Max estava nervoso e só sua assistente poderia provocar tal coisa.— Não sabia que ela viria — Max resmunga em voz baixa, tentando explicar para Julieta. O dia estava desmoronando rapidamente— Suba no carro e vamos conversar com calma.— Não me interessa, não ficarei no mesmo carro que ela novamente — comenta ela decidida.Sua atitude era fria, mas seus olhos refletiam uma profunda tristeza. O que o fez recordar as palavras de seu amigo."Quem vai me tirá-la? Você?""Não, esse trabalho você já está fazendo sozinho." Max sentiu o estômago apertar ao ver os olhos verdes tristes de Julieta. Sentia que o que estava por vir não seria bom para ninguém.— Deixe-me levá-la, vou me livrar dela — pela primeira vez parecia que Maximiliano Hawks estava suplicando.— Não, presidente Hawks — Julieta voltou a erguer a muralha que ele havia derrubado de manhã— Preciso ir a uma farmácia, chegarei um pouco depois que o senhor. Sua próxima reunião é no escritório com o senhor Parrish, já vou ligar
Assim se sente Julieta enquanto vai a uma farmácia, compra os comprimidos para enxaqueca e uma água para poder tomá-los. Pouco menos de dez minutos depois que Maximiliano chegou à empresa, ela entra pela porta. O burburinho está na ordem do dia, mas ela faz de conta que não escuta absolutamente nada e vai direto para a sala de reuniões, cujas paredes eram de vidro e podia ver que estava em pleno auge a reunião.O catering havia chegado minutos antes, então aproveitou para arrumar um carrinho com tudo necessário para os investidores.— Desculpem a interrupção — fala Julieta, sem olhar para os presentes.— Pode entrar — responde o senhor Parrish sem conseguir tirar os olhos das pernas desnudas de Julieta.— Como vai sua esposa? — pergunta Julieta gentilmente.— Muito bem, Juli — comenta o homem com um sorriso nada agradável— Você tem uma assistente muito bonita e inteligente, Maximiliano.— Obrigado — respondeu Max, com seu humor cada vez mais azedo— Eu sei, vamos continuar.— Sim
Julieta gritou por horas, queria chamar alguém para resgatá-la, mas não havia sinal suficiente para que sua mensagem ou ligação saísse.Havia chorado e gritado tantas vezes que sua cabeça começou a latejar e sua garganta parecia arenosa. Colocou música no celular, mas já fazia mais de uma hora que a bateria havia acabado. Sentia-se desesperada. A ferida no braço doía horrores. Só queria um banho quente e dormir.— Me tirem daqui, por favor — sussurra para o nada enquanto enterra a cabeça entre as pernas e as lágrimas não a abandonam.Maximiliano não conseguia dormir. Foi para a academia às duas da manhã e socou o saco de boxe, usou a esteira e levantou pesos. Ainda assim se sentia inquieto. Decidiu aproveitar essa energia e ir ao escritório.Eram apenas quatro da manhã. Mas ele sempre tinha muito trabalho que se acumulava quando saía cedo, então não foi nada estranho para ele ir sozinho ao escritório. Depois chamaria seus seguranças e motorista. Quando chegou ao prédio, tudo estava
Maximiliano passou toda a manhã trabalhando do seu lado da cama, com Julieta profundamente adormecida. De repente, ela se agitava nos sonhos e ele a acalmava. Deu-lhe soro a cada hora sem falta e esperou que acordasse.Por sua vez, Julieta se sentia confortável, sonhando que estava em sua cama descansando... Também tinha sonhos mais malucos, como arrastar Brigitte Hawks por toda a empresa, o que lhe trazia grande satisfação. Apesar de não querer, sonhou com Maximiliano, e era uma versão dele que jamais havia visto. Só por isso soube que era um sonho.— Max — sussurrou entre dormida e acordada, deixando Max ver sua bunda meio coberta.— Estou aqui, nenê, descanse — responde Max. Sua voz rouca e profunda a fez abrir os olhos de par em par.— O quê...? — tenta perguntar, antes de poder dizer mais, sua mente registra que não está em sua casa— Onde estou?Olha a decoração elegante e escura, as paredes cinza-chumbo e as cortinas pretas nas janelas. Um indício enorme de que não é sua cas
