— Julgo ser a hora ideal. Já falamos sobre formar nossa família, tínhamos um acordo. Meu relógio biológico tá se aproximando, Susan. Nossos projetos profissionais já aconteceram e com a ascensão dele não tem mais porque adiar, certo? — falava uma Hanna um pouco mais agitada que o normal e empolgada com ideia desde a última conversa que tivera com o marido.— Bom, acredito que sim… Eu e o Samuel, não falamos muito sobre isso, mais é claro que eu também quero… Se tá decidida deve procurar a Tereza.— Sua madrinha?— Ela mesma! Ela é ótima obstetra e ginecologista, fora que ela tem trabalhos fantásticos em reprodução humana. Deve marcar uma consulta e ver se está tudo bem.— Como assim? Não é… Só parar os anticoncepcionais?— Bom… Tecnicamente sim, mas é bom fazer uma avaliação às vezes você pode precisar de uma ajudinha da ciência, sei lá…Ela sorriu zangada daquela memória. Sentada em sua cama, olhava para os anticoncepcionais que deveriam ter sido tomados, mas estavam incompletos simp
Ele estava jantando em um dos seus restaurantes favoritos pensando que, já fazia um bom tempo que não pisava naquele lugar e como ele amava o espaço, era intimista e aconchegante, longe dos espalhafatosos que costumava ir com mais frequência. Buscava colocar sua cabeça no lugar, depois que saiu da sala do Uckermann ele teve muito o que pensar, e principalmente se dar conta que amava muito Hanna, mas aquela baboseira de “se ama deixe ir” doía pra caramba! Mas talvez e só, talvez estivesse certo. Hanna estava muito infeliz e muito machucada e tudo por sua culpa. Tudo foi um efeito dominó e a última peça foi a presença de Hector ali, sentia-se miseravelmente pequeno e incapaz. O que ele era afinal? Se até mesmo sua empresa, que ele se empenhou tanto, dedicou, esforçou, colocou seu coração e alma, não passava de uma mentira? De certa forma sentiu-se ligeiramente traído por Hanna, talvez ela não acreditasse nele como dizia, talvez ele não fosse tão bom quanto achava… talvez ela mesma não o
Mais uma aspirina e água, ele virou ambos enquanto a copeira do andar executivo depositou sobre a mesa a sua frente uma xícara de café, açúcar, creme e alguns biscoitos.— Obrigada — falou mais como um resmungo. Sua cabeça doía como um inferno, sua concentração estava mais lenta que de costume. Nada propício aquelas decisões que precisava tomar.Os olhos azuis fitaram a mulher deixar sua sala e ele adicionou açúcar ao café o mexendo. Talvez isso o ajudaria a levar aquele expediente e terminar seu trabalho da manhã. Aspirou o aroma do líquido levando a os lábios provando do primeiro um bom gole, fechou os olhos inspirando profundamente enquanto buscava serenidade, uma que ele não tinha naquele momento. Repousando a xícara, ele pegou a primeira pasta de documentos de uma grande pilha que se encontrava ali para revisão e seu aval.Mais um gole, e então seu celular vibrou perdido em algum lugar naquela mesa. Ele bufou, não era hora de ser interrompido, certo que deveria ser mais dor de ca
O saco de treino estava pendurado na varanda ampla, o frio da noite parecia acolhedor naquele instante. Usando nada mais que um short térmico, ele tinha os punhos enfaixados como proteção e socava repetidas vezes o objeto. A cada novo soco, ele sentia mais raiva, e em quem ele se projetava ali? Nem mesmo ele sabia. Mesmo com o frio, o suor escorria por seu corpo, os cabelos loiros estavam úmidos e os olhos azuis mais sombrios. Usava daquele instante para expurgar-se, para colocar a mente em ordem e repassar aquela conversa do jantar. De repente parou de socar o objeto e agarrou-se a ele, ofegante, ele estava agora movido pela frustração e a ira.— A doce, fria e gélida, Hanna Sanches, pelo visto não herdou apenas os olhos do pai, o coração também, e eu nunca notei. — Bufou. Soltou o saco e caminhou para dentro do apartamento, foi direto a geladeira a abrindo e pegou uma cerveja muito gelada a virando em goles rápidos, os olhos azuis fitaram o celular largado no silencioso sobre a ilha
