Julieta se sentia tão mal que acabou vomitando duas vezes mais no caminho para casa. Tomás, muito gentilmente, parava à beira da estrada enquanto ela expulsava até o último que havia em seu estômago.— Juro que não vou beber mais — dizia entre ânsias.— Isso todos os bêbados dizem, e depois, na próxima sexta-feira, estão de novo na farra — zombou seu melhor amigo.— Supostamente você é meu amigo, mais parece meu inimigo — gemeu ela de dor estomacal de tanto vomitar— Acho que não gosto mais de você.— Mentirosa — riu Tomás enquanto a ajudava a se levantar e soltava seu cabelo— Ninguém vai cuidar de você depois de uma bebedeira como eu.— Nisso você tem toda razão, me retrato — disse, caminhando com a ajuda de Tomás em direção ao carro, com um pouco mais de cor nas bochechas.Tomás a ajudou a voltar ao carro e seguiu seu trajeto para sua casa. Não queria levá-la até a casa dela porque não sabia se ia encontrar com o imbecil do Maximiliano Hawks. Nunca gostou desse cara; ele não era
Na segunda-feira seguinte, o alarme tocou como todos os dias. Julieta não tinha sabido nada de Maximiliano Hawks, mas sabia que primeiro devia apresentar sua demissão e esperar pelo menos 15 dias para poder se retirar do trabalho. Esperava não encontrar nenhum tipo de problema. Se vestiu com um dos vestidos que Tomás tinha dado; era lindo, de uma cor verde garrafa que fazia ressaltar seus próprios olhos verdes. Decidiu fazer um rabo de cavalo alto com alguns cachos nas pontas; algumas mechas soltas emolduravam seu rosto, realçando sua beleza e seu pescoço esbelto.— Bem, garota, você está pronta — disse ao espelho, tentando se animar. Pegou sua bolsa e se dirigiu à estação para pegar o metrô.Chegou cedo, como toda manhã. Preparou o café de seu chefe e se sentou para revisar os pendentes, que supostamente não seriam muitos. Pouco menos de cinco minutos depois, chegou Maximiliano, olhando para todos com desdém até que seu olhar se cruzou com o de Julieta.— Pensei que tinha se demiti
Max estava lívido que uma subordinada se pusesse a opinar sobre sua vida dessa maneira, sabia dos rumores e nunca os tinha impedido porque simplesmente não havia provas, mas escutá-lo era muito diferente.— Quem é você para especular sobre minha vida privada? — pergunta Maximiliano com um tom baixo e perigoso. Nunca precisou levantar a voz, sua só presença e olhar azul gelo não pressagiava nada bom— Melhor ainda, Greta... Por que não está trabalhando?A moça em questão treme sob o olhar glacial de seu chefe e não sabe como sair deste problema em que ela mesma se meteu.— Eu... eu... sen... — Tentou falar, mas não conseguiu, a mulher tremia diante dele enquanto Maximiliano Hawks a via com desaprovação.— Recolha seus pertences e assine a carta de demissão, RH estará esperando — disse simplesmente e deu meia volta para sair, antes de sair se deteve e sem virar o rosto falou— espero que em dois minutos o resto do grupinho esteja dissolvido e estejam em seus postos fazendo o que pago p
Liliane se sentou na frente dele como se o lugar lhe pertencesse, o que só irritou Maximiliano, mas não demonstrou.— Você tem funcionários grosseiros — comentou a noiva de Maximiliano quando se sentou na frente dele.— Sério, o que faz aqui? — perguntou Maximiliano sem rodeios, tentando conter seu temperamento— Não pedi que viesse.— Vim porque queria te ver, para falar do acordo pré-nupcial, é claro — começou a dizer Liliane— Gostaria que meu advogado também estivesse presente no dia que assinarmos e colocar algumas cláusulas que considero convenientes.— E que cláusulas são essas? — perguntou Maximiliano, sorrindo com malícia.— De fidelidade, claro — disse ela, cruzando as pernas com elegância— e uma compensação se falhar, outras coisas sem importância.A Maximiliano surpreendiam as coisas que ela dizia, mas não demonstrou. Sua fachada permaneceu intacta. Só ficou olhando-a por um longo tempo, o que deixou Liliane bastante nervosa, embora tentasse não demonstrar. Mexeu-se em
