Prólogo - Reencontros
"Sai correndo atrás dela enquanto escutava sua risada.
Muitas pessoas olhavam para nós, mas eu não me importava nem um pouco.
Ali eu me sentia apenas com ela.
Enjoei de não tê-la em meus braços e apressei o passo,
segurando sua cintura e nos tacando nas folhas secas.
Não parávamos de gargalhar e olhar um para o outro.
Kristie usou meu braço para apoiar sua cabeça enquanto olhávamos o céu. Ela era a minha garota. Sempre foi e sempre seria. Nossos destinos foram gentis em nos colocar um na vida do outro novamente. E eu jamais a deixaria de novo, por nada nesse mundo.”
Parece que foi ontem o momento em que me mudei de Londres para Los Angeles, quando meu pai fora promovido no trabalho. Até hoje não sei como consegui entrar em um avião e abandonar a vida que eu considerava perfeita. Mas isso já tem dez anos. Não são tantas as lembranças de meu antigo.Não vou mentir dizendo que não gostava de Londres; o clima frio, batatas com peixe, da minha família... Mas passado é passado, principalmente se tudo mudou.Assim que pisamos em Los Angeles, meu pai disse que tudo daria certo e realmente deu. Ele fora promovido várias vezes ao longo desses dez anos e conseguimos construir uma ótima base. Não são todas as pessoas que se arriscam a mudar de país, com uma esposa e filha pequena para criar. Admirava muito o meu pai, pela coragem que ele teve.Felizmente estava na metade da minha faculdade de cinem
Fechei a porta de casa e me deitei no sofá, tentando me aquecer mais do que aquelas bebidas aqueceram. Não tem como, sou um típico britânico que ama os Pubs da cidade e adoro viver assim, literalmente como um boêmio. Ainda não tinha encontrado uma vida melhor do que essa, onde se pode curtir ao lado dos amigos e se ter o que quer.Tinha acabado de fazer um pequeno show e minha conta bancária acolhia mais uma mísera quantia para a futura carreira como músico que eu tanto idealizava. Programava viajar em alguns meses para promover minha música e tentar arranjar alguma gravadora. Isso é! Se eu realmente conseguisse ter o dinheiro o suficiente para bancar algumas passagens. Isso era algo muito complicado, na minha opinão.Ainda eram seis e meia da manhã. Estava completamente ligado por causa da noite e resolvi ficar navegando pela internet, para buscar um pouco do sono que tinha desapa
No meio da conversa com Kristie, meu celular não parava de tocar. Era Maggie, para minha maior desgraça. Tive que falar o porquê de ter demorado tanto, se alguma das garotas me deu mole... enfim. Estresse na certa. Eram seis da noite quando acordei com os berros da minha mãe. Antes que ela me batesse, abri minha porta e a abracei – ela sempre desmontava quando eu fazia isso e acabamos rindo da situação. Ela sempre dizia que eu tinha que arranjar um emprego de verdade, mas minha única qualidade era com a música e mesmo Dona Claire desejando um futuro mais concreto para mim, ela sabia o que eu amava.Tomei meu banho, comi qualquer coisa e fui dar uma checada nos meus e-mails, querendo saber se tinha sido chamado para fazer mais shows. Ainda só tinha dinheiro para algumas passagens de avião e talvez diárias em hotéis baratos. Eu era um músico falido – e me orgulhav
Você tá tão estranho... Por que você não larga esse computador e vem ficar comigo? – Maggie reclamava.Porque eu tenho que trabalhar em coisas novas, Maggie. Você sabe disso.Eu acabei de sair do meu trabalho pra ficar com você e nada, Thomas. Que tipo de namorado vocêé?Não sou... Somos amigos.Amigos não transam.Então não existe uma categoria para nós.Eu tô cansada disso, Thomas.Eu também.Thommy, você tá ai? – a voz de Kristie surgiu nas minhas caixinhas de som.Tô, linda.
Meus pais adoraram saber que Thomas estava vindo passar uns dias em nossa casa. Apesar do tempo em que ficamos todos separados, nós sabíamos que, se nos reencontrássemos, tudo voltaria a ser do jeito que era. Assim que acordei, vi que Thommy confirmou que chegava em dois dias e sinceramente estava muito animada para vê-lo.Assim que o fuso permitiu nosso encontro, ele me ligou para falar que chegaria às 13:00 horas de sexta feira, pelo horário daqui. Já me animei completamente e mal consegui esperar, mas assim que acordei cedo e me deparei nessa data, dei um sorriso e fui me arrumar para a faculdade.Sim, assumo que não prestei atenção em nenhuma aula e em nada que me falaram ao longo daqueles incontáveis minutos. O iPod estava no ouvido, tentando controlar o que era incontrolável – ansiedade. Claro que Hayley percebeu e já veio dizendo que eu gos
Assim que chegamos, minha mãe já foi logo correndo para abraçar Thomas e perguntar como seus pais estavam. Os dois ficaram conversando por tanto tempo que eu decidi ir para meu banho.Ainda era muito nova a ideia de que meu “irmão” ficaria um tempo por aqui. Nós dois tínhamos combinado de ir até as gravadoras e, se ele não conseguisse nada, ia tentar em outras cidades. Thommy me fazia rir e isso estava sendo maravilhoso. Queria poder apresentá-lo a Hayley logo e tenho certeza que vamos arrancar muitas risadas um do outro – principalmente da minha cara. Assim que saí de roupão do banheiro, encontrei Thommy olhando minhas fotos.Sua mãe mandou você me mostrar o quarto que vou ficar e me fazer companhia até o jantar. Vou tomar um banho.Bom, me desculpa, mas não vou fazer companhia no
Os dias passaram voando e lá estava eu indo buscar Thomas em minha casa para irmos ao shopping comprar nossas coisas. Ele já estava completamente adaptado com a nossa rotina e já tínhamos combinado que assim que essas coisas do meu pai finalmente acabassem, iríamos ver as gravadoras.Chegamos ao nosso destino e fomos logo tratando de almoçar, para bater perna depois. Decidimos começar pela roupa dele, por ser mais “fácil”, mas foi o oposto disso. Toda vez que ele experimentava um terno, dava algum defeito. Ou era grande demais, ou a gravata não combinava, ou o botão era estranho...Enfim, só para encontrar sua roupa levaram quase duas horas. Quando fomos procurar algo para mim, Thomas já veio pra cima, dizendo que queria ir para casa e eu sempre o lembrava do tempo que tinha perdido com ele, então ele teve fazer bico e aceitar.Era c
Kristie apagou no meu colo quando chegamos em casa. As luzes externas estavam acesas, mas as internas não. Abri a porta e fui tentando encontrar o caminho da escada, sem acordá-la, e consegui chegar até seu quarto. A coloquei na cama e fui procurar alguma coisa para ela vestir. Kristie não poderia ficar com um vestido de festas. Abri inúmeras portas e gavetas e encontrava tudo: creme, perfume, bolsa... Menos uma maldita roupa de dormir. Maravilha. Fui até meu quarto e vasculhei minha mala, procurando uma blusa cumpridas que ficasse pelo menos “descente” até Kristie acordar. Quando retornei ao quarto, voltei a repetir o mantra “sua irmã, sua irmã” na cabeça, enquanto tirava seu vestido para por a blusa. Tirei seus brincos grandes e a cobri, sendo privilegiado com um suspiro longo dela. Já estava saindo quando resolvi dar uma última olhada antes de me trancar em meu qua