O som do liquidificador soara por toda a espaçosa cozinha. O sistema de multimídia deixava uma música agitada tocando baixinho levemente no ambiente e, ao mesmo tempo, não atrapalhar nenhuma conversa. A mulher de cabelos loiros curtos, vasculhava em um dos armários a procura de taças de margueritas enquanto a outra mulher de cabelos loiros longos e olhos verdes abria as caixas de pizzas que havia chego a pouco.— Primeira rodada tá saindo! — gritou Tamires, que comandava o liquidificador naquele instante.— Taças na mão — disse Susan, trazendo consigo três delas e as colocando a vista da terceira loira que estava no preparo da bebida. — Onde se meteu a Hanna?Ivy, que estava comendo um belo pedaço de pizza havaiana, respondeu:— No telefone. Parece que o tal… Olausen a ligou — disse maliciosa. — Aposto minha aliança de casamento que ele vai levá-la para jantar. E depois os ohhhh, humm… Mais… Issooo. — obscenizou sons sexuais.— Mentira! — disse Tamires, que terminara de servir as taça
A televisão do bar reproduzia o jogo ao vivo entre os golfinhos de Fontana e as raposas de Estermond. A chopeira era acionada mais uma vez pelo homem de cabelos negros e compridos, preso em um pequeno rabo de cavalo. Ergueu a caneca gelada e cheia.— Ao mais novo papai! — brindou Sérgio e os outros ergueram as suas também, muito embora ali, na sua Man's cave, tão completa, Nicolas sentia-se estranhamente incomodado e deslocado.Ainda assim, ergueu a caneca de chopp.Aquilo definitivamente abriu precedentes…— Odeio crianças — disse Simon, que bebia uma ice — São irritantes.— A Ivy sabe disso? — zombou Sérgio — vou te contar, ela anda falando muito de bebês com Tamires… Deus, isso é tão problemático.— Culpa do imbecil aí — disse Samuel que pegava um taco de sinuca — se divertiu demais e agora temos mulheres com a palavra Bebê em suas bocas — falou como quem sente um arrepio gélido pela coluna.— A Susan também? — questionou Sérgio.— Foi apavorante… Cheguei cansado, queria jogar e cu
Doze horas para a oficialização.Ele estava naquele portão, agarrado as barras de ferro grosso das grades, as apertando tão forte e as forçando com toda sua força, e apenas um nome escapava de seus lábios: Hanna!Esse, ele gritava a plenos pulmões, mas nada acontecia, absolutamente nada. O jardim estava tão bonito quanto jamais estivera, a casa recebera uma nova cor, havia uma vida estranha ali onde um dia ele chamou de lar. Tudo parecia mais luxuoso, mais ornamentado… Uma fonte de água estilo renascentista jorrava e jorrava água, e então finalmente ele a viu…A mulher que era completamente louco e apaixonado bem ali, parada na porta principal, usando nada mais que um biquíni muito pequeno e rosa. Sobre a pele leitosa escorria um sobretudo de praia branquinho em transparência. Os cabelos longos negros caiam como cascatas perfeitas e lisas enquanto ela sorria, um sorriso pleno de felicidade. Seus olhos estavam tão luminosos e naquele instante ele julgou serem para ele, era dele aquele
Quarenta minutos antes da oficialização.Ele estava ao lado de Henrique ali, em um dos corredores frente a sala da audiência, estava mais afastado em espera para a abertura da sessão. Viram quando o tal Hoffman chegou ali com seu auxiliar, e com o mesmo repassava as questões. Nicolas e o seu advogado também não ficavam para trás e repassavam tudo que viria a seguir, bom, isso até o olhar de ambos serem tragados pela mulher que entrava naquele momento.Hanna vinha com uma roupa social composta de uma calça pantacourt preta elegante e uma blusinha de manguinha branca sem decote. Usando um escarpin salto quinze christian lambertini, ela combinava o mesmo com a bolsa, e um belo conjunto de joias. Impecável, ela tinha os longos e sedosos cabelos soltos e bem arrumados, sua maquiagem? Perfeita com a finalização de um batom bordô que realçavam seus lindos e exóticos olhos claros.Só havia uma palavra para defini-la: Divina.Não parecia sofrer absolutamente nada, nem abalada ou deprimente. E