Doze horas para a oficialização.Ele estava naquele portão, agarrado as barras de ferro grosso das grades, as apertando tão forte e as forçando com toda sua força, e apenas um nome escapava de seus lábios: Hanna!Esse, ele gritava a plenos pulmões, mas nada acontecia, absolutamente nada. O jardim estava tão bonito quanto jamais estivera, a casa recebera uma nova cor, havia uma vida estranha ali onde um dia ele chamou de lar. Tudo parecia mais luxuoso, mais ornamentado… Uma fonte de água estilo renascentista jorrava e jorrava água, e então finalmente ele a viu…A mulher que era completamente louco e apaixonado bem ali, parada na porta principal, usando nada mais que um biquíni muito pequeno e rosa. Sobre a pele leitosa escorria um sobretudo de praia branquinho em transparência. Os cabelos longos negros caiam como cascatas perfeitas e lisas enquanto ela sorria, um sorriso pleno de felicidade. Seus olhos estavam tão luminosos e naquele instante ele julgou serem para ele, era dele aquele
Quarenta minutos antes da oficialização.Ele estava ao lado de Henrique ali, em um dos corredores frente a sala da audiência, estava mais afastado em espera para a abertura da sessão. Viram quando o tal Hoffman chegou ali com seu auxiliar, e com o mesmo repassava as questões. Nicolas e o seu advogado também não ficavam para trás e repassavam tudo que viria a seguir, bom, isso até o olhar de ambos serem tragados pela mulher que entrava naquele momento.Hanna vinha com uma roupa social composta de uma calça pantacourt preta elegante e uma blusinha de manguinha branca sem decote. Usando um escarpin salto quinze christian lambertini, ela combinava o mesmo com a bolsa, e um belo conjunto de joias. Impecável, ela tinha os longos e sedosos cabelos soltos e bem arrumados, sua maquiagem? Perfeita com a finalização de um batom bordô que realçavam seus lindos e exóticos olhos claros.Só havia uma palavra para defini-la: Divina.Não parecia sofrer absolutamente nada, nem abalada ou deprimente. E
Ele ajustou o taco diante da bola branca, elaborou mira para a bola nove na intenção de encaçapar na boca esquerda da ponta. Os olhos azuis desviaram para a garota de cabelos azuis que virava um gole de cerveja direto da garrafa e o encarava sem nenhum disfarce. Desde que a trouxera ali e se deixou conversar mais avidamente suas frustrações, sentia-se parcialmente arrependido. Talvez porque passasse uma imagem de fracassado da qual ele já estava tendo de si mesmo. Sem mulher, sem perspectiva, sem carreira, sem dinheiro como antes, status reduzido… Para fechar tudo com chave de ouro: um medíocre vendido pela pequena Sanches ao seu pai com um investimento e aposta mentirosa. Talvez o auge em seu divórcio fora Hanna desdenhá-lo a tal ponto de até mesmo descartar qualquer envolvimento com o Grupo Botanic. Ela pegou tudo que era seu e se foi. Quem era ele afinal? Quando chegar ao fim do poço, qual era a imagem que refletia de si mesmo? Talvez a mesma que ele enxergara a vida toda.— Sei q
O Tenkan Tiramisù ficava no alto do prédio de um dos mais exclusivos cassinos de Estermond, sendo considerado um 3 estrelas michelin, sua agenda era uma das mais exclusivas que havia em toda república da Truísia, mas ali estavam eles apreciando um almoço com todos os paparicos que o dinheiro poderia pagar.A palavra era exclusividade, mas não era exatamente algo que enchia os olhos da Sanches por si só, talvez porque Hanna fosse o tipo de mulher que se satisfazia com uma bela pizza e uma garrafa de vinho largadinha num sofá vendo um filme, e fora essa a diferença que ela tinha da maioria das garotas de famílias ricas que a aproximou tanto de Nicolas nos tempos de faculdade.Os olhos azuis-violeta arregalaram-se surpresos com o drink bonito e sem álcool servido não apenas para ela, mas também para Theo, que em um gesto de certa cumplicidade optou por não tomar nada alcoólico.Antes de beberem, no entanto, ele ergueu a taça ligeiramente enquanto a olhava nos olhos muito intensamente com
