Capítulo 5

Meus pais adoraram saber que Thomas estava vindo passar uns dias em nossa casa. Apesar do tempo em que ficamos todos separados, nós sabíamos que, se nos reencontrássemos, tudo voltaria a ser do jeito que era. Assim que acordei, vi que Thommy confirmou que chegava em dois dias e sinceramente estava muito animada para vê-lo.

Assim que o fuso permitiu nosso encontro, ele me ligou para falar que chegaria às 13:00 horas de sexta feira, pelo horário daqui. Já me animei completamente e mal consegui esperar, mas assim que acordei cedo e me deparei nessa data, dei um sorriso e fui me arrumar para a faculdade.

Sim, assumo que não prestei atenção em nenhuma aula e em nada que me falaram ao longo daqueles incontáveis minutos. O iPod estava no ouvido, tentando controlar o que era incontrolável – ansiedade. Claro que Hayley percebeu e já veio dizendo que eu gostava do Thomas, mas ela não conseguia entender que eu estava completamente feliz de encontrar uma pessoa que fez parte da minha vida desde que eu era um simples bebê. Thomas e Hayley eram basicamente meu passado e presente, sendo que Thommy também seria o meu presente.

Assim que o professor liberou a turma, parti direto para meu carro e acelerei até o aeroporto. Ainda faltava uma hora para ele chegar, mas não ia aguentar ficar parada em casa. Localizei o desembarque de Londres facilmente, comprei um café e sentei, esperando até aquele portão abrir e Thomas aparecer.

***

Não vou mentir dizendo que não estava nervoso com nosso reencontro. Eu conheci uma Kristine até seus dez anos e conheci outra anos depois. Não sabia como era seu jeito, se o dinheiro tinha feito sua cabeça, ou se suas amigas eram nojentas e ricas.

Em pouco tempo, o comandante anunciou que estávamos nos aproximando de Los Angeles e senti um imenso frio na barriga. Tudo seria novo para mim a partir de agora – inclusive meu relacionamento com Kristie.

Minha mala não aparecia na maldita esteira. Já estava estressado com o tempo da viagem e a grande probabilidade de minha mala ter sido extraviada – o que não aconteceu graças a Deus. Fui para a sala de desembarque, já na esperança de encontrá-la de cara, mas nada. Já ia tirando o celular do meu bolso quando senti duas mãos cobrirem meus olhos.

  • Um doce se acertar quem é. – segurei suas mãos e a puxei de meus olhos, me virando em seguida.

  • Kristie? – ela sorriu.

  • A própria. – gargalhamos e ela se jogou nos meus braços. - Não acredito! Você esta aqui! Que saudade! – ela virou o rosto e me encheu de beijos na bochecha e se afastou de mim, para me olhar. Dessa vez, lhe dei dois beijos bem estalados.

  • É Kristie, muitos anos! Você está ótima! Está linda! Não dava para ter essa noção por uma webcam.

  • Não fui a única a mudar. Desde quando você ficou bonito e com músculos? Não me lembro disso não, hein!

  • Você fala como se fosse bonita também naquela época, dentinho de coelho!

  • Você não mudou nada, seu bobo! Sério, estou muito feliz de te ter aqui comigo.

  • Que bom! Ah, me da um abraço vai! Saudades mesmo de você! – ficamos abraçados por muito

tempo.

  • Sou sua guia turística hoje. O que quiser fazer, será feito!

  • Valeu, guia, mas realmente estou muito cansado da viagem, mas aceito parar em algum lugar para comer, porque comida de avião é o verdadeiro caos.

  • Ah, isso tenho certeza. Vem, deixa eu te ajudar com a mala.

  • Fala sério, só tem uma. Vamos pegar um táxi?

  • Vamos no meu carro, ué.

  • Você dirige? Sério? – juntei minhas sobrancelhas. Até ontem, ela era apenas uma criança.

  • Não, eu pedi para um reboque trazê-lo até aqui. – olhei com cara de deboche para ela e Kristie riu. – Claro que eu dirijo né!

  • Vamos ver se você dirige bem, então. – sorri e beijei sua cabeça. Era muito bom saber que não tínhamos perdido tanta intimidade assim.

Kristie colocou minha mala no carro e saímos do estacionamento do aeroporto. A capota do seu conversível estava abaixada e os cabelos dela ficavam voando – e eu sinceramente achei lindo. A minha pequena irmã da infância tinha se tornado uma mulher linda. Quando ela ligou seu rádio, sorri.

  • Adele é britânica.

  • Eu sei!

  • Colocou para me agradar?

  • Claro que não! Nem sabia se você gostava, mas sei que adoro Rolling in the Deep. Minha melhor amiga fala para eu cantar super alto, como um mantra, sabe?

  • Por causa do seu ex?

  • Definitivamente!

  • The scars of your love remind me of us. 
  • They keep me thinking that we almost had it all.

  • The scars of your love they leave me breathless.

  • I can’t help feeling.

  • We could’ve had it all, Rolling in the Deep! – berramos juntos e gargalhamos.

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