Ele olhava os livros e os jogava aleatoriamente em um cesto à medida que a vendedora explicava, Samuel por sua vez via revistas com o tópico paternidade e fazia o mesmo.— Tem coisa pra caralho! Eu não dou conta de ler tudo isso assim não! — reclamou Nicolas folheando um dos livros grossos.— Para de reclamar, pelo menos não se formou em direito, isso, sim, é ler pra caralho! E o pior, depois que se formar você ainda continua lendo uma caralhada de coisa.— Sério: “então você vai ser pai?” Olha esse título! Eu leio e penso que é um manual para idiotas.— Porque, certamente é, um manual para caras como você, idiota e olha? Vai ser pai! — provocou o Uckermann tomando o livro das mãos do loiro e o jogando no cesto de compras. — Precisa levar isso mais a sério. Precisa… Entrar na cabeça dela e se antecipar, é assim que eu lido com os casos que eu trabalho, eu preciso me antecipar a adversidades, ao outro lado, enfim, precisa estar na mente dela e para isso — Samuel virou o livro: o que es
Ele tirou a jarra de vidro da cafeteira mais uma vez, tornando a encher a caneca. Os dedos passaram pelos olhos que estavam um tanto cansados, mas estava realmente se esforçando em ler tudo aquilo em todo tempo disponível que tinha, o que era o caso naquele instante. Depois do trabalho e jantar, ele ia até tarde com aquilo tendo que aguentar Nathan o zoando. Naquela tarde, ele havia tido uma conversa por videochamada com Mendi, e claro, pagou pela confidencialidade da mulher. Ele nunca fez tanta anotação em toda a sua vida, talvez na época de faculdade, ou quando trabalhou dentro do grupo Sanches o tenha feito também. Era tudo tão fresco e cheio de coisinhas e detalhes. Parecia que um bebê era feito de cristal fragilíssimo que ao menor toque se estilhaçaria, fora alguns dos tantos termos que ele estava lendo, que, aliás, o obrigava a ler com seu notebook ao lado de modo a pesquisar coisas para entender as coisas, entendem? Os termos usados, e a coisa mais esquisita por ele descoberta c
Desde o momento que ele havia estacionado seu carro na sua vaga exclusiva, até a sua subida ao andar da presidência, ele sentiu um clima estranho e pesado, parecia haver olhares sobre si e ele não sabia bem distingui-los de forma alguma. Repassou mentalmente se havia deixado algum memorando passar, se as ações da Botanic haviam sofrido algo, se alguma catástrofe natural afetou o mercado de ações… Enfim, muitas coisas passavam em sua mente e quando finalmente o elevador abriu no último andar, ele viu que não estava louco, havia, sim, olhares pesados sobre ele, mesmo que os funcionários buscassem disfarçar. Ele fora recebido por Samantha, que carregava consigo o tablet que tinha toda a agenda e registros eletrônicos ali, ela entregou ao Scrudell algumas pastas leves e falou algumas coisas a respeito de reuniões do dia enquanto ambos entravam no escritório do loiro, assim que Nicolas repousou a bolsa sobre a mesa, já com grande incomodo, ele simplesmente perguntou: — O que está acontecen
O amplo escritório era iluminado completamente dado as paredes serem completamente de vidraças. A decoração era moderna em uma mistura de conceito industrial e oriental. Em um ponto do lugar havia uma grande mesa de tampo negro cuja a parte de trás havia um grande painel estilo japonês tapeçaria que tinha desenhado em si um símbolo de uma lua com crescente em branco, prata e negro. Encostado nessa mesa, estava Theo Olausen, os quais os olhos azuis claríssimos fitavam atentos a tela do tablet que estava acesa em uma reportagem que em alta nos tabloides de fofocas, e tinha todo o seu interesse, pois a Sanches estampava o topo dela. Do alto de sua cobertura em um dos prédios mais caros de Estermond, o platinado levou a taça que segurava entre os dedos aos lábios ainda lendo aquilo. Um meio sorriso formou-se em seus lábios, um sorriso um tanto matreiro e inconformado, talvez até irritado. O som estalado de sua língua ecoara pelo ambiente silencioso. Ele repousou a taça sobre o tampo negro