Ela usava um shortinho de alfaiataria preto de corte simples e de comprimento mini, permitindo ter suas coxas a mostra, e embora parecesse ser algo vulgar, não era. Hanna usava uma blusa soltinha branca de microfibra que tinha um corte reto e sem decotes, e por cima um blazer preto de ombros retos. Levava consigo uma clutch recém comprada de um dos lançamentos de uma das suas grifes favoritas — Tamires tinha razão quanto a bolsas e sapatos, ajudavam bastante os ânimos — e por último e não menos importante: um salto plataforma que lembrava um escarpam fechado na cor preta também. Ela colocou uma pulseira de diamantes e um par simples de brincos. Seu perfume favorito fora generosamente borrifado enquanto os cabelos muito tratáveis, estavam sedosos e brilhantes em um azul enegrecido. Encarando-se no espelho do hall de entrada daquele salão de eventos, em particular, ela sentia-se bonita e confiante, mas, ao mesmo tempo, nervosa e aturdida.Tudo era muito novo para ela, o atual status de
Ele olhava os livros e os jogava aleatoriamente em um cesto à medida que a vendedora explicava, Samuel por sua vez via revistas com o tópico paternidade e fazia o mesmo.— Tem coisa pra caralho! Eu não dou conta de ler tudo isso assim não! — reclamou Nicolas folheando um dos livros grossos.— Para de reclamar, pelo menos não se formou em direito, isso, sim, é ler pra caralho! E o pior, depois que se formar você ainda continua lendo uma caralhada de coisa.— Sério: “então você vai ser pai?” Olha esse título! Eu leio e penso que é um manual para idiotas.— Porque, certamente é, um manual para caras como você, idiota e olha? Vai ser pai! — provocou o Uckermann tomando o livro das mãos do loiro e o jogando no cesto de compras. — Precisa levar isso mais a sério. Precisa… Entrar na cabeça dela e se antecipar, é assim que eu lido com os casos que eu trabalho, eu preciso me antecipar a adversidades, ao outro lado, enfim, precisa estar na mente dela e para isso — Samuel virou o livro: o que es
Ele tirou a jarra de vidro da cafeteira mais uma vez, tornando a encher a caneca. Os dedos passaram pelos olhos que estavam um tanto cansados, mas estava realmente se esforçando em ler tudo aquilo em todo tempo disponível que tinha, o que era o caso naquele instante. Depois do trabalho e jantar, ele ia até tarde com aquilo tendo que aguentar Nathan o zoando. Naquela tarde, ele havia tido uma conversa por videochamada com Mendi, e claro, pagou pela confidencialidade da mulher. Ele nunca fez tanta anotação em toda a sua vida, talvez na época de faculdade, ou quando trabalhou dentro do grupo Sanches o tenha feito também. Era tudo tão fresco e cheio de coisinhas e detalhes. Parecia que um bebê era feito de cristal fragilíssimo que ao menor toque se estilhaçaria, fora alguns dos tantos termos que ele estava lendo, que, aliás, o obrigava a ler com seu notebook ao lado de modo a pesquisar coisas para entender as coisas, entendem? Os termos usados, e a coisa mais esquisita por ele descoberta c
Desde o momento que ele havia estacionado seu carro na sua vaga exclusiva, até a sua subida ao andar da presidência, ele sentiu um clima estranho e pesado, parecia haver olhares sobre si e ele não sabia bem distingui-los de forma alguma. Repassou mentalmente se havia deixado algum memorando passar, se as ações da Botanic haviam sofrido algo, se alguma catástrofe natural afetou o mercado de ações… Enfim, muitas coisas passavam em sua mente e quando finalmente o elevador abriu no último andar, ele viu que não estava louco, havia, sim, olhares pesados sobre ele, mesmo que os funcionários buscassem disfarçar. Ele fora recebido por Samantha, que carregava consigo o tablet que tinha toda a agenda e registros eletrônicos ali, ela entregou ao Scrudell algumas pastas leves e falou algumas coisas a respeito de reuniões do dia enquanto ambos entravam no escritório do loiro, assim que Nicolas repousou a bolsa sobre a mesa, já com grande incomodo, ele simplesmente perguntou: — O que está acontecen