Mark teve que intervir, porque Maximiliano não se movia de seu lugar. Na verdade, ele merecia o que aconteceu, e que bom que o avô o fez, senão teria sido ele.Esteve cego todo esse tempo? A resposta revira seu estômago. Julieta jamais se queixou de nada. Isso já aconteceu antes? Ou Julieta disse e ele não a ouviu? Não sabe qual é pior.— Papai — tenta mediar Mark, afastando seu pai de sua esposa antes que tudo piore ainda mais— Calme-se, isso faz mal para o senhor.Seu pai, Anthony Hawks, o ignora, livrando-se de seu aperto e não deixa de olhar sua nora com cólera apenas contida.— Vai respeitar as decisões do seu filho como presidente da Hawks Holding — adverte Anthony, apontando para ela— Ou juro pela tumba da minha esposa que os tirarei do meu testamento. Deus sabe que me resta pouco tempo nesta terra, e não vou permitir que arruíne a reputação da minha família e empresa pelos seus caprichos estúpidos.— Não arruinei nada — tenta se defender, mas um olhar do avô e do neto a fa
POV JulietaMinha respiração estava presa na garganta enquanto ele se movia sem parar, uma sensação familiar se acumulava em meu ventre. Olhei para seus lindos olhos azuis que me devolviam um olhar caloroso. Era o único momento em que ele não era como boneco de neve, frio e distante. Sempre tão frio no trabalho, que me sinto privilegiada quando o calor entra em seu olhar e é só para mim, combinando com seu corpo quente. Seus braços musculosos sustentavam todo seu peso enquanto me beijava ardentemente, mordendo meus lábios com fervor. Me entrego sem vergonha ao único homem que sempre amei.Chegamos ao nosso ápice quase ao mesmo tempo e me sinto nas nuvens. Como sempre.Meu suor nem tinha secado quando ele já estava se levantando da cama e indo para o banheiro. Suspirei um pouco triste, mas já acostumada porque ele nunca foi o tipo de homem que se aconchega e fica horas conversando ou simplesmente me abraçando.Me cobri com o lençol, me sentindo de repente exposta com um vazio no est
POV JulietaOs murmúrios no escritório começaram a crescer por todo lado, seus colegas de trabalho eram bastante fofoqueiros e adoravam espalhar as notícias pelos outros andares da empresa.— Pensei que ele saísse com a Julieta, jurava que era sua amante — disse um homem que a própria Julieta havia rejeitado educadamente em várias ocasiões.— A Liliane é mais bonita, olha só — disse alguém mais— toda a classe e a beleza que ela tem, não como ela que se acha a última bolacha do pacote.— A Liliane sempre fez um lindo par com o senhor Maximiliano, não sei por que não se casaram há cinco anos — disse uma mulher perto de Julieta.A mãe do Max a favorecia na frente do filho e de mim mesma sempre que podia, para que ele não se esquecesse dela. Não sei por que Max não admite que temos um relacionamento, assim sua mãe o deixaria em paz, seria o mais fácil.— Lamento ter que decepcionar vocês — disse Max Hawks sem nenhum traço de arrependimento em sua voz ou seu rosto— Tenho uma videoconf
POV JulietaTive que ficar hoje, sexta-feira, até tarde para resolver uns pendentes que se atrasaram por nossa escapada ao hotel e a videoconferência de Xangai, ele já tinha ido embora faz tempo.Eram nove da noite quando saí do escritório e estava totalmente solitário e escuro, os outros já tinham ido e fui caminhando sozinha até chegar à estação do metrô, que ficava pelo menos umas oito quadras da Hawks Holdings. No entanto, era minha rotina diária e meu único exercício, não importava que horas eu saísse, gostava de pegar transporte público, me fazia sentir menos sozinha.Quando cheguei em casa sentindo minha alma pesada, sozinha, olhei ao meu redor. Só tinha a cozinha iluminada; todo o resto estava às escuras. Ninguém me esperava, ninguém me abraçava. Fazia pelo menos cinco anos que não via minha família simplesmente porque não queria voltar.— Que sozinha me vejo no futuro — só o eco era minha companhia. Nem mesmo me atrevia a ter um animal de estimação porque Max não gostava d