Julieta não queria continuar com um homem que não a valorizava, o amava e durante três anos fez vista grossa em nome desse amor, mas já estava cansada. Já não podia mais. Ele não a amava e era hora de aceitar.— Te pedi uma única coisa e aparentemente é a única que você não pode me dar — disse Julieta olhando seus olhos azuis com determinação— acabou, não posso continuar assim, Maximiliano Hawks.— Isso não acaba até eu dizer! — sua voz saindo baixa e perigosa.Maximiliano estava tentando controlar seu crescente pânico, não quer que ela vá embora. Precisa dela.— Não — respondeu com ódio em sua voz e o olhou de maneira apática— já não quero ficar com você."Você não me ama e já aceitei isso" quis dizer a ele.Maximiliano a solta como se queimasse, odiando que ela se comporte dessa maneira.— As coisas mudaram, em dois anos vou me divorciar e voltaremos a ficar como sempre — disse Max, seu peito subindo e descendo coincidindo com o ritmo que marcava sua respiração rápida— você es
O departamento de recursos humanos não era muito visitado e todos seus funcionários diretos o temiam, Rachel Riker era jovem, mas administrava seu departamento com mão de ferro. O que agradou Maximiliano e a fez chefe em pouco tempo, ao presidente Hawks não importava seu gênero, mas sim que soubesse trabalhar com nada menos que perfeição e Rachel Riker era uma dessas pessoas.— Ontem enviei minha carta de demissão. Mas não recebi resposta alguma ou pelo menos a resposta de que já estão procurando alguém para minha vaga — Julieta foi direto ao ponto, ignorando seu comentário sobre divindades— precisamos fazer as entrevistas o mais rápido possível e escolher minha substituta para treiná-la.Rachel ficou olhando-a atentamente de maneira pensativa, se recosta em sua cadeira sem tirar os olhos da bela mulher que tinha diante dela, como uma onça com sua presa. Julieta estava começando a ficar nervosa, mas empurrou isso até o fundo.— Ontem liguei diretamente para o presidente Hawks, ele m
Julieta respirava de maneira irregular, seu coração batia selvagemente em seu peito, ambos estavam tão perto que podiam sentir o hálito um do outro e isso só a deixava nervosa, seu corpo sempre reagindo a ele. O que só a fazia ficar duas vezes mais irritada.— Sei tudo sobre você, Julieta — responde Max sem rodeios e com muita segurança— mas esse não é o ponto. Faltam três meses em ambos os contratos — Max a encurrala com seu corpo e aproxima seus lábios dos dela."Como sinto falta desses lábios" pensa Max, sem poder parar de olhá-los.— Não me obrigue a fazer isso — fala Julieta entre dentes e tristeza nos olhos— não me obrigue a te odiar.Por muito que ame Max, ela teme que possa chegar a odiá-lo e não é o que ela quer. Ela jamais odiou ninguém e que triste seria começar com o amor de sua vida."Talvez nunca foi o amor de sua vida" me diz minha consciência.Neste ponto Julieta acredita que tudo é possível, só idealizou um amor de crianças. Idealizou o amor de uma menina tola.
Yoon o olha com renovado interesse, sabia que ele gostava de Julieta, mas sempre estava em negação.— Só ia levá-la para jantar, relaxa — disse com um sorriso irônico.Yoon e muitos sabem que seu amigo baба por Julieta e vice-versa, mas sempre negam. Um empurrãozinho não vai fazer mal a nenhum dos dois.— Não! — sentencia com toda a raiva que sente no coração— sobre meu maldito cadáver."Julieta estava apertando os botões certos para que ele perdesse a paciência", pensa Max.— Você está me ouvindo? — pergunta o advogado Yoon, olhando-o de forma estranha."Confirmadas suas suspeitas", pensa o advogado com um sorriso irônico no rosto.— Estou me ouvindo perfeitamente, quem parece que não me escuta é você — disse olhando-o com seus olhos gelados— proíbo que saia com ela ou te demito.— Sou o único amigo que você tem e o advogado da sua família e empresa, não pode me demitir ou muitos contratos atrasarão — Sung falou sem medo— vou sair com ela — e antes que ele pudesse negar novame