava bem no meio de seu peito e o
Fui abrindo os olhos lentamente para a manhã de Janeiro, cuja luz forte iluminava o quarto, deixando-o quente. Estava enrolada em seu lençol listrado, completamente sozinha na cama e no cômodo. Cocei os olhos enquanto bocejava, depois arrastei meu corpo até estar sentada.Com o ato, senti minha intimidade pulsar e arder de leve pela noite intensa que tivemos. Meus pensamentos matinais iniciaram, repassando os três dias que se passaram ao seu lado, trazendo-os de volta a mim como um banho de ventos frios em meu corpo nú, arrepiando-me, até terminarem com o facto de aquela ser a última manhã do seu lado.— Jesus! — espalmei a testa quando minhas têmporas bombaram.Com os dedos, penteei meu cabelo desorganizado para trás e me levantei, fazendo com que o lençol caísse e me deixasse coberta somente por uma calcinha lilás de renda. Por cima de sua mesinha de cabeceira estava largada a camisete que Lio tinha usado no dia anterior, a
Relatórios por ler, emails por abrir, papéis por organizar, uma reunião por participar e algumas cobranças por fazer a alguns colegas. Meu primeiro dia de trabalho se resumia a isso. Passei o meu espediente no meu escritório, de onde só saí para comer alguma coisa antes da reunião com meus superiores.Naquele momento, depois de organizar a minha mesa, era hora de sair. O relógio marcava 17 e quaisquer minutos, quando segurei meu laptop contra o peito, passei os olhos pelo lugar, me certificando que estava tudo nos conformes, saí e tranquei a porta.— Até amanhã, Marcelo. — disse quando passei pela mesa do meu secretário.— Até amanhã, chefe.Eu ainda me sentia desconfortável com sua forma de se dirigir a mim, tendo em conta que éramos quase da mesma idade, mas, mesmo que tenha pedido várias vezes, parecia estar tatuado em sua língua desde o dia em que foi contratado. Apenas assenti e caminhei pelos longos e la
— Lio, você parece meu pai, as vezes.— Me deixa! — respondi atrás das duas mulheres hipnotizadas pelos alimentos espalhados pelas prateleiras do corredor de doces — Estamos dentro desse supermercado há quase duas horas.— Não exagera. — Judite riu sobre o ombro, depois parou para ver o preço de um pacote de bombons variados.— Fazer compras sozinho é mais fácil. Nem com Cléo eu levava esse todo tempo. Vos unir não foi minha melhor ideia. — franzi o cenho, movendo meus óculos escuros com o ato.— Trás esse carrinho para aqui? — Cléo pediu, ignorando completamente minhas palavras.— Parece um menininho mimado que teve seu pedido rejeitado e faz birra para a mãe pelo resto do tempo. — minha namorada riu, antes de lançar dois pacotes para dentro do carrinho e me dar um beijo na bochecha.— Isso não vai melhorar nada! Estou cheio de fome, apressem-se!Era
Mais uma vez, de frente para o espelho, eu me encontrava apaixonada pelo meu reflexo. O vestido que escolhi parecia ter sido feito pensando em cada detalhe do meu corpo. Nunca tinha achado um vestido que ficasse tão bem em mim.— Mamaaã! — com as mãos plantadas na cintura, chamei por ela.— O que se passa?— Olha. Como estou? — abri os braços para que ela me analisasse melhor.— Muito bem.— É lindo, não é?— Muito, mas vocês sabem que ninguém para além da noiva deve usar branco, num casamento, certo?— Foi exactamente o que eu disse para Lola, mas eles quiseram assim. Então pensei em algum acessório para diferenciar os convidados dos noivos.— É uma ideia, mas há tempo para isso?
Eram 18 horas do dia 13, sexta-feira, quando os faróis de luzes brancas me cegavam os olhos. O motor de sua BT-50 roncava e vibrava há meio metro de mim. Cléo santou do banco de passageiro com sua pasta de costas em mãos, seguida de Lio, que estava vestido de forma descontraída. Seu cheiro veio até mim antes mesmo que ele começasse a andar e eu tive que que apertar meus pés sobre os chinelos para não correr e me jogar em seus braços.— Qual das duas vai dirigir na primeira hora? — sorriu para Yara, que balançou as chaves do meu carro antes de responder:— Eu.— Olá! — lançou um beijo para mim e se aproximou de minha irmã.— Tudo pronto?— Quase. Preciso da tua ajuda para me ajudar com alguma loiça, pode ser?— Claro.Corremos para minha cozinha, onde tinha pratos, talheres enroladas em um pano e quatro caixas de taças.— Levas os pratos? — perguntei enquanto empilhava as caixas para carregas, mas o seu silêncio
Fechei meu laptop e respirei fundo. Estava um calor infernal, dentro daquele quarto. A briza quente que vinha do mar não melhorava absolutamente nada, então fui até onde havia o remote do Ar-condicionado e liguei, devolvendo-o depois do mesmo começar a refrescar o lugar. Antes de me jogar de costas sobre a cama e cruzar os dedos por baixo da nuca, me livrei da minha camisete. Era meia noite, quando parei para pensar na nossa curta viagem. Não tinha sido tão agradável quanto pensei, depois da pequena conversa que tive com Judite bem no início dela. Assim que os 20 minutos de descanso dela passaram, acordou com um humor normal e estabeleciamos um diálogo com a mesma normalidade, porém, não estava mais tão empolgada. Me senti mal por tê-la deixado naquele estado, mesmo que não tivesse sido proposital. Uma má interpretação de suas palavras gerou aquele clima e eu não sabia muito bem como lidar.