Sobre a mesa de pequenas reuniões que havia no canto de seu escritório, havia agora algumas pastas e vários documentos espalhados organizadamente sobre a mesma. Havia um silêncio no andar inteiro, exceto pela conversa que acontecia naquele momento entre Nicolas e Samantha, que ainda colocavam ordem naquilo. Mais uma vez o horário havia se passado e muito, e ele não havia se dado conta, apenas sentiu o peso do cansaço ao levar os dedos aos olhos, os coçando pela irritação. Aquelas estendidas de horário, para ele, tornara-se habitual desde que assumira a presidência da companhia e desde sempre Samantha fora seu braço direito e o acompanhava nessas extras.Os olhos azuis focaram no relógio de pulso vendo que haviam passado um pouco das dez da noite, os olhos arregalaram-se e ele falou:— Caramba! Tá bem tarde já! Vai descansar, Samantha, eu termino de organizar aqui, ou deixo pra amanhã.Ela esticou-se um pouco sentindo o cansaço no corpo, mas não se intimidou.— Não… Tudo bem, eu ajudo
Elas estavam almoçando no Perl, que ficava beira orla do lago Kapoo. A mesa redonda era ocupada por Hanna, Susan, Ivy e Tamires, que aproveitavam uma comida regrada a frutos-do-mar enquanto fofocavam as últimas novidades, e a primeira de todas era justamente sobre a primeira consulta de Hanna e a presença de Nicolas.A garota de olhos violeta levou o copo de suco de morango aos lábios, divagou sobre o dia em questão, das emoções vividas ali, de ouvir as batidas do coraçãozinho, de todo o fluxo de sentimentos que tivera, lembrou-se por um instante dos olhos azuis de Nicolas, que fitaram admirados e curiosos o monitor ecográfico, mas também lembrou-se do restante, e por isso falou logo em seguida:— Foi assustador! — Confessou sentindo a face aquecer ligeiramente enquanto tinha as amigas de espectadoras — ele parecia saber mais da minha gravidez que eu mesma. É tipo como dormir com seu ginecologista. Ele entende mais da sua vagina que você mesma!As mulheres gargalharam.— é sério! — re
O vestido de veludo azul, tinha mangas longas e acabamento justo no corpo, deixando marcado as curvas da Sanches, bem como a pequena barriguinha ligeiramente arredondada. O modelo longo tinha uma caída reta após os quadris e uma fenda esquerda até o início da coxa. Os cabelos negros azulados estavam presos em um coque firmemente. Hanna usava saltos delicados e dourados e uma combinação cara de joias em ouro, vinte e quatro quilates e diamantes.Assim que ela saiu daquele carro, a mão estendida a sua frente a segurou gentilmente. Uma mão quente e firme que logo depois tornou-se um braço que a engatou de forma cavalheiresca. O sorriso branco, polido e perfeito, os olhos azuis claríssimos, os cabelos loiros platinados e um terno black exclusivo. Theo quase parecia um deus intocável que tinha ao seu lado uma rainha digna de compartilhar sua coroa, e era exatamente isso que seus olhos desenhavam naquele instante. Ali não havia flashs, ou paparazzi, não havia perseguição ou qualquer olhar m
Ele estava sentado ao balcão, tendo o notebook a sua frente aberto. Lia tão concentrado que quase não tinha muita percepção do mundo a sua volta. Nathan estava largado em um dos sofás de frente ao televisor com um controle de jogo em mãos, ao seu lado estava Kate que jogava com o ruivo uma batalha de Halo, mesmo concentrados no jogo, em um instante ou outro olhavam para Nicolas ou trocavam uma ou outra palavra. A presença da garota naquela casa estava se tornando quase que constante pelos laços de amizade que estava surgindo não apenas com Nicolas, mas com o outro Scrudell.— Ele parece ter se animado mesmo com o fato de ser pai — murmurou Kate sem desviar o olhar do televisor.— Ele tá apavorado, essa é a verdade! — falou Nathan, também em sussurro — toda essa casca-grossa dele tem muita fachada. E piorou depois que ele falou com a tia Katherine.Kate olhou para o loiro que abriu uma lata de energético a bebendo ainda concentrado no que lia.— Qual o pavor dele, afinal? — questionou