POV JulietaEntão, como disse Michelle Hawks, simplesmente fiquei e a vi se afastar para se misturar com os convidados que de vez em quando me lançavam olhares furtivos se perguntando quem era eu. Assim era eu, tinha pouca força de vontade quando se tratava da família Hawks.— O que ainda está fazendo aqui? — pergunta a senhora Brigitte assim que me vê com desprezo.— Sua filha me disse que podia ficar — respondi sinceramente, sem olhar em seus olhos porque ela não gostava— então foi o que fiz.Nem sequer peguei uma taça de champanhe porque sabia que isso os enfureceria, a simples assistente não podia tomar seu champanhe caro.— Ah, que estranho, Michelle fazendo caridade — disse, me olhando como se eu fosse a coisa mais nojenta que tinha saído do esgoto.Engoli o nó de emoções que tinha na garganta e continuei parada num canto quando a mãe do Max foi embora ao ver que não me abalava com suas palavras cruéis. Só mais alguns minutos e vou embora, quero cumprir e sair deste lugar q
Narrador oniscienteJulieta tenta ignorá-la, mas o ruído de desaprovação de sua garganta a fez responder.— Tenha uma boa noite, senhora Brigitte — fala de maneira trêmula, as primeiras lágrimas caindo por suas bochechas, graças a Deus estava de costas.— Espero que isso te faça raciocinar e que suma de uma vez por todas da vida do meu filho, a mim você não engana, sei como olha pra ele. Conheço as da sua laia — recrimina com desdém— Você não pertence a este lugar. Não pertence à Hawks Holding como você pensa que pertence. Não seja iludida, menina. Você não chega nem ao cimento que meu filho pisa.Ela não tem nem ideia de quem sou de verdade, mas está aqui como sempre para me pisotear.— A senhora está enganada — levantei o queixo com coragem pela primeira vez em três anos, sem importar meu estado deplorável— É seu filho que não chega nem aos meus saltos. Boa noite, Brigitte Hawks — e com isso fui embora.A ouvi gritar obscenidades ao longe, mas não me importei. Só queria sair da
Onisciente— Bem, querida, primeiro as coisas mais importantes, e o mais importante é que você coma. Depois tome um banho com água fria para baixar essa inflamação dos olhos. E como sabia que a coisa podia ser grave, te trouxe três vestidos espetaculares para usar hoje.Normalmente Julieta não usava vestidos, mas sim saias lápis ou calças e blusas de seda com blazer. Parecia mais profissional para qualquer evento. Julieta não queria chamar a atenção de pessoas indesejadas e muito menos que pensassem que ela só queria flertar com os homens do escritório como outras mulheres faziam. Ela só queria trabalhar e estar perto de Max.— Não sei se um vestido vai melhorar meu humor — fez uma careta duvidosa.— Querida, isso é porque você não usa meus vestidos há quatro anos. É tempo demais, amor — suspirou dramaticamente seu melhor amigo— você tem que voltar pra casa majestosa e empoderada.Não me sentia assim, mas talvez seja bom fingir.— Se ele me ligar, vou falar com ele hoje e, se tud
Ela se vira rapidamente para olhá-lo com a dor refletida em seu rosto, de certo modo era verdade. Ela se afastou de tudo e de todos por ele e ele retribuía se casando com outra mulher, mas isso era somente sua culpa, ela provocou isso a si mesma ao querê-lo de maneira tão devotada.— Costumava ter — disse lentamente olhando de novo pela janela— é um erro que não voltarei a cometer.— O que quer dizer com isso? — Max pergunta um pouco nervoso.Ela não é assim... Tanto a incomodou o tolo noivado?O silêncio foi a única resposta que recebeu da parte dela, só ficou olhando a paisagem, já não ia insistir onde claramente não a apreciam. Um presente não mudará isso.Depois de várias horas de viagem chegaram ao pitoresco Maryland, ela via tudo com olhos sonhadores e seus ombros relaxaram ao ver as pessoas caminhando tranquilamente por suas ruas, era mais tranquilo que a frenética cidade de Nova York.Por fim Max tinha visto uma mudança positiva nela e conseguiu se acalmar e voltar a si,