Assim que chegamos, minha mãe já foi logo correndo para abraçar Thomas e perguntar como seus pais estavam. Os dois ficaram conversando por tanto tempo que eu decidi ir para meu banho.
Ainda era muito nova a ideia de que meu “irmão” ficaria um tempo por aqui. Nós dois tínhamos combinado de ir até as gravadoras e, se ele não conseguisse nada, ia tentar em outras cidades. Thommy me fazia rir e isso estava sendo maravilhoso. Queria poder apresentá-lo a Hayley logo e tenho certeza que vamos arrancar muitas risadas um do outro – principalmente da minha cara. Assim que saí de roupão do banheiro, encontrei Thommy olhando minhas fotos.
Assim que ele saiu do quarto, me joguei na cama, cobri meu rosto com o travesseiro e gritei de raiva.
Eu deveria ser uma mulher muito ruim porque Michael precisou de outra para ser “feliz” e eu não era o tipo das garotas que Thomas estava acostumado a lidar. Em outras palavras, eu não era o tipo de garota de nenhum deles.
Thomas apareceu logo depois, batendo na minha porta, dizendo que não gostava de ficar sozinho. Juro que eu queria saber se sua idade mental progrediu ao logo desses anos. Assistimos a um filme e não trocamos muitas palavra. O que me magoava era saber que eu não conseguia ser interessante para ninguém, muito menos para o Michael. Sei lá! Quando se é trocado, nós claramente nos perguntamos qual é o nosso defeito, aí vem o seu irmão e diz que você também não é do tipo que ele se envolve. Vim de outro planeta e não sei, para não atrair ninguém que preste? Meu problema era de fábrica, então.
Não demorou muito e o jantar ficou pronto, o que fez meu pai ficar perguntando mil coisas para Thomas – as mesmas que minha mãe fez. Como ninguém tinha palavra naquela mesa, acabei meu jantar e voltei para meu quarto. Queria ficar sozinha. A fossa tava pedindo o seu espaço naquela noite gloriosa.
***
Alguma coisa tinha deixado Kristie chateada e isso era claro que nem água. Nem consegui prestar atenção em que seu pai dizia, principalmente quando ela fora para seu quarto. Kristie havia me contado seus problemas e eu tinha quase certeza que o que a afligia eram eles. Me retirei da mesa e fui até seu quarto. Bati na porta algumas vezes, mas nada aconteceu. Entrei e a encontrei chorando em sua cama.
aqui.
Os dias passaram voando e lá estava eu indo buscar Thomas em minha casa para irmos ao shopping comprar nossas coisas. Ele já estava completamente adaptado com a nossa rotina e já tínhamos combinado que assim que essas coisas do meu pai finalmente acabassem, iríamos ver as gravadoras.Chegamos ao nosso destino e fomos logo tratando de almoçar, para bater perna depois. Decidimos começar pela roupa dele, por ser mais “fácil”, mas foi o oposto disso. Toda vez que ele experimentava um terno, dava algum defeito. Ou era grande demais, ou a gravata não combinava, ou o botão era estranho...Enfim, só para encontrar sua roupa levaram quase duas horas. Quando fomos procurar algo para mim, Thomas já veio pra cima, dizendo que queria ir para casa e eu sempre o lembrava do tempo que tinha perdido com ele, então ele teve fazer bico e aceitar.Era c
Kristie apagou no meu colo quando chegamos em casa. As luzes externas estavam acesas, mas as internas não. Abri a porta e fui tentando encontrar o caminho da escada, sem acordá-la, e consegui chegar até seu quarto. A coloquei na cama e fui procurar alguma coisa para ela vestir. Kristie não poderia ficar com um vestido de festas. Abri inúmeras portas e gavetas e encontrava tudo: creme, perfume, bolsa... Menos uma maldita roupa de dormir. Maravilha. Fui até meu quarto e vasculhei minha mala, procurando uma blusa cumpridas que ficasse pelo menos “descente” até Kristie acordar. Quando retornei ao quarto, voltei a repetir o mantra “sua irmã, sua irmã” na cabeça, enquanto tirava seu vestido para por a blusa. Tirei seus brincos grandes e a cobri, sendo privilegiado com um suspiro longo dela. Já estava saindo quando resolvi dar uma última olhada antes de me trancar em meu qua
Até agora não conseguia explicar minha reação com Kristine. Estava com raiva de mim mesmo por não ser capaz de controlar um mero sentimento de atração – e era isso que eu mais queria acreditar, que era uma simples atração passageira e momentânea. Eu queria recomeçar, agir como se nada estivesse acontecendo entre nós, mas era um pouco complicado, sabendo que ela sempre estaria a uma porta de distância. De tanta raiva, acabei por pegar meu violão e me acabar no meio daquelas cordas. Cada um tem uma forma de aliviar seu estresse, e parte do meu era feito através da minha música. Eu estava perdendo meu foco em relação à música e eu não posso apenas vivenciar os problemas da Kristie como minha principal meta. Continuava me perdendo em meus acordes quando escutei a porta se abrindo lentamente. Kristie foi surgindo aos poucos e indiquei que