Na mansão Hawks naquele dia não houve contratempo, tudo fluía maravilhosamente. Brigitte havia saído para compras com Liliane, e sentia-se uma paz enorme na mansão quando a mulher não estava.— Senhor, ontem houve um problema na Hawks Holding — disse Edrik Powell, o assistente de Anthony, interrompendo o movimento de Anthony.— Que problema? — pergunta Anthony, franzindo o cenho.Apesar de aposentado, Anthony sempre estava a par do que acontecia em sua empresa. Tinha vários informantes que ligavam regularmente para Edrik, e ontem não foi exceção.— Sua nora apareceu na empresa querendo demitir Julieta Persson de forma grosseira. Minhas fontes sugerem que ela fez algo a Liliane... — começa a contar o ocorrido e mostra o vídeo.— Nos deixe a sós — pede Anthony à sua enfermeira, que se apressa a sair da sala sem questionar.Anthony era um homem de uns oitenta anos, ainda forte e em forma apesar da idade. Não fosse por uma ferida no joelho da guerra atrapalhando sua paciência, nunca
Mark teve que intervir, porque Maximiliano não se movia de seu lugar. Na verdade, ele merecia o que aconteceu, e que bom que o avô o fez, senão teria sido ele.Esteve cego todo esse tempo? A resposta revira seu estômago. Julieta jamais se queixou de nada. Isso já aconteceu antes? Ou Julieta disse e ele não a ouviu? Não sabe qual é pior.— Papai — tenta mediar Mark, afastando seu pai de sua esposa antes que tudo piore ainda mais— Calme-se, isso faz mal para o senhor.Seu pai, Anthony Hawks, o ignora, livrando-se de seu aperto e não deixa de olhar sua nora com cólera apenas contida.— Vai respeitar as decisões do seu filho como presidente da Hawks Holding — adverte Anthony, apontando para ela— Ou juro pela tumba da minha esposa que os tirarei do meu testamento. Deus sabe que me resta pouco tempo nesta terra, e não vou permitir que arruíne a reputação da minha família e empresa pelos seus caprichos estúpidos.— Não arruinei nada — tenta se defender, mas um olhar do avô e do neto a fa
POV JulietaMinha respiração estava presa na garganta enquanto ele se movia sem parar, uma sensação familiar se acumulava em meu ventre. Olhei para seus lindos olhos azuis que me devolviam um olhar caloroso. Era o único momento em que ele não era como boneco de neve, frio e distante. Sempre tão frio no trabalho, que me sinto privilegiada quando o calor entra em seu olhar e é só para mim, combinando com seu corpo quente. Seus braços musculosos sustentavam todo seu peso enquanto me beijava ardentemente, mordendo meus lábios com fervor. Me entrego sem vergonha ao único homem que sempre amei.Chegamos ao nosso ápice quase ao mesmo tempo e me sinto nas nuvens. Como sempre.Meu suor nem tinha secado quando ele já estava se levantando da cama e indo para o banheiro. Suspirei um pouco triste, mas já acostumada porque ele nunca foi o tipo de homem que se aconchega e fica horas conversando ou simplesmente me abraçando.Me cobri com o lençol, me sentindo de repente exposta com um vazio no est
POV JulietaOs murmúrios no escritório começaram a crescer por todo lado, seus colegas de trabalho eram bastante fofoqueiros e adoravam espalhar as notícias pelos outros andares da empresa.— Pensei que ele saísse com a Julieta, jurava que era sua amante — disse um homem que a própria Julieta havia rejeitado educadamente em várias ocasiões.— A Liliane é mais bonita, olha só — disse alguém mais— toda a classe e a beleza que ela tem, não como ela que se acha a última bolacha do pacote.— A Liliane sempre fez um lindo par com o senhor Maximiliano, não sei por que não se casaram há cinco anos — disse uma mulher perto de Julieta.A mãe do Max a favorecia na frente do filho e de mim mesma sempre que podia, para que ele não se esquecesse dela. Não sei por que Max não admite que temos um relacionamento, assim sua mãe o deixaria em paz, seria o mais fácil.— Lamento ter que decepcionar vocês — disse Max Hawks sem nenhum traço de arrependimento em sua voz ou seu rosto— Tenho uma videoconf