Eu queria explodir de raiva com aquela cena que Thomas estava criando com a ruiva bem na minha frente e dos meus amigos. Quando ele entrou no meu carro, pude reparar em sua boca avermelhada e o perfume adocicado e intragável. Cheiro de perfume barato.Não quis falar com ele pelo caminho. Minha noite estava completamente acabada por causa de suas atitudes. Assim que consegui chegar em casa e estacionar meu carro na garagem, apoiei minha cabeça no volante, tentando acalmar a imensa raiva que estava sentindo de mim mesma por ter observado tais atitudes dele. Thomas tentou mexer no meu cabelo, mas me afastei.Amanhã vamos a uma gravadora depois da minha aula.Sério? – ele disse, surpreso.Muito obrigado! – Thomas ameaçou me abraçar, mas abri a porta do carro e saí.<
Kristie e eu acabamos nos rendendo ao que tanto batalhávamos contra. Fiquei dedilhando seu rosto enquanto nos beijávamos, sentindo seus traços e sua pele. Respirava o seu perfume cítrico, misturado com a maresia vinda de um fim de dia e aquilo era basicamente a perfeição. Colamos nossas testas e cada um se aprofundou no olhar do outro. Pela primeira vez, em muito tempo, eu estava completamente feliz com o queme acontecia. Kristie apoiou sua cabeça em meu ombro e ficamos assim, olhando as ondas baterem até o sol se por.O caminho de volta para casa foi diferente de todos eles. Eu vim dirigindo com uma mão e segurando a sua com a outra, acariciando com meu polegar. Percebia que Kristie me olhava algumas vezes enquanto fumava seu cigarro. Ela também deveria estar tão confusa quanto eu.Sinceramente, aquilo tudo era errado ou não? Ela ainda estava apaixon
Eu já não estava com paciência de sempre acordar no dia seguinte e fingir que nada estava acontecendo. Parecia que nós dávamos um passo à frente e recuávamos uns três. Tá, a culpa também era minha, mas nós dois não sabíamos no que isso estava se transformando e ambos tinham medo de fazer uma burrada maior que poderia. Eu queria provocar Kristine, deixá-la nervosa na minha presença, fazer com que ela tivesse a necessidade de estar ao meu lado – e não só como o amigo dela.Quando consegui fazer com que ela estivesse presa na borda da piscina, coloquei minhas mãos ao lado de sua cabeça. Ficamos ali nos observando e atentos a qualquer reação que o outro tivesse. Continuei com uma mão apoiada e, com a outra, acompanhei novamente o traçado do seu rosto. Ela suspirou mais forte.P
A cabeça estava latejando. Claro que eu esperava por isso, mas não com tanta intensidade. O quarto parecia estar mais claro que o normal por causa da minha enxaqueca. O que eu mais queria era ter meus óculos escuros em mãos. Eu não estava apoiada no travesseiro, mas sim no peito de Thomas. Basicamente em cima dele, para ser sincera. Que beleza. Fui tentando levantar devagar e consegui, fazendo apenas com que ele se mexesse um pouco.Me tranquei no banheiro e tentei ter alguns flashes da noite passada. Sei que bebi além da conta – e ganhei uma bela dor de cabeça -, dancei com um cara, que Thomas apareceu e que também me beijou. Que linda noite, Kristine! Agora eu estava num quarto de hotel, vestida apenas com a blusa do Thommy e cara de acabada. Quando terminei de escovar os dentes e jogar uma água no rosto, olhei para o espelho e vi a imagem de Thomas refletiva. Seus cabelos estavam completamen
Passaram alguns dias desde o porre da Kristine. Eu e ela quase não nos falamos direito, mas o que ela queria? Não me pediu desculpas pelas coisas que disse, muito menos um “muito obrigada por ter vindo me socorrer, seu babaca!”. Essa garota teimosa estava me tirando mais do sério do que eu queria.A melhor parte do meu dia era poder ir para a gravadora. Não tinha nada que me fizesse mais feliz. Ainda não tinha uma previsão para o lançamento do CD, mas só de pensar que estava perto, já me deixava muito mais ansioso.Quando cheguei em casa, a porta de Kristie estava fechada, então passei direto. Tirei meu violão, sentei em minha cama e comecei a criar uma nova melodia. Fiquei perdido pela música que mal pude perceber a porta se abrindo e Kristine sentando ao meu lado. Continuei dedilhando, sem me importar tanto com a presença dela ali. Ambos